sábado, 31 de maio de 2008

O que vou escrevendo

Um pouco do que vou escrevendo…
O presidente da câmara nunca tinha ficado fechado. Nem no elevador, nem no gabinete, nem na garagem, nem sequer – como alguns – na cela de uma prisão. Mas agora estava fechado num guarda-roupa.

Um pássaro esta tarde

Aqui pelo monte. Um pardal. Trazia comida para os filhos e a seguir apressava-se a ir buscar mais. Ao mesmo tempo jogava a selecção, a gente do peixe batia-se e insultava-se e no PSD andavam a votos.

O melhor caçador do mundo

Ver aqui, texto de Francisco Duarte Mangas hoje no «Diário de Notícias»; coloco-o também a seguir.

Por um livro autografado vai de Bragança a Lisboa
Joaquim Oliveira. Professor de Química reformado, bibliófilo, sempre que um escritor da sua preferência aparece em sessão pública, mete-se no autocarro em Bragança, cidade onde reside, e vai ao encontro dele, seja no Porto, Braga ou em Lisboa, com um saco de cheio de livros para autografar. Nunca esteve nos Estados Unidos, mas daí, graças a um amigo, também lhe chegam obras literárias dedicadas
Persistente. Atento à movimentação dos homens e mulheres de letras. Por um livro autografado de escritor de que "goste muito" vai de Bragança ao Porto ou a Lisboa, de autocarro, outras vezes à boleia. Da sua biblioteca, entre primeiras edições do padre António Vieira e outros livros raros, orgulha-se da obra completa de Agustina - tem todos os livros com dedicatória. No último, a autora de Sibila, com toque de ironia, inverteu os papéis: "Para Joaquim Oliveira, lembrança da sua admiradora", escreveu.Professor de Química, reformado, Joaquim Oliveira cultiva a paixão dos livros com a marca pessoal do autor. Livros em vários idiomas. Nunca foi aos Estados Unidos, mas, amiúde, recebe em casa, na cidade de Bragança, primeiras edições de escritores de língua inglesa e respectiva dedicatória. É um generoso americano que trata do assunto: vai aos lançamentos literários e pede a dedicatória em nome do amigo português.Em território nacional é Joaquim Oliveira, sem ajuda de terceiros, a perseguir a "presa". Ele própria afirma que "a época" (palavra que os caçadores usam) começa em Fevereiro, no Correntes d'Escritas, Póvoa de Varzim. Passa por Matosinhos, pelo encontro de literatura de viagem, e feiras do livro de Braga, Porto e Lisboa. O antigo docente de Química não esquece os leilões de bibliotecas particulares nem as visitas a alfarrabistas portuenses e da capital.O nome do bibliófilo de Bragança já apareceu nas páginas do jornal ABC. J. J. Armas Marcelo, escritor espanhol, veio ao Correntes d'Escritas e terá ficado impressionado com a quantidade de livros que um leitor luso lhe dera para assinar. Escreveu, então, uma crónica a contar o episódio vivido com Joaquim Oliveira na Póvoa de Varzim. Mas, pelos visto, cobriu-se se brios e exagerou: "Ele diz que apareci com os livros todos para assinar, é mentira: só levei seis ou sete e ele escreveu mais de 15."Lê muito. Admira a escrita de Raul Brandão e tem quase tudo de Cecília Meireles. Detesta a pobreza de certas dedicatórias de : "Para Joaquim Oliveira, António Lobo Antunes"; ou "cordialmente, José Saramago".

Que tristeza!

Depois disto, por mim em 2009 José Sócrates (que tanto tenho criticado) até pode ficar como primeiro-ministro.

A propósito

A propósito do post anterior, uma foto que tirei em finais de 2006 no sul de França. Lembrei-me dela por causa da imagem que escolhi de Corto Maltese.

Corto Maltese

Citações de Corto Maltese. Estão no blog de Tomás Vasques, «Hoje Há Conquilhas» (a série começou aqui). Uma ideia tão bela como plena de sabedoria.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Olhem para o que ele escreve…

Antes de escrever coisas como estas, Pacheco Pereira devia pensar um bocadinho nas «campanhas» que faz, entre outros meios de comunicação social, na «Quadratura do Círculo», da SIC Notícias. Se fosse num programa televisivo de Nova Iorque (cidade da qual refere um jornal) poderia ir também «para a rua», como sugere que devia acontecer a um jornalista do «Diário de Notícias», que lhe responde aqui.
Mais uma coisa, que é obviamente subjectiva: imagino Pacheco Pereira a escrever o post, furibundo, a destilar ódio o mais depressa que podia, isto porque usou a expressão «ia para a rua» (se tivesse usado «seria despedido», por exemplo, já o imaginaria a escrever com mais calma, ou «com tranquilidade» – como até há uns tempos dizia o Paulo Bento).
Olhem para o que ele escreve, logo ele, que dá a ideia de esperar que ninguém olhe para o que ele faz...

Edição de Junho da revista «Ler»

Está aqui a capa. Com Saramago, ao que parece, a responder às bocas um bocado parvas que Lobo Antunes lhe atirou há um mês. No blog da revista voltaram a fazer suspense sobre a capa, mas desta vez não valia a pena, porque via-se logo no primeiro quadradinho que se tratava de Saramago, coisa que foi confirmada no segundo e no terceiro (onde até os pulsos do Nobel apareciam). A verdade é que Saramago já se tinha deixado fotografar para outras entrevistas com aquele pullover branco, daí que o jogo desta vez não tenha funcionado, ao contrário do que aconteceu há um mês com Lobo Antunes. Mais uma curiosidade, nesta foto da capa da «Ler», não sei por quê, Saramago faz lembrar vagamente o ET.

Sete retratos de Portugal

Este, este, este, este, este, este e mais este,

Animais de «O que Entra nos Livros» (12)

Só um dos gatos apareceu, o branco, rebolando-se junto de mim. Os restantes três deviam andar na caça, ou em disputas no montado com alguma gineta.
Excerto do romance «O que Entra nos Livros»; foto tirada em princípios de 2005, por aqui.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

A abelha

O Pedro tem razão nesta análise sobre o debate de ontem por causa das eleições no PSD, nomeadamente na vitória de Patinha Antão, que no fim não deve interessar para nada. Mas não deixa de ser uma vitória. Nos bocados em que estive de olhos abertos notei os brilharetes de Patinha Antão (com quem não simpatizo por aí além), as figuras tristes de Manuela Ferreira Leite (com quem duvido que haja mais do que vinte e cinco pessoas que simpatizem), também alguns brilharetes de Pedro Santana Lopes (com quem simpatizo, mas daí a votar…) e um estranho apagamento do outro Pedro (em quem de início até apostava).
Ainda sobre Patinha Antão, e este post é mais sobre ele do que sobre o debate, a sua maneira de estar de ontem à noite lembrou-me uma visita de Durão Barroso a Monchique, em 2001, em que ele o acompanhava mais uma personagem sinistra da política algarvia que viria a chegar, vá-se lá saber como, a secretário de Estado. Já quando no microfone anunciavam Durão Barroso no sítio onde haveria de falar, a verdade é que o homem não aparecia. Explicaram-me depois a razão… Quando ele (Durão) ia a sair do carro uma abelha tentou picá-lo, e ele vai daí nem pensou duas vezes, voltou a sentar-se no banco e fechou a porta o mais depressa que pôde. Patinha, que seguia no mesmo carro, saiu de cabeça bem levantada (na volta pronto a falar ele próprio, se fosse preciso). A abelha ainda estava por perto. Depois fugiu e Durão lá apareceu.

«Pessoal», edição de Junho

Capa da revista «Pessoal» de Junho. O meu editorial está disponível no blog «Mundo RH».

O meio editorial

Algumas opiniões de Nelson de Matos sobre o meio editorial português, ou como agora se diz, o mercado do livro. Podem ser lidas aqui.
«Este súbito e significativo interesse (para não dizer ‘assalto’) de alguns grupos financeiros (repare que não digo editoriais) pelo nosso pobre mercado do livro, causa-me bastante admiração, sobretudo se comparado com os quase estagnados índices de leitura e de compra de livros que regularmente são publicados. Será que passámos a ser um país com 100.000 leitores para cada livro? Ou tudo isto não passa de puras operações especulativas num mercado desprevenido; de operações de compra e venda realizadas em cadeia?» (foto: João Andrés)

O fim?

Soares Franco perdeu mas na prática ganhou. Talvez tenha começado aqui o fim do Sporting. Entretanto, o texto de Rui Santos em que o fim era anunciado já teve resposta, uma resposta lamentável, como já se esperava. Rui Santos não foi agredido com barrotes como há uns tempos à saída da SIC, mas os gestores (?) do Sporting chamaram-lhe «cobarde», num comunicado em que se destacam outros adjectivos, como «patético» ou «miserável», para além de expressões como «humilhado e ridicularizado», «complexos de natureza pessoal ou profissional» ou «homem com um mínimo de carácter». O comunicado está aqui. Já o meu clube tivesse na sua liderança gente tão capaz para gerir um clube de futebol como Rui Santos demonstra ser enquanto comentador…

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Cercas

Hoje, ao fim da tarde, regressei do trabalho, de Lisboa, a ouvir uma entrevista de Carlos Vaz Marques na TSF a um escritor absolutamente notável, o que aparece nesta foto, Javier Cercas. Uma hora de viagem até ao Alentejo, fantástica.

Os idiotas

Ver aqui.

No regresso de Mourinho

Agora que Mourinho regressa ao futebol, e agora que vou passar a ter de fazer uma coisa que nunca antes imaginei que é torcer pelo Inter de Milão, é tempo de recordar alguns segredos do «special one»; aqui.

Inquietante

Um texto inquietante de Rui Santos sobre o Sporting, o meu clube, que pode ter hoje o último dia da sua história. Ler aqui.

As músicas da selecção

No Euro 2004, Scolari convocou Roberto Leal. No Mundial da Alemanha, Pauleta recomendou Quim Barreiros («A Garagem da Vizinha»). Agora, no novo Euro, Roberto Leal apareceu mesmo sem ser convocado. E uns dias depois, convocada ou não, apareceu uma cantora um bocadinho para o pesado na Feira de São Mateus, bem perto da selecção, a cantar por Portugal. Tantas músicas (e tão, digamos assim, peculiares), até onde levarão o onze de Scolari?

Português confuso

O Sporting tem no site uma área dedicada a «modalidades extintas» (como se sabe, no Sporting de Soares Franco são muitas). Numa dessas modalidades (actividades subaquáticas), o texto de apresentação começa assim, apesar da extinção: «No mar, o Sporting não tem rivais.»

terça-feira, 27 de maio de 2008

Seis pormenores da tarde

Adeptos do Sporting não apoiam Soares Franco

Um comunicado divulgado hoje pela Associação de Adeptos Sportinguistas (AAS). Coloco-o a seguir na íntegra. Ver debate aqui e aqui.
No seguimento da recente proposta da Direcção do Sporting Clube de Portugal, a ser sufragada na próxima AG do próximo dia 28, a AAS informa que:
1. Aguardou serenamente pela sessão de esclarecimento proposta pela Direcção do Clube.
2. Não se considera totalmente esclarecida quanto aos reais propósitos da operação proposta, preferindo uma reformulação da mesma em diferentes moldes, aproveitando as ideias-chaves positivas que a mesma proposta tem.
3. Os principais pontos a necessitar superior esclarecimento são:
- A passagem da Academia para a Sporting SAD não contempla nenhuma amortização à actual dívida de 72 M€ do clube perante aquela.
- A passagem da Academia para a Sporting SAD nos moldes propostos representa uma clara mais valia para os accionistas da SAD em detrimento do clube, dada a prevísivel valorização dos terrenos em causa.
- As VMOC’s podem ser convertiveis para acções caso o Sporting não consiga, no prazo de 5 anos, angariar os 60 M€ necessários para distribuir pelos investidores das VMOC’s. Qual é, então, a estratégia do clube para, no espaço de 5 anos, angariar tal quantia?
- A conversão das VMOC’s em acções da Sporting SAD resultarão num aumento de capital, em que o Sporting Clube de Portugal perderá a maioria do capital social na SAD. Ainda que detentor de acções de categoria A – que permitem o bloqueio de determinadas decisões da Admnistração daquela empresa, como seja a alienação de património, a gestão do futebol do clube ficará totalmente nas mãos de investidores. Com tudo o que uma visão puramente economicista pode transportar de negativo para um clube desportivo.
- A passagem da Sporting Comércio e Serviços para a Sporting SAD representa um claro défice ao nível ético, visto que o vendedor dos direitos televisivos tornar-se-ia igualmente o comprador.
- É referido pela Direcção do clube que pretende investir no Projecto Desportivo. Que Projecto Desportivo é este, quais as suas linhas de orientação mestras e qual o seu planeamento estratégico?
4. Nestas condições e perante as dúvidas referidas, não considera ser plausível, aceitável ou responsável passar carta branca a ninguém, com todo o respeito que os orgãos sociais do clube nos merecem.
5. Lamenta a forma como a Direcção do clube procura impor a sua decisão, revelando a sua decisão de se demitir, caso a proposta colocada a sufrágio não seja aceite. Totalmente inaceitável, no sistema democrático em que vivemos.
6. Por tudo isto, a AAS votará em bloco “Não” e apela à mobilização dos restantes associados do clube bem como ao seu voto responsável!
Porém, mantemos a confiança que os orgãos sociais do clube consigam alterar a referida proposta indo ao encontro das preocupações dos associados.
Comité Executivo
Associação de Adeptos Sportinguistas

Sydney Pollack (1934-2008)

Morreu ontem o realizador de «África Minha». O filme é inesquecível, como a frase inicial de karen Blixen: «I once had a farm in Africa...», «Tive uma fazenda em África, no sopé das montanhas Ngongo.»

Queda para o sono

Fidel, Putin, Soares Franco

No seguimento do post anterior, veja-se o que aqui se diz sobre a estranha democracia que por estes tempos vigora no meu clube.

Ernesto Ferreira

Ainda hoje, numa entrevista ao jornal «A Bola», Dias da Cunha se refere à estratégia que quando era presidente arranjaram para que viesse a suceder-lhe Ernesto Ferreira da Silva (trabalhei numa empresa do grupo dele e não o imagino, nem a brincar, como presidente do Sporting, mas enfim...). Diz Dias da Cunha que como Ernesto Ferreira da Silva não era conhecido no universo do Sporting pensaram em metê-lo a organizar as comemorações do centenário, para assim promoverem o seu nome. Passado todo este tempo, parece que a opção já não é a de promovê-lo, longe disso. No site do clube (ainda não se lembraram de arranjar um site para a sade) colocam opiniões de sportinguistas tidos como «notáveis» sobre o projecto de reestruturação (?) financeira e a par de Rui Oliveira e Costa, Paulo Abreu, Dias Ferreira ou Eduardo Barroso lá aparece um tal Ernesto Ferreira (depois, clicando no nome, lá se percebe que é o antigo candidato a promoção intensiva para chegar a presidente).
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21-05-2008
Opiniões sobre o projecto de reestruturação financeira
O site e o jornal Sporting ouviram as opiniões de alguns sportinguistas sobre o projecto de reestruturação financeira que o Conselho Directivo vai pôr à consideração dos sócios na próxima Assembleia Geral, que se realiza no dia 28 de Maio, às 20h00, na Sala Tejo do Pavilhão Atlântico. Fique a par da opinião dos nossos entrevistados.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Um novo serviço

Para quem precisa de responder a questionários de Proust. Disponibiliza-o o excelentíssimo senhor João Villalobos, no blog «Corta-fitas», aqui. Eu, quando precisei, tive de me desenrascar sozinho.

Entregue aos bichos?

Um clube entregue aos bichos? Ver aqui.

No cinema

É uma história já com algumas décadas, que de alguma forma pode explicar o significado da expressão «Cu Judas». Ouvi-a vai para uns três anos. Duas amigas (uma delas é que me contou a história) conversavam durante uma sessão de cinema em Montemor. O tema era uma determinada pessoa, tendo uma das amigas dito que essa pessoa estava então a morar «lá para o Cu de Judas, para os lados de Santarém». Assim que isto foi dito, virou-se um senhor que estava na fila seguinte, mesmo à frente das duas, um conhecido médico da terra, o doutor Vicente (pai do escritor Alface), e disse: «Finalmente fiquei a saber onde fica o Cu de Judas. É para os lados de Santarém.» E continuou a ver o filme.

domingo, 25 de maio de 2008

O que vou escrevendo

Um pouco do que vou escrevendo…
… costumava falar de uma mulher a quem chamavam a Perdizinha, uma mulher de tempos já passados. Tratavam-na assim porque era muito pequena, mas sobretudo por andar depressa. Uma mulher rápida e pequenina, um verdadeiro contraste com outra desses tempos, a Pata Larga, forte, alta e sempre a gabar-se de que calçava o quarenta e três. A Pata Larga, contara-lhe o pai, falava como se carregasse na boca dois torrões de terra, um de cada lado, quem sabe se por causa dos equilíbrios, embora ela não precisasse muito de equilíbrios, principalmente por causa dos pés alongados.

Alfredo Saramago (1938-2008)

Deixou-nos hoje. Alfredo Saramago. Publiquei na revista, há não muito tempo, um texto que lhe pedimos, sobre os trabalhos que fazia. Deixo o texto a seguir, um texto onde a certa altura ele falava de querer «continuar a pensar, sem ter esperança de salvar o mundo», de querer «continuar a viver com entusiasmo» mesmo sabendo, «desde a primeira adolescência, o destino trágico do homem».

As reticências e outros fascínios
Quando se pede a alguém que fale de si próprio é uso dizer-se que quem deverá falar são os outros. Os que assim falam estão cobertos de razão porque nós somos o que os outros vêem em nós e não aquilo que nós pensamos que somos. É a eterna historia do «eu» e do «outro»… mas, no entanto, ninguém poderá falar melhor de nós do que nós mesmos, não existe ninguém que nos conheça melhor do que nós próprios embora o que acabei de escrever seja afirmação arriscada principalmente em tempo de celebração de efeméride freudiana…
Para falar sobre mim poderia começar por me interrogar por quê este fascínio pelas reticências… possivelmente o Dr. Freud teria alguma coisa a dizer… talvez sem me surpreender. Gosto de reticências porque sou preguiçoso e as reticências esclarecem ou induzem ao conhecimento daquilo que já não tenho pachorra para escrever. Gosto das reticências porque sou vaidoso, quero que os outros pensem que tenho muito mais a dizer mas que confio na astúcia de quem me lê para poder discorrer o que não quis explicitar.
Depois deste intróito, que poderia ser este ou outro, vamos ao que me pediram: que escreva 3.000 caracteres sobre mim e sobre o que faço. Direi que 3.000 caracteres são muitas palavras para dizer pouco ou que 3.000 caracteres são poucas palavras para dizer tanto… aqui as reticências podem ter duplo e contraditório sentido: tanto para um como para outro sentido, convocam a astúcia do leitor para imaginar um homem simples de fácil descrição ou um homem múltiplo de narração mais extensa. Com esta duvidosa explicação ganhei mais um parágrafo e poderei informar os meus leitores que neste momento já vou em 1.346 caracteres sem espaços e 1.621 incluindo espaços…
Ora então vamos à vida e ao que faço. Neste momento da vida só faço o que quero e o que gosto e o que quero e o que gosto é investigar História e Antropologia, escrever sobre estas matérias, continuar a estudar História da Alimentação, terminar dois livros sobre o assunto, fazer fotografia e preparar uma exposição, continuar a pintar depois da exposição, ver touros em Portugal e Espanha, caçar perdizes, rolas e tordos, descobrir bons vinhos, comer o que me dá prazer e ensaiar novos paladares, viajar, ouvir as músicas ditas clássicas que me têm acompanhado a vida, continuar o esforço para aprender a gostar das já ditas clássicas mas contemporâneas, visitar nos museus toda a história da pintura, continuar com todo o entusiasmo a ser director e colaborador da revista «Epicur» e, mais do que tudo, a viver tranquilo com a minha mulher, com os meus filhos e com os meus netos e a conviver com os meus amigos.
Quero continuar a pensar, sem ter esperança de salvar o mundo, quero continuar a viver com entusiasmo mesmo que saiba, desde a primeira adolescência, o destino trágico do homem. Há muito que abandonei a ideia da minha imortalidade e estou devidamente conformado com a morte inevitável. Eu sei que Deus deu ao homem, na ausência da imortalidade, a possibilidade de se poder embriagar e, por breves momentos, se sentir um semi-deus, mas gosto demasiado de vinho para beber em excesso e desta forma fico subtraído a essa brevíssima semi-imortalidade. Neste momento já tenho mais de 2.600 caracteres e estou a escrever no Alentejo, sem palavras para falar do campo, do cheiro do ar e do olhar tranquilo das pessoas que estão ao pé de mim.

[Texto de Alfredo Saramago; escrito em Serpa, a 20 de Maio de 2006]

Um certo jeito para a chantagem

Ver aqui.

Mestres do golfe

Publicado no diário da nossa república (segunda série, número 51, 12 de Março de 2008; aqui). Nem curso profissional, nem licenciatura, é mesmo mestrado. Aguarda-se, com expectativa, o doutoramento.

Tipo Estoril Open

Um comentário sobre a feira do livro (Lisboa) copiado do blog da revista «Ler».

De Bewogri a 25 de Maio de 2008 às 10:20
Não sei como funciona a APEL, o Diário de Notícias publicou uma notícia muito pouco elogiosa. É bom que se renove a Feira do Livro, que haja um café de jeito e mais do que uma ou duas esplanadas. Por outro lado, a Leya quer transformar a Feira do Livro num "evento social" e atrair as pessoas pelas razões erradas. O grupo responderia que não existem razões erradas, e onde há monopólio não há contingência. Será que nem a Feira do Livro consegue sobreviver ao folclore? Que daqui a uns anos vai haver uma "festa lendária" de encerramento? Vai ser como no Estoril Open, com a lotação garantida na tenda VIP mas nem sempre nas bancadas? Vamos ter a Caras e a Lux por lá a fotografar o Santana Lopes? Evitou-se tudo isto com o apoio da câmara. Se a Feira do Livro se transformar numa festa de "sponsors" então deve retirar-se o apoio da câmara. De qualquer maneira, eu vou lá para comprar livros (como um bom consumista), quem lá for para a festa, então que pague o consumo mínimo (a Leya agradece).

sábado, 24 de maio de 2008

A ditadura

Um clube a viver num regime de ditadura. Dias da Cunha disse uma vez que o futebol português precisava de um 25 de Abril (o comentador Rui Santos acrescentou, e bem, que um 25 de Abril não chegava, talvez só um 50 de Abril). O que Dias da Cunha estaria longe de imaginar era o Sporting de hoje sufocado por uma ditadura, uma ditadura cobarde (como são todas as ditaduras). O clube também precisa de um 25 de Abril. Ver aqui.

Um pequeno fantasma de Pessoa

Na parede de uma das casas de banho cá de casa apareceu uma pequena mancha que logo me pareceu uma silhueta de Fernando Pessoa; na volta, um pequeno fantasma do poeta. Para já a parede não vai ser limpa, e eu até estou curioso para ver o que acontece.

Entrevista de Dias da Cunha

A entrevista de Dias da Cunha, de ontem, ao «Diário de Notícias». Coloco a seguir...

Dias da Cunha
"Não tenho confiança nenhuma no presidente do Sporting"
ALEXANDRA TAVARES-TELES E ISAURA ALMEIDA
Regressou às reuniões do Conselho Leonino na semana passada, na qualidade de ex-presidente. Não foi por acaso...
Saí da última reunião em que tinha participado convencido de que era absolutamente inútil estar no Conselho. A imensa maioria dos membros estão tão agarrados ao poder ou a quem o tem que não são livres para procurar esclarecimentos. Quando, na reunião, o presidente substituto [Soares Franco] levantou pela primeira vez a questão do buraco financeiro, alegadamente da minha responsabilidade, fiquei pasmado e quis esclarecer o assunto. Fui tratado de tal maneira que percebi que as pessoas não queriam ser esclarecidas. Preferiam que aquele senhor pintasse uma situação falsa sobre a realidade financeira do clube. A partir daí, entendi que seria inútil ir a reuniões de situacionistas.
O que o levou a regressar agora?
Porque tive conhecimento do que se iria debater no CL a reestruturação financeira do clube e uns zunzuns de mais uma venda de património. Achei que o Sporting tinha o direito de me exigir o esforço da comparência e do confronto com aquela gente.
E voltou a ser recebido por situacionistas, como lhes chama?
Exactamente. E para grande espanto meu, até pessoas eleitas pela lista concorrente a agir pelo mesmo diapasão.
A reestruturação financeira de agora em que difere da sua em 2005?
Continua a explorar-se a história do buraco. Tanto quanto me sinto à vontade para afirmar, as contas consolidadas do Sporting, a menos que tenham sido feitos grandes disparates em termos de contratações, continuam semelhantes, com os resultados na ordem de grandeza que serviu em 2005 para fazer a reestruturação com os bancos. De acordo com aquilo que foi dito, há uma melhoria no que respeita ao serviço da dívida, como uma redução dos encargos financeiros e das taxas de juro em diferentes operações. E isso coloca-me uma questão: como é que se explica que tendo os juros subido, o Sporting consiga reduzir a taxa ponderada [de 6,3 para 4,7]. São estes negociadores do Sporting gestores de um outro planeta, uns génios? Ou esta equipa dos bancos é substancialmente menos competente do que a que negociou com o Sporting desde 2005, indo agora contra os interesses patronais? É uma questão que deve interessar à CMVM e ao Banco de Portugal. Eu gostava de perguntar ao Banco de Portugal por que razão foram dadas condições especiais, de verdadeiro favor, ao Sporting.
Vai à próxima Assembleia Geral?

Não sei ainda. E estou a falar agora porque me sinto na obrigação de esclarecer os sócios.
O que é que pode então acontecer ao Sporting se as propostas da direcção forem aprovadas?
Aquilo que foi apresentado é uma operação muito complexa. Em causa está a emissão de um empréstimo obrigacionista de 60 milhões de euros obrigatoriamente convertível em capital. Estamos a falar de 30 milhões de acções, número suficiente para garantir a maioria do capital. Segundo Filipe Soares Franco, se as obrigações continuassem nas mãos dos bancos e estes fizessem a conversão, ficava-se perante a obrigatoriedade de uma OPA. Ou seja, essa operação permitiria que a maioria da SAD deixasse de ser do Sporting.
Soares Franco também disse que esse risco só se concretiza se o Sporting em cinco anos não fizer nada para o contrariar. E ele espera que se faça alguma coisa.
Pois, mas essa esperança não basta.
Não é inevitável que os clubes percam o controlo das SAD?
Só os sócios do Sporting podem decidir. Mas para isso precisam de estar devidamente informados. Precisam de saber que, aprovando este empréstimo obrigacionista, perdem dentro de cinco anos a gestão do futebol. Mas ceder à SAD a posição do Sporting na Academia é igualmente grave.
O clube fica com crédito, suprimentos, por exemplo, que se poderá converter em capital ficando o Sporting com a maioria.
Tudo isso são mais ses. Não, a operação que reduz o preço do endividamento só pode ser aprovada quando tudo estiver preto no branco e quando houver a garantia de que o Sporting não perde a maioria da SAD.
Tal garantia é possível?
Penso que sim, mas é preciso envolver os bancos desde já e garantir que estão de boa-fé. Um deles, tenho a certeza de que está; o outro não sei se está ou não está. E, mais, é preciso não esquecer onde fica a Academia, em Alcochete...
Está a referir-se à valorização dos terrenos de Alcochete devido ao novo aeroporto?
Claro. Por quanto tempo ficará proibida a construção e alterações na zona? Ad aeternum? Estou de sobreaviso em relação àquele senhor [Filipe Soares Franco] e não acredito que os bancos façam obras de caridade. Que combinações são estas? Se o povo do Sporting acordar, pode impedir esta operação ou exigir garantias.
E alternativas?
O Sporting é solvente, tal como se previu em 2005, mesmo aceitando que já foi empobrecido com os maus negócios da venda de património já efectuado. Aliás, as principais receitas nem provinham do património alienado. Portanto, o Sporting é capaz de continuar a gerar as receitas que lhe permitam assentar a estratégia na reestruturação de 2005.
E faz sentido a Sporting Comércio e Serviços passar para a SAD?
Não. A SAD tem de tratar exclusivamente da gestão do futebol. E não é nada fácil.
Depois da tantas críticas à reestruturação agora proposta, como foram feitos os acordos de 2005?
Tendo em conta as contas de exploração provisional do Sporting clube e das diferentes empresas do grupo ao longo de uma série de anos, durante os quais, assumindo determinados compromissos, se iria libertar o cash necessário, pagar o serviço da dívida e os próprios empréstimos. Estou convencido de que as realidades por detrás das contas dos anos daqui para a frente não se alteraram a não ser num aspecto: venda do património.
Na reestruturação de 2005, também se previa a alienações...
Mas noutros moldes. Fazia parte a alienação de dois dos seus bens: o edifício-sede e o Alvaláxia. Estava subentendido e registado em acta, de que possuo cópia, que não se tratava de alienações puras e duras, mas tão-somente de uma operação em fundos, o que significava o retorno. O clube acabou por vender mais do que devia e por valores abaixo das ofertas que o Sporting tinha com os negócios financeiros. Alguém saiu beneficiado.
Quem?
Não sei e não quero entrar por aí.
Está a dizer que esta direcção não é séria?
Sim. Não tenho confiança nenhuma no presidente e não acredito nele, portanto, não acredito nas pessoas que o acompanham. Não é confiável, aquilo a que chamam de pessoa séria porque não é sério quem quebra compromissos. Ele tinha assumido comigo, por escrito e de viva voz, que nunca seria candidato a presidente do Sporting. Esta é a primeira razão para não o considerar sério. Para ele, os compromissos não querem dizer coisa nenhuma, quebrou-os e nunca me deu uma palavra de explicação. Segunda razão: ter inventado o buraco financeira. Na altura, pedi que fosse feita uma auditoria às contas para as pessoas saberem o que era o buraco. Para aquilo fazer sentido tinha de se ter verificado, em reuniões mensais com o Sporting, um desvio significativo dos orçamentos aprovados pelos bancos. O que não a aconteceu. Eu tenho as actas.
Guardou-as?
Sim, por mero acaso. Saí do Sporting sem qualquer papel.
Quando diz que este presidente não é sério, está a dizer que prejudica voluntariamente o Sporting em benefício de terceiros?
Não tenho nada que me permita afirmar tal coisa. Mas a venda de património, tendo em conta o que a rodeou, é desonesta. É uma infâmia.
Está arrependido de ter aberto a porta a Filipe Soares Franco?
Sim, completamente. É uma das poucas coisas de que me arrependo na vida.
Quando saiu do Sporting, imaginava que ia ter essa desilusão?
Com a traição de Filipe Soares Franco, confesso que não contava.
E considera-se traído por Ribeiro Teles, que se demitiu em consequência do manifesto [pacto entre Benfica e Sporting, que visava credibilizar o futebol português], ou até por Rui Meireles?
Ribeiro Teles... nem vale a pena falar. O Rui Meireles foi de uma extrema lealdade. Apesar de defender a venda pura e dura, nunca fez nada contra o decidido nas reuniões da Comissão Executiva.
Mas ele calou-se quando Filipe Soares Franco falou no buraco financeiro...
É verdade. Rui Meireles teve dois momentos para falar. Ou me prevenia desse tal buraco como responsável financeiro, e nunca o fez, ou quando o presidente do Sporting falou em buraco tinha a obrigação de repor a verdade. Um dia perguntei-lhe que buraco era aquele que justificasse a venda de património. E ele respondeu-me: "Isso é o Filipe a meter os pés pelas mãos".
Como se explica que Rui Meireles tenha feito, em nome do Sporting, um empréstimo, dando os passes de alguns jogadores como garantia, para poder pagar os salários do primeiro mês a seguir à sua saída?
O que eu sei é que nos anos em que eu fui presidente, o Sporting chegava muitas vezes ao final do mês sem dinheiro para pagar salários. O que fazia? Respondia eu próprio pelos financiamentos feitos, e os bancos perante a minha garantia nunca hesitaram. Se o Rui Meireles fez isso é porque quem estava à frente do Sporting não quis, ou não pôde, assumir essa responsabilidade. Mas aqui não estamos a falar de buraco nenhum. Estamos a falar de problemas de tesouraria.
Com a vitória na Taça de Portugal e assegurando o segundo lugar no campeonato, o Sporting salvou a época?
Não sou daqueles que consideram que o Sporting não fez uma boa época. Começou por ganhar a Supertaça e acabou a ganhar a Taça de Portugal depois de perder a Taça da Liga em penáltis. Todavia, ficar em 2.º lugar é muito importante para o Sporting.
Por que razão escolheu Paulo Bento para treinador se sabia que horas depois se ia demitir?
Porque era o que estava em melhores condições para suceder ao professor Peseiro. E não fui eu que falei com ele. Pedi a Rui Meireles que o fizesse, para que o Paulo Bento se sentisse mais confortável para aceitar, sabendo que eu estava de saída.
Se fosse presidente do Sporting, tinha despedido Paulo Bento esta época?
De maneira nenhuma.

Coisas consideradas importantes

Ver aqui.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

As silvas

Não foi por me lembrar do que às vezes passo com as silvas (na minha terra, em Monchique, diz-se balsas) que não votei no Cavaco. Mas a verdade é que depois de umas horas de voltas delas, a cortá-las, bem que poderia dizer que sim, que também foi por causa disso.

Não sei bem o que é isto

Não sei bem o que é isto, mas já não me parece que tenha muito a ver com o Sporting.

Torcato Sepúlveda (1951-2008)

Torcato Sepúlveda. Vi-o apenas uma vez. Eu ia participar num debate na feira do livro (a de Lisboa) e perto do auditório encontrei a Filipa Melo (que também tinha sido convidada). Ela desafiou-me para irmos tomar um café, pois ainda tínhamos uns quinze minutos. Ele estava sozinho numa mesa e a Filipa foi-lhe falar. Disse-lhe que eu era o António Manuel Venda, o que me deixou meio atrapalhado, porque prefiro que me tratem pelo primeiro nome. Ele cumprimentou-me e ficou a falar com a Filipa, até que tivemos de ir para o debate. Lembro-me de que pensei na minha insignificância para um jornalista muito importante da área da cultura não me ligar nenhuma. Três ou quatro anos depois li numa revista um texto dele sobre um dos meus livros, de entre os textos sobre o que escrevi talvez um dos que mais me tocou. O Francisco, seu amigo, faz-lhe aqui uma homenagem muito bonita. E aqui pode-se ouvir uma entrevista.

O que vou escrevendo

Um pouco do que vou escrevendo…
Olhou para mim e aí já conseguiu esboçar um sorriso, devagar; ainda não era bem um sorriso, mas eu senti que aos poucos haveria de ser. Levantei-me e dei-lhe as mãos, ajudei-a a pôr-se de pé e depois tentei que subíssemos a encosta. Ela acompanhou os meus esforços com esforços imensamente maiores. Quase desfalecia a cada metro que ganhava à encosta. Mas subia comigo, fazendo-me sinal para pararmos de cada vez que passávamos junto a um sobreiro. Então encostava-se ao tronco, como que a tomar fôlego, e logo a seguir apontava para cima, com a mão direita a tremer; e lá continuávamos a subida.

Falar de blogs em Beja


A estupidez

Ver aqui.

Lula Pena

Há que tempos que não via a Lula Pena… Creio que uns três anos, quando ela se foi embora de Montemor. Uma vez, num leilão de livros no largo da câmara, numa festa, vendi um disco dela por uns doze ou treze contos (e um livro do Agualusa por mais de vinte). Tempos depois, na feira do livro de Évora, na Praça do Giraldo, ela apareceu-me com uma ninhada de gatinhos para dar às pessoas, e conseguiu arranjar donos para todos. Lembro-me de uma vez, durante um debate no Convento da Saudação, onde está a companhia do Rui Horta, vê-la sentada na última fila e de ouvir o Prado Coelho segredar para uma mulher que estava ao lado dele «Aquela não é a Lula Pena?!», como se fosse uma coisa praticamente impossível encontrar a Lula Pena em Montemor. E também me lembro de uma apresentação do livro do Luis Sepúlveda «O General e o Juiz», igualmente em Montemor, em que em vez de pedir um autógrafo a ele preferi pedir a ela (no livro), à Lula Pena, que nessa festa acabou por cantar, como sempre fazia nas festas. Reencontrei-a aqui.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Dois anos

Foi há dois anos, a dia 21 de Maio de 2006, que este blog começou. Com um texto, imagine-se, sobre um português descoberto vá-se lá saber como por Dan Brown. Deixo-o a seguir…

Hulohot, o português de Dan Brown
Há um português no último livro de Dan Brown que foi publicado por cá (Bertrand, Março de 2006). Em «Fortaleza Digital» (que é do século passado – 1998 –, anterior ao «Código da Vinci» e também ao romance onde apareceu pela primeira vez o professor de simbologia por quem agora Tom Hanks dá a cara no cinema) aparece um tal Hulohot, tipo perigoso, com várias mortes no currículo e sabe-se lá o que mais. Pela lógica que Brown segue com muitas das outras personagens, Hulohot deve ser o apelido da criatura. Talvez se chame João Miguel da Silva Hulohot, ou André Eduardo Hulohot e Castro. Ou outra combinação. «Com quarenta e dois anos, o mercenário português era um dos profissionais preferidos do comandante. Havia anos que trabalhava para a NSA. Nascido e criado em Lisboa, Hulohot trabalhara para a NSA um pouco por toda a Europa. E nunca ninguém conseguira relacionar as suas acções com Fort Mead. O único senão era o facto de Hulohot ser surdo, o que impossibilitava as comunicações telefónicas.» (pag. 354)
Hulohot foi incumbido de fazer uns servicinhos em Sevilha a mando do tal comandante, o director-adjunto de operações da NSA. Fala em castelhano, mas talvez seja do calor andaluz. «– Soy Hulohot – disse o assassino. As palavras, deformadas, pareciam sair-lhe das profundezas do estômago. Estendeu a mão. – El anillo./ Becker ficou a olhar para ele, confuso./ O homem meteu a mão no bolso e tirou de lá uma arma. Ergueu-a e apontou-a à cabeça de Becker.» (p.304) Becker é David Becker, um professor de literatura que namora com a protagonista do romance. Também foi mandado para Sevilha, sem sequer imaginar no que se ia meter.
Bom, o namorado da protagonista acaba por escapar ao mercenário português, mas este não desiste e vai atrás dele, numa perseguição que tem lugar nas ruas apertadas da zona da Giralda. Hulohot vai de arma em punho, vendo a presa através dos seus óculos cujas lentes são, do lado de dentro, o ecrã do computador que tem adaptado ao peito – por arma em punho, os dedos do punho que a segura, e os do outro punho, esses dedos servem de teclado. Tecnologia norte-americana implantada em mão-de-obra portuguesa.A perseguição continua. A certa altura, a rua em que decorre começa a ficar mais estreita. Becker parece perdido. O português surdo está confiante… «As paredes apertavam-se de ambos os lados. A passagem encurvava. Procurou [Becker] um cruzamento, uma intercepção, uma saída. A passagem estreitava. Portas fechadas. Mais estreita. Portões fechados. Os passos [do terrível Hulohot] aproximavam-se. Estava [Becker] num troço a direito. E, de repente, a rua começou a subir. Cada vez mais íngreme. Sentiu [Becker] as pernas fraquejarem. Estava [Becker] a abrandar./ E então aconteceu./ Como uma estrada a que tivesse faltado o financiamento, a viela acabou. Havia uma parede elevada, um banco de madeira e mais nada.»
Rima e tudo, mas é da tradução. Já a imagem da estrada com falta de financiamento, essa deve ser mesmo de Brown. Quase tão surpreendente como o português Hulohot.

terça-feira, 20 de maio de 2008

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Já tinha saudades de jogos fáceis com o Porto

Tenho de confessar que já tinha saudades de jogos fáceis com o Porto. Finalmente, com o da final da Taça de Portugal – Sporting 2 (Rodrigo Tiuí 2), Porto 0 –, isso aconteceu. O Sporting acaba a época a ganhar, da mesma forma que começou, e assim como que apaga um percurso marcado tantas vezes pela mediocridade (sobretudo por via dos dirigentes que actualmente detêm o poder no clube).
O jogo foi fácil, com o Sporting a jogar de um forma razoável e o Porto a dar a ideia de que desceu a Lisboa com os jogadores já de férias, o treinador metido num qualquer recolhimento espiritual em que a regra fosse sobretudo não pensar e o presidente em parte incerta. Algumas notas: Rui Patrício teve pouco que fazer mas quando teve desta vez não falhou; Polga, com as duas possíveis grandes penalidades que arranjou, sempre a entrar à maluca seja fora, seja dentro da área, voltou a mostrar que é um autêntico desastre com botas de futebol; Tiuí excedeu as expectativas, mas não muito (pelo menos para mim, que nunca alinhei no coro de críticas – como já tenho aqui referido, não é nenhum Drogba, nem tão pouco nenhum Liedson, mas sabe jogar e pode sempre ser uma ajuda); puroviques, farnerudes e outros horrores estiveram de fora; a arbitragem foi um desastre (um golo que me pareceu mal anulado a Romagnoli, as entradas irresponsáveis de Polga sobre Lisandro que não foram assinaladas, o perdão de cartões ao mesmo Lisandro e a Bruno Alves, além da expulsão de Fucile, e por aí adiante); já Filipe Soares Franco, o homem que adora segundos lugares, no final parecia um pouco triste (talvez preferisse a derrota, para ficar com uma espécie de segundo lugar na prova, o que na sua imaginação, quem sabe, até daria a qualificação para mais uma liga milionária e o livraria de pagar os prémios da vitória). Ainda outra nota, nas costas dos jogadores: o Porto apareceu patrocinado pelo Banco Espírito Santo e o Sporting pelo BES.

domingo, 18 de maio de 2008

Hoje

Começos prometedores - 13

«Disfarçadamente, por entre as ervas, o anãozinho Adolfo Gimenez aproximou-se do lugar das cegonhas.»
Início de «Investigações em S», romance ainda inédito de Diana Törving

sábado, 17 de maio de 2008

Não ao acordo

O «acordo ortográfico» a passar na assembleia da nossa República quase sem se dar por isso, como se calhar até convinha a quem se lembrou desta parvoíce. Apenas quatro deputados foram capazes de dizer não. O texto abaixo, de Pedro Correia, que copio daqui (blog «Corta-fitas»), resume na perfeição aquilo que penso sobre o assunto.

Há sempre alguém que diz não
Em 230 deputados, apenas quatro se atreveram a votar ontem contra o "acordo ortográfico" na Assembleia da República, despachado com uma burocrática indiferença, quase sem debate no hemiciclo, tal como já havia sucedido com a ratificação do Tratado de Lisboa. Um dos deputados que ousou contrariar a regra da quase-unanimidade parlamentar numa questão tão polémica foi Manuel Alegre. Sinto-me representado por ele e pelos restantes três que também recusaram fazer coro com a maioria de legisladores que declarou guerra às consoantes mudas em nome da impossível unidade ortográfica luso-brasileira - Luísa Mesquita, António Carlos Monteiro e Nuno Melo. Eu e todos os portugueses que somos frontalmente contra este "acordo" agradecemos-lhes a ousadia. Felizmente há sempre alguém que diz não. Mesmo em tempos de união nacional, acrítica e monolítica.

Animais de «O que Entra nos Livros» (11)

Desde essa altura que eu prestava atenção às garças, uma atenção que era nova para mim…

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Smoke

Por causa da confusão de José Sócrates com o tabaco, lembrei-me de uma coisa já de há uns três anos, quando era vereador na câmara da minha terra. Nas reuniões do executivo municipal, sentava-me à mesma mesa que os restantes quatro elementos (o meu colega de lista, que comigo formava a oposição, e o presidente que com dois vereadores formava a maioria). O presidente e os dois vereadores que o acompanhavam, todos fumadores, nem nas reuniões largavam os cigarros, fossem elas públicas ou não. Fartos de tanta fumarada, eu e o meu colega levámos uma proposta para ver se acabávamos com aquilo.
Costumávamos levar sempre uma série de propostas, mesmo sabendo que a maioria votava contra (aliás, o presidente nem permitia que os seus dois vereadores votassem, ele falava pelos três, «a gente vota contra», «a gente vota a favor», «a gente abstém-se»). E em relação àquela proposta de proibir que se fumasse nas reuniões de câmara achávamos que ia acontecer o mesmo, mas ainda assim decidimos levá-la. Para surpresa nossa, a maioria votou a favor («a gente vota a favor»), inclusive com o presidente a dizer que aquilo até era bom para ele, por causa da saúde (via-se que estava chateado, mas tentava disfarçar). Foi das raras propostas que conseguimos que aprovassem, mas a ideia com que ficámos foi a de que tiveram vergonha de votar contra (pelo menos o presidente, que votou pelos três).
Entretanto, o tempo passou; e tanto eu como o meu colega deixámos o executivo. O presidente por lá continua, e os dois vereadores a mesma coisa (embora um se tenha rebelado), e a julgar por algumas fotos que já vi de reuniões do executivo voltou-se à moda do fumo (desconheço se foi apresentada alguma proposta para reintroduzir o consumo de tabaco nas reuniões assim que nos apanharam longe). E com a recente lei do tabaco não sei como ficou a situação.
Deixo a seguir o texto da proposta…

PROPOSTA
ASSUNTO: «Consumo de Tabaco nas Reuniões do Executivo Municipal»
Tendo em atenção a defesa da saúde de todos os participantes nas reuniões do executivo municipal de Monchique, os autarcas signatários, em reunião desse mesmo executivo municipal do dia 02 de Agosto de 2005, propõem:
- que não seja permitido fumar durante as referidas reuniões.
Os autarcas signatários recomendam que seja discutido por todo o executivo o número de pausas por reunião e a respectiva duração, de forma a não prejudicar os membros dependentes do tabaco.

Monchique, 22 de Julho de 2005

Seguia-se a assinatura do meu colega e a minha.

(imagem: «Cat smoking a cigar», de Louis Wain)

Ideias com interesse (inclusive público)

Sobre a feira do livro (convém acrescentar que é a da triste cidade de Lisboa), duas ideias copiadas daqui e daqui.

Post de Pedro Vieira no blog «Irmão Lúcia»
O melhor da aquisição do grupo oficina do livro pela leya é que se abre todo um manancial de hipóteses para romances de fusão. parece que já estou a ver o lançamento de "que farei quando tudo arde? sei lá!" na feira do livro versão 2009, com tendas à cirque du soleil, néons e baldes de pipocas. até o falo do cutileiro vai esguichar de contentamento.

Comentário de Luís Graça no blog da revista «Ler»
LAG (Luís Afonso Graça) propõe uma campanha alternativa, sob o lema:VIVA UM MUNDO DE AVENTURAS!VÁ À FEIRA DO LIVRO DE LISBOA!
Cansado do casa-trabalho, trabalho-casa?
A aventura está à sua espera na 78ª Feira do Livro de Lisboa.
O Parque Eduardo VII tem tudo, para si e para a família.
Luta na lama (Rosália Vargas---Paes do Amaral); Descidas em rapel (Restaurante Eleven--Estátua do Sebastião Melo), com T-shirts oferecidos pelos actores de "Morangos com Açúcar" aos primeiros cem compradores de "O homem sem qualidades".
Descidas de skate (tandem) por entre os stands da Leya. Se conseguir capturar um balão colorido ou um autor de papelão em tamanho natural, ganha uma colecção de catálogos das 10 editoras com maior número de vendas.
Sábado, 24 de Maio --- Grande PIPOCADA.
Junta-te à festa e partilha do espírito rave. DJ's: José Saramago e António Lobo Antunes. Participação especial de Quim Barreiros, com a comunicação: "A concentração editorial e o futuro do livro na zona do Parque Eduardo VII".
Descobre os autores escondidos nas árvores do Parque Eduardo VII e ganha uma viagem à livraria Lello (Porto, mesmo ao lado da Torre dos Clérigos). Tens "francesinhas" à borla na Lello: Yourcenar, Duras, Simone de Beauvoir.
Domingo, 25 --- I Grande Corrida à portuguesa. 10 km (para romancistas de fôlego), 5 km (para contistas), mini-prova aberta a fumadores (presença garantida de Sócrates, Platão, Aristóteles, Zenão, Tales, Aristófanes e Antígona, representada por Luís Oliveira, que dará o passo de saída).
E MUITO, MUITO MAIS!
Faz um filme com 3 minutos e manda para o You Tube. Os cinco melhores filmes ganham um curso de alfabetização para adultos ou aulas de escrita caritativa com Luís Carmelo e Pedro Sena-Lino.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Vai um café?

Um café a meio da tarde; doze imagens do percurso. (clicar em cada uma para aumentar)
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Asneiras de um presidente - 6

Ver aqui.

Os interesses públicos

Ainda não tinha escrito nada sobre a Feira do Livro de Lisboa, vulgarmente designada por «Feira do Livro» (como se fosse a única do país e quem sabe até do próprio mundo). E também não tencionava escrever, embora tenha vindo a acompanhar as peripécias, sobretudo aqui e aqui. Escrevo agora por causa de uma parte do comunicado de ontem da Câmara Municipal de Lisboa, esta… «Mostrando-se intransigente em relação aos pavilhões da Leya, que representa autores como Lobo Antunes, Lídia Jorge e Saramago, a APEL corre o risco de perder o subsídio camarário: a autarquia pode vir a invocar a perda de interesse público do evento, por via da possível ausência destes autores.» Quem sou eu para dizer que também tenho «interesse público»? Ou que posso ter nem que seja uma milésima do «interesse público» de Lídia Jorge, ou do «interesse público» de Lobo Antunes ou do «interesse público» de Saramago, os três nomes de que na câmara se lembraram? Mas claro que fiquei a pensar no que li. E lembrei-me das vezes em que fui à «Feira do Livro» para sessões de autógrafos; lembrei-me até de uma vez em que fui a um debate e que no programa me caracterizavam (a mim e a mais cinco ou seis) como «português», «europeu», «jovem», «escritor» e «para o futuro», mas sem referirem o «interesse público».
De qualquer maneira, nestas coisas de câmaras já me aconteceu pior no que diz respeito ao «interesse público». Foi há uns tempos, na minha terra (Monchique). A biblioteca municipal convidou-me para uma conversa com os leitores. Com data marcada e convites feitos (tinham-me até mandado um exemplar que por mais que me pedissem não devolvi), recebi uma chamada telefónica com um pedido de desculpas a anular a sessão, a mando do vereador da cultura, que ao saber do convite tinha mandado suspender todas as actividades culturais no concelho durante uma semana (precisamente aquela em que calhava o dia da conversa na biblioteca).

quarta-feira, 14 de maio de 2008

A refugiada

Hoje, ao fim da tarde, numa «área de refúgio de caça», aqui pelas redondezas.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Os jogadores para o europeu

Os jogadores escolhidos por Scolari para o «Euro 2008». Nada de surpreendente… Guarda-redes: Ricardo, Quim e Rui Patrício; defesas: Bosingwa, Paulo Ferreira, Miguel, Ricardo Carvalho, Pepe, Bruno Alves, Fernando Meira e Jorge Ribeiro; médios: Miguel Veloso, Petit, Raul Meireles, Deco, João Moutinho, Cristiano Ronaldo, Nani, Quaresma e Simão; avançados: Nuno Gomes, Hélder Postiga e Hugo Almeida.
Claro que haveria outras opções, mas mesmo assim não me parece que pudessem ser muitas. Por mim, lamento a ausência de Maniche (mesmo estando meio parado em Itália), noto que vão três defesas direitos (talvez Paulo Ferreira fosse dispensável) e que Ricardo (que tanto defende como é capaz de enterrar uma equipa) está de pedra e cal. O naturalizado Pepe é muito bom mas não atinge o nível de Deco e eu talvez trocasse a sua naturalização pela de Liedson. Raul Meireles com um jeitinho até se compreende que vá, pelo estatuto que ganhou no Porto (onde vive muito dos colegas que tem ao lado no meio campo), mas não deve adiantar grande coisa. O assustador Caneira desta vez não sei por que milagre ficou de fora e isso é bastante positivo. A presença de Rui Patrício é um pouco para a palhaçada, tipo o que acontece no Sporting (Scolari arranja sempre uma coisa do género, e ao guarda-redes do Setúbal deve custar muito esta decisão). Nani, felizmente, não ficou esquecido (e se Scolari não for burro vai jogar de início). Em relação aos avançados, uma nota: Hugo Almeida lá vai jogando e marcando uns golos, quanto aos outros dois têm estado um bocado desaparecidos; talvez ganhe o lugar no onze Hugo Almeida, mas eu como prefiro jogadores que saibam jogar à bola provavelmente apostava em Hélder Postiga; e Makukula se não tivesse sido parvo em ir para o Benfica era bem capaz de ter continuado a marcar golos no Marítimo e agora podia estar entre os escolhidos; eu, por mim, esquecendo a opção Liedson, obviamente teria levado o Yannick.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

A bola branca do sol

A bola branca do sol, sobre as flores do montado. Como se estivesse a chamá-las.

Com atenção

A seguir com atenção, «Rua da Castela», novo blog de Jorge Reis-Sá.

Entre aspas

Este resultado de Eriksson na despedida de Inglaterra não deve fazer com que o interesse do Benfica no treinador sueco arrefeça. A derrota por oito a um, ainda por cima contra uma equipa mediana, dá margem para dizer que o Benfica da próxima época promete, ainda que o promete deva ser colocado entre aspas.

O décimo quinto mês

Segundo o «Expresso», Paulo Teixeira Pinto aumentou os salários de todos os trabalhadores da editora que recentemente adquiriu (a Guimarães), tendo além disso proporcionado um décimo quinto mês de vencimento. O governo não quererá ouvi-lo na revisão que prepara para o Código do Trabalho?

O «grande» campeão

Como se esperava, a vitória sobre o desesperado Boavista (Sporting 2 – Romagnoli e Tiuí –, Boavista 1) garantiu o segundo lugar no campeonato e a presença directa na Liga dos Campeões. Um jogo triste, ou um triste jogo, para ser mais exacto, embora se possa dizer que o que era preciso era a equipa ser prática, ou pragmática, como se diz em círculos tidos como mais elevados. Podia aqui assinalar o primeiro golo de Rodrigo Tiuí, o facto de Vukcevic voltar a ser o jogador desastrado de outras alturas da época, as fragilidades de Rui Patrício, o humor de Paulo Bento ao fazer entrar o inútil Farnerud… Mas não, prefiro guardar as palavras para uma homenagem a Filipe Soares Franco, o «grande» campeão do Sporting (talvez o único), pois para ele o segundo lugar e o dinheiro do prémio da Liga dos Campeões que a UEFA há-de mandar são os únicos objectivos e valem mais do que a conquista de qualquer campeonato; campeonatos, essas insignificâncias (e que ainda por cima fazem aumentar os custos por causa dos prémios aos jogadores e aos técnicos), para Filipe Soares Franco nem pensar; pelos campeonatos que lutem o Porto, o Real Madrid, o Manchester United, o Bayern de Munique, o Lyon, o Inter de Milão, clubes de gente que não percebe a verdadeira essência da gestão. O que seria de nós, sportinguistas, sem este gestor que não falha os seus objectivos? (embora sejam sempre, como se sabe, objectivos de segunda)

domingo, 11 de maio de 2008

Frente a frente

Esta tarde, quase um duelo ao sol.

Títulos

Dois dos últimos posts que aqui deixei. Lembram-me títulos. Um deles, este, inclusive é igual a um título, «O Preço das Casas», belíssimo livro de poemas do meu amigo Joaquim Cardoso Dias. O outro, este, curiosamente lembra-me o título de um romance de Alexandre Pinheiro Torres, «Espingardas e Música Clássica».

Animais de «O que Entra nos Livros» (10)

As perdizes estavam por perto, mas não interessavam muito para a trama.