Ainda não tinha escrito nada sobre a Feira do Livro de Lisboa, vulgarmente designada por «Feira do Livro» (como se fosse a única do país e quem sabe até do próprio mundo). E também não tencionava escrever, embora tenha vindo a acompanhar as peripécias, sobretudo aqui e aqui. Escrevo agora por causa de uma parte do comunicado de ontem da Câmara Municipal de Lisboa, esta… «Mostrando-se intransigente em relação aos pavilhões da Leya, que representa autores como Lobo Antunes, Lídia Jorge e Saramago, a APEL corre o risco de perder o subsídio camarário: a autarquia pode vir a invocar a perda de interesse público do evento, por via da possível ausência destes autores.» Quem sou eu para dizer que também tenho «interesse público»? Ou que posso ter nem que seja uma milésima do «interesse público» de Lídia Jorge, ou do «interesse público» de Lobo Antunes ou do «interesse público» de Saramago, os três nomes de que na câmara se lembraram? Mas claro que fiquei a pensar no que li. E lembrei-me das vezes em que fui à «Feira do Livro» para sessões de autógrafos; lembrei-me até de uma vez em que fui a um debate e que no programa me caracterizavam (a mim e a mais cinco ou seis) como «português», «europeu», «jovem», «escritor» e «para o futuro», mas sem referirem o «interesse público».
De qualquer maneira, nestas coisas de câmaras já me aconteceu pior no que diz respeito ao «interesse público». Foi há uns tempos, na minha terra (Monchique). A biblioteca municipal convidou-me para uma conversa com os leitores. Com data marcada e convites feitos (tinham-me até mandado um exemplar que por mais que me pedissem não devolvi), recebi uma chamada telefónica com um pedido de desculpas a anular a sessão, a mando do vereador da cultura, que ao saber do convite tinha mandado suspender todas as actividades culturais no concelho durante uma semana (precisamente aquela em que calhava o dia da conversa na biblioteca).
De qualquer maneira, nestas coisas de câmaras já me aconteceu pior no que diz respeito ao «interesse público». Foi há uns tempos, na minha terra (Monchique). A biblioteca municipal convidou-me para uma conversa com os leitores. Com data marcada e convites feitos (tinham-me até mandado um exemplar que por mais que me pedissem não devolvi), recebi uma chamada telefónica com um pedido de desculpas a anular a sessão, a mando do vereador da cultura, que ao saber do convite tinha mandado suspender todas as actividades culturais no concelho durante uma semana (precisamente aquela em que calhava o dia da conversa na biblioteca).
1 comentário:
Já sabes, António:
enquanto o Aníbal me der uma cadeira, estarei sempre ao teu lado nas tuas sessões de autógrafos, faça chuva ou faça sol.
Também tenho andado a passarinhar no blog da LER e dos BLOGTAILORS. Sem resistir a mandar uma farpazinhas. Já me passou a saturação. Agora estou numa de aproveitar os motes para exercícios de escrita criativa.
Volta e meia tenho uma recaída e falo a sério.
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