Por causa da confusão de José Sócrates com o tabaco, lembrei-me de uma coisa já de há uns três anos, quando era vereador na câmara da minha terra. Nas reuniões do executivo municipal, sentava-me à mesma mesa que os restantes quatro elementos (o meu colega de lista, que comigo formava a oposição, e o presidente que com dois vereadores formava a maioria). O presidente e os dois vereadores que o acompanhavam, todos fumadores, nem nas reuniões largavam os cigarros, fossem elas públicas ou não. Fartos de tanta fumarada, eu e o meu colega levámos uma proposta para ver se acabávamos com aquilo.
Costumávamos levar sempre uma série de propostas, mesmo sabendo que a maioria votava contra (aliás, o presidente nem permitia que os seus dois vereadores votassem, ele falava pelos três, «a gente vota contra», «a gente vota a favor», «a gente abstém-se»). E em relação àquela proposta de proibir que se fumasse nas reuniões de câmara achávamos que ia acontecer o mesmo, mas ainda assim decidimos levá-la. Para surpresa nossa, a maioria votou a favor («a gente vota a favor»), inclusive com o presidente a dizer que aquilo até era bom para ele, por causa da saúde (via-se que estava chateado, mas tentava disfarçar). Foi das raras propostas que conseguimos que aprovassem, mas a ideia com que ficámos foi a de que tiveram vergonha de votar contra (pelo menos o presidente, que votou pelos três).
Entretanto, o tempo passou; e tanto eu como o meu colega deixámos o executivo. O presidente por lá continua, e os dois vereadores a mesma coisa (embora um se tenha rebelado), e a julgar por algumas fotos que já vi de reuniões do executivo voltou-se à moda do fumo (desconheço se foi apresentada alguma proposta para reintroduzir o consumo de tabaco nas reuniões assim que nos apanharam longe). E com a recente lei do tabaco não sei como ficou a situação.
Deixo a seguir o texto da proposta…
Costumávamos levar sempre uma série de propostas, mesmo sabendo que a maioria votava contra (aliás, o presidente nem permitia que os seus dois vereadores votassem, ele falava pelos três, «a gente vota contra», «a gente vota a favor», «a gente abstém-se»). E em relação àquela proposta de proibir que se fumasse nas reuniões de câmara achávamos que ia acontecer o mesmo, mas ainda assim decidimos levá-la. Para surpresa nossa, a maioria votou a favor («a gente vota a favor»), inclusive com o presidente a dizer que aquilo até era bom para ele, por causa da saúde (via-se que estava chateado, mas tentava disfarçar). Foi das raras propostas que conseguimos que aprovassem, mas a ideia com que ficámos foi a de que tiveram vergonha de votar contra (pelo menos o presidente, que votou pelos três).
Entretanto, o tempo passou; e tanto eu como o meu colega deixámos o executivo. O presidente por lá continua, e os dois vereadores a mesma coisa (embora um se tenha rebelado), e a julgar por algumas fotos que já vi de reuniões do executivo voltou-se à moda do fumo (desconheço se foi apresentada alguma proposta para reintroduzir o consumo de tabaco nas reuniões assim que nos apanharam longe). E com a recente lei do tabaco não sei como ficou a situação.
Deixo a seguir o texto da proposta…
PROPOSTA
ASSUNTO: «Consumo de Tabaco nas Reuniões do Executivo Municipal»Tendo em atenção a defesa da saúde de todos os participantes nas reuniões do executivo municipal de Monchique, os autarcas signatários, em reunião desse mesmo executivo municipal do dia 02 de Agosto de 2005, propõem:
- que não seja permitido fumar durante as referidas reuniões.
Os autarcas signatários recomendam que seja discutido por todo o executivo o número de pausas por reunião e a respectiva duração, de forma a não prejudicar os membros dependentes do tabaco.
Monchique, 22 de Julho de 2005
Seguia-se a assinatura do meu colega e a minha.
(imagem: «Cat smoking a cigar», de Louis Wain)
1 comentário:
Começo a suspeitar que foi José Sócrates que mandou desmantelar o bar de strip "O avião". Não se podendo fumar a bordo...
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