quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Revista «human» de Janeiro
Nas bancas a partir de hoje. É o número 13, de Janeiro de 2010. Mais informações sobre a edição aqui. Deixo a seguir o meu editorial…
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Um novo ano
Começamos com este número da «human» um novo ano, o segundo do projecto editorial da Just Media para o universo dos recursos humanos e da gestão. E começamos regressando ao alinhamento habitual, depois de em Dezembro passado termos feito a nossa edição especial de 2009. Nesse alinhamento, contudo, introduzimos duas novidades, uma coluna de opinião sobre o tema do coaching (inaugurada por Ana Karina Milheiros, que preside a uma associação de profissionais da área) e uma secção sobre responsabilidade social (em que o primeiro artigo apresenta o exemplo do Grupo Luís Simões, com um projecto que visa reduzir o impacto ambiental da sua frota de camiões).
Uma curiosidade: o tema de capa (como uma empresa procura envolver os seus colaboradores, no caso a Vodafone Portugal), no arranque deste novo ano tem algumas semelhanças com a escolha que fizemos no início de 2009, no lançamento do projecto da «human»; na altura, destacámos também uma instituição de referência, o Banco Santander Totta, e o enfoque foi na valorização das pessoas, algo que nos pareceu ser aí uma realidade. Outra curiosidade: para ambos os casos entrevistámos a responsável pelos recursos humanos, agora Cecília João Bom, há 12 meses Isabel Viegas (duas das mais prestigiadas profissionais da área no nosso país); isto para além de também em ambos os casos termos tido a colaboração dos respectivos presidentes, Nuno Amado e António Coimbra.
Não se fica obviamente por aqui a edição. Liderança (com uma reportagem sobre o que nesse campo se pode aprender com os cavalos), recrutamento e selecção (com as perspectivas de especialistas sobre a actividade este ano) ou a forma como as empresas podem ajudar os colaboradores a realizar os seus sonhos (com um caso bem feliz, da Altitude Software) são alguns exemplos dos trabalhos que preparámos. Mas há outros, para que este possa ser um mês de boas leituras.
Votos de um excelente 2010!
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Um novo ano
Começamos com este número da «human» um novo ano, o segundo do projecto editorial da Just Media para o universo dos recursos humanos e da gestão. E começamos regressando ao alinhamento habitual, depois de em Dezembro passado termos feito a nossa edição especial de 2009. Nesse alinhamento, contudo, introduzimos duas novidades, uma coluna de opinião sobre o tema do coaching (inaugurada por Ana Karina Milheiros, que preside a uma associação de profissionais da área) e uma secção sobre responsabilidade social (em que o primeiro artigo apresenta o exemplo do Grupo Luís Simões, com um projecto que visa reduzir o impacto ambiental da sua frota de camiões).
Uma curiosidade: o tema de capa (como uma empresa procura envolver os seus colaboradores, no caso a Vodafone Portugal), no arranque deste novo ano tem algumas semelhanças com a escolha que fizemos no início de 2009, no lançamento do projecto da «human»; na altura, destacámos também uma instituição de referência, o Banco Santander Totta, e o enfoque foi na valorização das pessoas, algo que nos pareceu ser aí uma realidade. Outra curiosidade: para ambos os casos entrevistámos a responsável pelos recursos humanos, agora Cecília João Bom, há 12 meses Isabel Viegas (duas das mais prestigiadas profissionais da área no nosso país); isto para além de também em ambos os casos termos tido a colaboração dos respectivos presidentes, Nuno Amado e António Coimbra.
Não se fica obviamente por aqui a edição. Liderança (com uma reportagem sobre o que nesse campo se pode aprender com os cavalos), recrutamento e selecção (com as perspectivas de especialistas sobre a actividade este ano) ou a forma como as empresas podem ajudar os colaboradores a realizar os seus sonhos (com um caso bem feliz, da Altitude Software) são alguns exemplos dos trabalhos que preparámos. Mas há outros, para que este possa ser um mês de boas leituras.
Votos de um excelente 2010!
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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
O pequeno construtor de searas
E a cada final de ano, quando se aproximava o Natal, quando começava a construir searas, ele pensava no que fazer para que os outros dois reis aparecessem.
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Houve um tempo em que ele construía searas. Na casa da tia, em Novembro, logo em fins de Novembro. Usava latinhas de conserva, sem o papel à volta com a marca, sem que depois se percebesse que vinham de acondicionar filetes de cavala, ou lulas, ou sardinhas, ou carapaus, ou até bocados de atum. Punha água e trigo nas latinhas anónimas e esperava que as searas crescessem, dia após dia, para que no Natal pudesse tê-las no presépio, os verdes campos de trigo, bem viçosos, já com as latinhas escondidas pelo musgo apanhado nas pedras do cerro por cima da fazenda.
Nunca falhou com uma seara, uma só que fosse. A cada ano dos natais em que construiu searas para representar no presépio os campos de cultivo, nunca falhou. Punha-as sempre à beira do caminho, do risco de areia que arranjava em cima do musgo desde os ladrilhos da sala até à cabana onde colocava o menino, a mãe e o carpinteiro que estava casado com ela. A cabana da estrela de prata de chocolate, do burro cinzento e da vaca cor-de-laranja com um dos chifres partidos.
Ele usava as figuras que já vinham do tempo da avó. O menino, do mesmo tamanho da mãe, do carpinteiro, do burro e da vaca cor-de-laranja, cinco ou seis ovelhas, um músico de Viena, dois patos e um rei solitário, negro, bem negro, sempre montado num camelo a meio caminho entre os ladrilhos e a cabana, todos do tamanho do menino.
Na igreja da vila, no presépio que o prior mandava fazer todos os anos, havia tantas outras figuras, até um pastor para as ovelhas, como o que depois ele conseguiu comprar na loja onde se entregava o totobola. Um pastor para as ovelhas, de capote amarelo e com um ar tão novo entre as figuras do presépio que ele fazia na casa da tia; foi o pastor que acabou por ser a única novidade em tantos anos no presépio das searas. Mas o presépio da igreja... Aí havia pontes, todas do tamanho do menino e das ovelhas, e castelos, também do tamanho do menino e das ovelhas, e do carpinteiro e da mãe do menino. E poços, desse tamanho também, e fontes, e camponeses, e os três reis magos, e cães, e cavalos, e carros-de-besta (com as bestas), todos do tamanho do menino. Na igreja da vila.
Todas essas figuras, ou umas parecidas, os poços, os camponeses, os cães, os carros-de-besta, os castelos, uma ponte, pelo menos uma, todas ele desejava ter para colocar no presépio da casa da tia. Mas apenas conseguiu o pastor. O rei negro ficava sozinho a meio do risco de areia que levava à cabana do menino, ano após ano. E era apenas disso que ele tinha vergonha, de ter um viajante de terras longínquas sem os dois companheiros de visita, como no presépio da igreja da vila. E a cada final de ano, quando se aproximava o Natal, quando começava a construir searas, ele pensava no que fazer para que os outros dois reis aparecessem. Mas nunca apareceram, nunca, em nenhuma das vezes em que foi buscar a velha caixa de sapatos com as figuras embrulhadas em papel vegetal.
Um dia, na cidade, viu uns presépios diferentes, apenas com o menino, a mãe e o carpinteiro que era o marido da mãe do menino. Nem a cabana aparecia nesses presépios, e do burro e da vaca nem sinal. Só uma caminha de palha para o menino. Nem a estrela que indicava a direcção do menino. Talvez por isso não aparecesse ninguém de visita, nem ovelhas, nesses presépios, talvez por falta da estrela. Foi o que ele pensou, mas aí já não era uma criança; e tinha havia muito tempo deixado de construir searas.
Nunca falhou com uma seara, uma só que fosse. A cada ano dos natais em que construiu searas para representar no presépio os campos de cultivo, nunca falhou. Punha-as sempre à beira do caminho, do risco de areia que arranjava em cima do musgo desde os ladrilhos da sala até à cabana onde colocava o menino, a mãe e o carpinteiro que estava casado com ela. A cabana da estrela de prata de chocolate, do burro cinzento e da vaca cor-de-laranja com um dos chifres partidos.
Ele usava as figuras que já vinham do tempo da avó. O menino, do mesmo tamanho da mãe, do carpinteiro, do burro e da vaca cor-de-laranja, cinco ou seis ovelhas, um músico de Viena, dois patos e um rei solitário, negro, bem negro, sempre montado num camelo a meio caminho entre os ladrilhos e a cabana, todos do tamanho do menino.
Na igreja da vila, no presépio que o prior mandava fazer todos os anos, havia tantas outras figuras, até um pastor para as ovelhas, como o que depois ele conseguiu comprar na loja onde se entregava o totobola. Um pastor para as ovelhas, de capote amarelo e com um ar tão novo entre as figuras do presépio que ele fazia na casa da tia; foi o pastor que acabou por ser a única novidade em tantos anos no presépio das searas. Mas o presépio da igreja... Aí havia pontes, todas do tamanho do menino e das ovelhas, e castelos, também do tamanho do menino e das ovelhas, e do carpinteiro e da mãe do menino. E poços, desse tamanho também, e fontes, e camponeses, e os três reis magos, e cães, e cavalos, e carros-de-besta (com as bestas), todos do tamanho do menino. Na igreja da vila.
Todas essas figuras, ou umas parecidas, os poços, os camponeses, os cães, os carros-de-besta, os castelos, uma ponte, pelo menos uma, todas ele desejava ter para colocar no presépio da casa da tia. Mas apenas conseguiu o pastor. O rei negro ficava sozinho a meio do risco de areia que levava à cabana do menino, ano após ano. E era apenas disso que ele tinha vergonha, de ter um viajante de terras longínquas sem os dois companheiros de visita, como no presépio da igreja da vila. E a cada final de ano, quando se aproximava o Natal, quando começava a construir searas, ele pensava no que fazer para que os outros dois reis aparecessem. Mas nunca apareceram, nunca, em nenhuma das vezes em que foi buscar a velha caixa de sapatos com as figuras embrulhadas em papel vegetal.
Um dia, na cidade, viu uns presépios diferentes, apenas com o menino, a mãe e o carpinteiro que era o marido da mãe do menino. Nem a cabana aparecia nesses presépios, e do burro e da vaca nem sinal. Só uma caminha de palha para o menino. Nem a estrela que indicava a direcção do menino. Talvez por isso não aparecesse ninguém de visita, nem ovelhas, nesses presépios, talvez por falta da estrela. Foi o que ele pensou, mas aí já não era uma criança; e tinha havia muito tempo deixado de construir searas.
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A primeira frase (7)
Primeira frase do livro de contos «O Amor por Entre os Dedos» (e do conto que dá o título ao livro).
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Esperar por 2010
O Sporting na Figueira da Foz – Naval 0, Sporting 1 (Saleiro). Por este ano chega de comentários. Vamos esperar que 2010 possa ser completamente diferente (não sei como, mas vamos esperar).
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Nas Canárias
Uma antologia, em castelhano, com autores portugueses e das Canárias, da editora Baile del Sol. Chama-se «De la Saudade a la Magua». Além de mim, participam A. M. Pires Cabral, Maria do Rosário Pedreira, Fernando Esteves Pinto, Filomena Marona Beja, Gonçalo M. Tavares, José Carlos Barros, Lídia Jorge, Miguel Real, Maria Antonieta Preto, Paulo Bandeira Faria, Paulo Kellerman, Rui Costa, José Rivero Vivas, Eduvigis Hernández Cabrera, Anelio Rodríguez Concepción, José Manuel Hernández, Gabriel Cruz, Víctor Ramírez, Roberto Cabrera, Quintín Alonso Méndez, Javier Hernández Velázquez, José Manuel Brito, Eduardo Delgado Montelongo, Alicia Llarena, Agustín Díaz Pacheco. Coordenação de Agustín Díaz Pacheco e Fernando Esteves Pinto. Prefácio de Henrique Manuel Bento Fialho. O que eu escrevi começa assim: «Junto a la alambrada de la Hacienda del Convento, muy cerca de donde liberó los pinchos del alambre de espino del cuerpo de una garza…»
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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
António Souto – Crónica (19)
Um poema de presente
Em Dezembro todos os gestos têm um sentido diferente. Todos os gestos passam a significar mais, tocam mais no coração da gente: ou porque nos ferem mais, ou porque nos seduzem mais.
A cultura do Natal, entre nós, fala mais alto, e o frio que enregela os corpos por fora arroga-se o milagre de os aquecer por dentro. Quando há coração nos corpos da gente. Quando há pessoas ainda por dentro dos corpos da gente.
Na azáfama das compras, compra-se de tudo, compra-se tudo, compra-se o Natal inteiro e o que sobra dele. O Natal para nós e as sobras para os outros, quando os outros se confundem com os restos e já não têm direito a compras.
No alvoroço natalício, a gente derrete-se de bondade, a gente desbarata-se de generosidade, a gente desfigura-se. A gente enche-se de pessoas com coração dentro.
Em Dezembro todos os gestos têm um sentido diferente. Todos os gestos sabem a prendas. E as prendas são bem oferecidas ou mal oferecidas, são bem acolhidas ou mal acolhidas. Todas as prendas são os gestos que vão dentro delas. São os laços de intenções amarrados por dentro e que se desapertam com o deslumbramento da primeira vez. Por isso todas as prendas devem prender quando são prendas. Mas nem todas as prendas prendem, nem todas as prendas têm nós nos laços.
Porque o Natal não se compra, nem se compram os dezembros, nem se compram as pessoas, nem se compram os corações, nem se compram os gestos.
Na azáfama das compras só se compra o que tem preço. E o que tem preço não tem valor.
Em Dezembro o Natal dá-se de presente, como um poema que se libertou do dono.
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Não digo do Natal – digo da nata/ do tempo que se coalha com o frio/ e nos fica branquíssima e exacta/ nas mãos que não sabem de que cio
nasceu esta semente; mas que invade/ esses tempos relíquidos e pardos/ e faz assim que o coração se agrade/ de terrenos de pedras e de cardos
por Dezembros cobertos. Só então/ é que descobre dias de brancura/ esta nova pupila, outra visão,
e as cores da terra são feroz loucura/ moídas numa só, e feitas pão/ com que a vida resiste, e anda, e dura. (Pedro Tamen)
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Em Dezembro todos os gestos têm um sentido diferente. Todos os gestos passam a significar mais, tocam mais no coração da gente: ou porque nos ferem mais, ou porque nos seduzem mais.
A cultura do Natal, entre nós, fala mais alto, e o frio que enregela os corpos por fora arroga-se o milagre de os aquecer por dentro. Quando há coração nos corpos da gente. Quando há pessoas ainda por dentro dos corpos da gente.
Na azáfama das compras, compra-se de tudo, compra-se tudo, compra-se o Natal inteiro e o que sobra dele. O Natal para nós e as sobras para os outros, quando os outros se confundem com os restos e já não têm direito a compras.
No alvoroço natalício, a gente derrete-se de bondade, a gente desbarata-se de generosidade, a gente desfigura-se. A gente enche-se de pessoas com coração dentro.
Em Dezembro todos os gestos têm um sentido diferente. Todos os gestos sabem a prendas. E as prendas são bem oferecidas ou mal oferecidas, são bem acolhidas ou mal acolhidas. Todas as prendas são os gestos que vão dentro delas. São os laços de intenções amarrados por dentro e que se desapertam com o deslumbramento da primeira vez. Por isso todas as prendas devem prender quando são prendas. Mas nem todas as prendas prendem, nem todas as prendas têm nós nos laços.
Porque o Natal não se compra, nem se compram os dezembros, nem se compram as pessoas, nem se compram os corações, nem se compram os gestos.
Na azáfama das compras só se compra o que tem preço. E o que tem preço não tem valor.
Em Dezembro o Natal dá-se de presente, como um poema que se libertou do dono.
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Não digo do Natal – digo da nata/ do tempo que se coalha com o frio/ e nos fica branquíssima e exacta/ nas mãos que não sabem de que cio
nasceu esta semente; mas que invade/ esses tempos relíquidos e pardos/ e faz assim que o coração se agrade/ de terrenos de pedras e de cardos
por Dezembros cobertos. Só então/ é que descobre dias de brancura/ esta nova pupila, outra visão,
e as cores da terra são feroz loucura/ moídas numa só, e feitas pão/ com que a vida resiste, e anda, e dura. (Pedro Tamen)
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O sportinguismo feliz das derrotas
Há já não sei quantos dias que foi o jogo do Sporting em Berlim (Hertha Berlim 1, Sporting 0), para a Liga Europa, mas só agora ponho aqui alguma coisa. Por razões de trabalho não consegui ver o jogo. Soube depois que foi uma espécie de tragédia, com mediocridade de um lado e do outro, com a diferença de que os alemães foram um golo menos medíocres do que o Sporting. O espanto, para mim, veio depois, quando comecei a ouvir jogadores e treinador a falarem de ter sido tudo muito bom, positivo, encorajador e por aí adiante. Nem queria acreditar. Lembrei-me logo do síndroma Ferreira da Silva, cuja origem remonta ao triste dia da goleada do Barcelona ao Sporting em Alvalade (cinco a dois), quando Ernesto Ferreira da Silva se saiu com o comentário de que perder por cinco a dois em casa com o Barcelona era um resultado aceitável (talvez tenha dito depois, na altura dos doze a um do Bayern em dois jogos, que foram umas escorregadelas, ou algo assim, e talvez agora a derrota por um a zero em Berlim lhe tenha parecido tipo uma vitória na final da Liga dos Campeões por grandes penalidades). É incompreensível este sportinguismo feliz das derrotas (e das goleadas), absolutamente incompreensível, mas a verdade é que os comentários após o jogo de Berlim deram-me a ideia de que o síndroma Ferreira da Silva está mesmo a propagar-se.
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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Um livro
Passei pela editora ontem e ofereceram-me. A primeira coisa que ensina é a «cozinhar um bife e fazê-lo parecer uma obra-prima». Percorrendo as páginas ao acaso fiquei a saber que ensina também a «fingir que [se] gosta de dançar», «fazer anéis de fumo com o cigarro», «pagar a conta do restaurante», «falar com ex-namoradas», «reconhecer seios naturais», «fumar marijuana», «denegrir um rival», «comprar flores para oferecer a uma senhora», «falar de assuntos de sociedade» ou «guiar uma retroescavadora». Se descobrir lá qualquer coisa sobre como gerir um clube de futebol (ou, vá lá, a porcaria de uma sade…), talvez compre um exemplar para mandar pelo correio ao cuidado do senhor ali de baixo.
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«O Livro do Homem»,
João Bonifácio,
Livros
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Mais um excerto
Mais um excerto de «O Sorriso Enigmático do Javali».
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O pai do pequeno Tuki estava a pensar nisso, nos anões da escritora espanhola, de repente transformados em gigantes e a terem uns braços capazes de envolver o tronco de uma oliveira que de certeza estava ali havia séculos. Com buracos, fendas, recantos, aquilo nem era bem um tronco, era uma enorme massa de madeira com muitas, muitas histórias, de certeza. Podia dizer isso ao filho, começar a falar do tronco, de coisas a que ele, tronco, talvez tivesse assistido, das pessoas que por perto teriam estado, de quem o teria limpado ao longo dos anos como agora estava a fazer. Ia mesmo falar disso ao filho, que continuava junto da fogueira a puxar o pasto com o ancinho. Ia-lhe dizer, mas algo o impediu de fazê-lo. Não foi uma lembrança, uma coisa diferente em que pensar, talvez em que falar. Não, não foi isso.
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O pai do pequeno Tuki estava a pensar nisso, nos anões da escritora espanhola, de repente transformados em gigantes e a terem uns braços capazes de envolver o tronco de uma oliveira que de certeza estava ali havia séculos. Com buracos, fendas, recantos, aquilo nem era bem um tronco, era uma enorme massa de madeira com muitas, muitas histórias, de certeza. Podia dizer isso ao filho, começar a falar do tronco, de coisas a que ele, tronco, talvez tivesse assistido, das pessoas que por perto teriam estado, de quem o teria limpado ao longo dos anos como agora estava a fazer. Ia mesmo falar disso ao filho, que continuava junto da fogueira a puxar o pasto com o ancinho. Ia-lhe dizer, mas algo o impediu de fazê-lo. Não foi uma lembrança, uma coisa diferente em que pensar, talvez em que falar. Não, não foi isso.
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Literatura,
Livro «O Sorriso Enigmático do Javali»
domingo, 13 de dezembro de 2009
Aos poucos, José Eduardo Bettencourt está a acabar com o Sporting
Aos poucos, José Eduardo Bettencourt está a acabar com o Sporting. O jogo de ontem ao fim da tarde, com o Leiria (Sporting 0, Leiria 1), foi mais uma prova disso. Todo o futebol do clube tem sido pensado e gerido de forma desleixada, incompetente e até, arriscaria a dizer, muito pouco sportinguista.
Já se sabia que esta derrota poderia acontecer, porque com o actual estado de coisas a derrota pode surgir em qualquer jogo. Dá-me a ideia de que Carlos Carvalhal ainda não percebeu naquilo em que se foi meter; nem com a gente que se deixou misturar. Pelo meio, tenta mudar algumas coisas, mas com um plantel feito tendo como inspiração o desleixo e como foco o desinteresse, nunca pode mudar tanto como seria desejável. Se bem que talvez já tivesse sido altura de pôr outro guarda-redes (Rui Patrício hoje apesar de só ter sofrido um golo deu dois frangos, o golo propriamente dito e a bola que bateu na barra), de arranjar um júnior qualquer para o lugar de Caneira (que parece apostado em recuperar) e de ter posto definitivamente de lado o medíocre Polga. E outra coisa: eu que tenho muita consideração por Carlos Carvalhal, fiquei espantado com as declarações que fez no final do jogo, das oportunidades perdidas, do domínio exercido e por aí adiante; ele deve ter visto outro jogo, porque as oportunidades não foram tantas como isso e o Leiria ainda por cima foi prejudicado porque anularam-lhe um golo legal, que deixaria o resultado em dois a zero.
Se houvesse uma época de reabertura de mercado para presidentes, talvez se pudesse pensar em construir alguma coisa no Sporting. Infelizmente não há, daí que nos reste ir pagando mês a mês um dinheirão a José Eduardo Bettencourt para ele, também mês a mês, ir acabando com o clube. Ao menos que acabasse com a sade…
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Já se sabia que esta derrota poderia acontecer, porque com o actual estado de coisas a derrota pode surgir em qualquer jogo. Dá-me a ideia de que Carlos Carvalhal ainda não percebeu naquilo em que se foi meter; nem com a gente que se deixou misturar. Pelo meio, tenta mudar algumas coisas, mas com um plantel feito tendo como inspiração o desleixo e como foco o desinteresse, nunca pode mudar tanto como seria desejável. Se bem que talvez já tivesse sido altura de pôr outro guarda-redes (Rui Patrício hoje apesar de só ter sofrido um golo deu dois frangos, o golo propriamente dito e a bola que bateu na barra), de arranjar um júnior qualquer para o lugar de Caneira (que parece apostado em recuperar) e de ter posto definitivamente de lado o medíocre Polga. E outra coisa: eu que tenho muita consideração por Carlos Carvalhal, fiquei espantado com as declarações que fez no final do jogo, das oportunidades perdidas, do domínio exercido e por aí adiante; ele deve ter visto outro jogo, porque as oportunidades não foram tantas como isso e o Leiria ainda por cima foi prejudicado porque anularam-lhe um golo legal, que deixaria o resultado em dois a zero.
Se houvesse uma época de reabertura de mercado para presidentes, talvez se pudesse pensar em construir alguma coisa no Sporting. Infelizmente não há, daí que nos reste ir pagando mês a mês um dinheirão a José Eduardo Bettencourt para ele, também mês a mês, ir acabando com o clube. Ao menos que acabasse com a sade…
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sábado, 12 de dezembro de 2009
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Enfim...
O fim da semana a chegar, o Sporting jogou na segunda-feira – Setúbal 0, Sporting 2 (Liedson 2) – e eu nem escrevi nada. Lembro-me de que no segundo golo (uma situação patética) disse para comigo que o miserável Caicedo de certeza que haveria de falhar, se estivesse no lugar de Liedson. Enfim…
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terça-feira, 8 de dezembro de 2009
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Uma apresentação
Ascenso Simões, secretário de Estado do anterior governo de José Sócrates, publica na última edição do «Expresso» um artigo não me lembro agora sobre o quê. O jornal apresenta-o como «dirigente nacional socialista».
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Ascenso Simões,
Semanário «Expresso»
domingo, 6 de dezembro de 2009
António Souto – Crónica (18)
Crises de crença
1) Como se diz numa linguagem de rés-do-chão, a coisa está preta. A crise veio e instalou-se, embora haja por vezes um ou outro Pangloss que afirme que ela está de partida ou que até já se foi. Mas a gente sabe que ela anda por aí, como a gripe A1N1, e que faz ou pode fazer estragos, aos outros ou a nós, e o que mais nos aflige é não sabermos se a vacina actua ou não, se chega ou não para todos. Com a crise galopa o desemprego, sem freio, por todos os montes e vales, campos e cidades do país, e dos que passam por ele, pelo desemprego, quase 250 mil não acedem, porque não podem, a contas bancárias – cerca de 30% deles porque cometeu alguma infracção, os restantes 70%, dizem-nos, porque não têm rendimentos que permitam quaisquer movimentos. São parcos os euros para justificarem a ilusão de um cartão de crédito na carteira, sequer um de débito, e os poucos que lhes passam pelos bolsos matam-lhes a dignidade, dizem-lhes que não são gente, ou que não passam disso mesmo, de gente de indigentes numa pátria do norte, rica e desenvolvida. E parte deste povo que há pouco partiu, volta a partir, ainda mais para norte, onde a crise é menos crise e as pessoas ainda são pessoas para além de gente. A pena que me faz, agora que se evoca Ary dos Santos, não haver quem cante este infortúnio, não haver vozes que se indignem.
2) O tecido produtivo (fica bem de vez em quando falar como quem fala bem) está abalado, isto é, como todos os outros, em crise. Crêem os entendidos que o problema reside sobretudo nas pequenas e médias empresas (PME, também para impressionar), que é quem mais produz e anima o mercado (mais uma expressão a mais), que estão em sufoco e que o estado as não apoia como seria sua obrigação, que não rendem como podiam e que por isso as exportações não cobrem as importações. Cá para mim estou em crer que andamos todos às avessas – para que havemos de impulsionar (mais um palavrão bonito e à la mode) a indústria se somos é mesmo bons no comércio, na charlatanice, sempre fomos, de resto, desde que vencemos Baco nos idos de quinhentos. O que a gente gosta é de negociar e de negócios, seja com quem for e venha quem vier. Não espanta, portanto, que apesar da crise haja alguns (negócios) que vão de vento em popa, principalmente daqueles de encher o olho, daqueles de fausto mercado, como carros de alta gama, roupa de alta-costura, jóias de alto valor. Pelo menos a fazer fé nos registos que nos asseveram que o mercado de luxo está em alta e, pasme-se, que cerca de 30% desse mercado se faz com cidadãos angolanos. É tudo questão de regressar às origens, de descobrir novas índias e de nos convertermos em mercadores de um novo tempo.
3) A crise é crise. Financeira, de estímulo ou de fé. A todo o momento pode ela chegar à porta de um qualquer insuspeito e entrar, sem bater, e instalar-se no seu bolso ou no seu coração. Pelos vistos, ninguém lhe é imune, nem mesmo quem por vocação se apartou dos bens terrenos poderá dar graças a Deus por estar a salvo. Soube-se há pouco que um padre, jovem ainda, tendo esperado pacientemente que a sua amada atingisse os dezoito anos, fugiu depois com ela das bandas de Celorico (de Basto) para parte incerta. Os pais da moçoila não assentiam com estes desatinos de eros, mas ela sim, que era para além de vacinada já maior, e a crise, a haver, seria a do seu abençoado amador.
4) Tomara que fossem todas as crises como esta, de crença!
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Crónica de Novembro de 2009 de António Souto para o blog «Floresta do Sul»; crónicas anteriores: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17.
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1) Como se diz numa linguagem de rés-do-chão, a coisa está preta. A crise veio e instalou-se, embora haja por vezes um ou outro Pangloss que afirme que ela está de partida ou que até já se foi. Mas a gente sabe que ela anda por aí, como a gripe A1N1, e que faz ou pode fazer estragos, aos outros ou a nós, e o que mais nos aflige é não sabermos se a vacina actua ou não, se chega ou não para todos. Com a crise galopa o desemprego, sem freio, por todos os montes e vales, campos e cidades do país, e dos que passam por ele, pelo desemprego, quase 250 mil não acedem, porque não podem, a contas bancárias – cerca de 30% deles porque cometeu alguma infracção, os restantes 70%, dizem-nos, porque não têm rendimentos que permitam quaisquer movimentos. São parcos os euros para justificarem a ilusão de um cartão de crédito na carteira, sequer um de débito, e os poucos que lhes passam pelos bolsos matam-lhes a dignidade, dizem-lhes que não são gente, ou que não passam disso mesmo, de gente de indigentes numa pátria do norte, rica e desenvolvida. E parte deste povo que há pouco partiu, volta a partir, ainda mais para norte, onde a crise é menos crise e as pessoas ainda são pessoas para além de gente. A pena que me faz, agora que se evoca Ary dos Santos, não haver quem cante este infortúnio, não haver vozes que se indignem.
2) O tecido produtivo (fica bem de vez em quando falar como quem fala bem) está abalado, isto é, como todos os outros, em crise. Crêem os entendidos que o problema reside sobretudo nas pequenas e médias empresas (PME, também para impressionar), que é quem mais produz e anima o mercado (mais uma expressão a mais), que estão em sufoco e que o estado as não apoia como seria sua obrigação, que não rendem como podiam e que por isso as exportações não cobrem as importações. Cá para mim estou em crer que andamos todos às avessas – para que havemos de impulsionar (mais um palavrão bonito e à la mode) a indústria se somos é mesmo bons no comércio, na charlatanice, sempre fomos, de resto, desde que vencemos Baco nos idos de quinhentos. O que a gente gosta é de negociar e de negócios, seja com quem for e venha quem vier. Não espanta, portanto, que apesar da crise haja alguns (negócios) que vão de vento em popa, principalmente daqueles de encher o olho, daqueles de fausto mercado, como carros de alta gama, roupa de alta-costura, jóias de alto valor. Pelo menos a fazer fé nos registos que nos asseveram que o mercado de luxo está em alta e, pasme-se, que cerca de 30% desse mercado se faz com cidadãos angolanos. É tudo questão de regressar às origens, de descobrir novas índias e de nos convertermos em mercadores de um novo tempo.
3) A crise é crise. Financeira, de estímulo ou de fé. A todo o momento pode ela chegar à porta de um qualquer insuspeito e entrar, sem bater, e instalar-se no seu bolso ou no seu coração. Pelos vistos, ninguém lhe é imune, nem mesmo quem por vocação se apartou dos bens terrenos poderá dar graças a Deus por estar a salvo. Soube-se há pouco que um padre, jovem ainda, tendo esperado pacientemente que a sua amada atingisse os dezoito anos, fugiu depois com ela das bandas de Celorico (de Basto) para parte incerta. Os pais da moçoila não assentiam com estes desatinos de eros, mas ela sim, que era para além de vacinada já maior, e a crise, a haver, seria a do seu abençoado amador.
4) Tomara que fossem todas as crises como esta, de crença!
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Crónica de Novembro de 2009 de António Souto para o blog «Floresta do Sul»; crónicas anteriores: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17.
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sábado, 5 de dezembro de 2009
O Sporting, a escrita, o sorriso da Mona Lisa, o sorriso de um javali
Desta vez não vi o jogo – Sporting 1 (Grimi), Heerenveen 1. Já há uns tempos tinha recebido um convite para ir a uma das sessões do curso de escrita criativa de José Couto Nogueira no El Corte Inglés, em Lisboa. O dia marcado era três de Dezembro, e então lá perdi o jogo. Pelo que soube depois, não devo ter perdido grande coisa.
Cheguei à sala do curso às oito, a hora marcada, cinco minutos antes de o jogo começar em Alvalade (jogo às oito e cinco, tipo superstição). Encontrei a porta fechada, o que me deixou um bocado surpreendido. Abri a porta, pensando que o mais certo era ainda ninguém ter chegado, e para minha surpresa dei com a sala cheia de gente (umas sessenta ou setenta pessoas). Era o curso, que – como me explicaram depois – decorria das sete às nove (primeira hora lá com as matérias deles, segunda eu a falar dos meus livros, do que escrevia, e a responder a perguntas).
Acabou por ser muito divertido. Contei as minhas coisas dos livros e da escrita, dei por mim a rir montes de vezes e com as pessoas também a rirem, e interessadas, participativas. Ou seja, correu bastante bem. A pergunta que me deixou mais atrapalhado foi a de uma participante que queria saber se o livro que acabo de terminar, «O Sorriso Enigmático do Javali», tinha alguma coisa a ver com a Mona Lisa e o seu sorriso (seu, já se vê, da Mona Lisa). Não tinha, ou melhor, não tem. Se tivesse até seria fácil a resposta, assim lá tive de explicar o sorriso do javali. Expliquei, e como bónus contei a história que me levou a escrever o livro… Um dia de manhã, bem cedo, eu de regresso a casa depois de uma directa a trabalhar, e no meio do montado aqui à volta cinco javalis numa correria maluca, talvez para ver se não eram apanhados de dia fora dos esconderijos. Um deles acabou por ir contra um sobreiro e ficou a dormir. Quando me aproximei, esse javali parecia sorrir, de forma enigmática. E mais não conto aqui. No curso contei um bocadinho mais.
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Cheguei à sala do curso às oito, a hora marcada, cinco minutos antes de o jogo começar em Alvalade (jogo às oito e cinco, tipo superstição). Encontrei a porta fechada, o que me deixou um bocado surpreendido. Abri a porta, pensando que o mais certo era ainda ninguém ter chegado, e para minha surpresa dei com a sala cheia de gente (umas sessenta ou setenta pessoas). Era o curso, que – como me explicaram depois – decorria das sete às nove (primeira hora lá com as matérias deles, segunda eu a falar dos meus livros, do que escrevia, e a responder a perguntas).
Acabou por ser muito divertido. Contei as minhas coisas dos livros e da escrita, dei por mim a rir montes de vezes e com as pessoas também a rirem, e interessadas, participativas. Ou seja, correu bastante bem. A pergunta que me deixou mais atrapalhado foi a de uma participante que queria saber se o livro que acabo de terminar, «O Sorriso Enigmático do Javali», tinha alguma coisa a ver com a Mona Lisa e o seu sorriso (seu, já se vê, da Mona Lisa). Não tinha, ou melhor, não tem. Se tivesse até seria fácil a resposta, assim lá tive de explicar o sorriso do javali. Expliquei, e como bónus contei a história que me levou a escrever o livro… Um dia de manhã, bem cedo, eu de regresso a casa depois de uma directa a trabalhar, e no meio do montado aqui à volta cinco javalis numa correria maluca, talvez para ver se não eram apanhados de dia fora dos esconderijos. Um deles acabou por ir contra um sobreiro e ficou a dormir. Quando me aproximei, esse javali parecia sorrir, de forma enigmática. E mais não conto aqui. No curso contei um bocadinho mais.
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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
O desequilibrista
«Tirando este desequilíbrio, o Benfica tem um plantel mais ou menos equilibrado.»
Jorge Baptista, comentador da SIC (referindo-se a problemas na defesa do Benfica, no comentário ao último jogo europeu)
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Jorge Baptista
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Revista «human» de Dezembro
Nas bancas a partir de hoje. É a edição Premium, que assinala o primeiro aniversário do projecto. Mais informações sobre a edição aqui. Deixo a seguir o meu editorial…
.Um ano
Com este número 12, a revista «human» completa o primeiro ano de vida. Fazendo parte de um projecto mais vasto para o mundo dos recursos humanos e da gestão, é agora uma aposta ganha, por tudo aquilo que ao longo de 2009 fomos construindo; nós próprios – as pessoas mais directamente ligadas ao projecto –, mas também tantas outras pessoas, dos mais variados quadrantes. O que sentimos, mês após mês, foi um permanente apoio, e é esse apoio que agora agradecemos. Leitores, anunciantes, colaboradores, assinantes, parceiros, tanta gente que nos tem ajudado a levar em frente este projecto, sempre com uma enorme naturalidade.
Este número é especial. A nossa edição «Premium» do nosso primeiro ano. Saindo do alinhamento habitual, o que apresentamos são 36 perspectivas portuguesas sobre a gestão das pessoas nas organizações, que dividimos em diversas áreas. Não se trata de uma escolha exaustiva, procurando abarcar todas as áreas que possam incluir-se num campo tão vasto como o da gestão das pessoas. Escolhemos apenas algumas, às quais pela sua importância fomos dando atenção ao longo do ano. São as seguintes: Consultoria, Recrutamento e Selecção, Formação, Coaching, Trabalho Temporário, Tecnologias de Informação, Saúde e Segurança no Trabalho e ainda Planos de Pensões. No caso das últimas duas, aparecem juntas, com uma abertura única, pelo facto de publicarmos apenas dois contributos para cada, e também por alguma ligação que vemos entre ambas; ou melhor, entre a ideia de prevenção das condições em que o trabalho é desenvolvido e a ideia de prevenir o futuro (no sentido de assegurar que na reforma as pessoas possam ter condições financeiras que lhes permitam manter o nível de vida conhecido ao longo da sua carreira profissional).
Na edição de Janeiro, voltaremos ao formato habitual.
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Com este número 12, a revista «human» completa o primeiro ano de vida. Fazendo parte de um projecto mais vasto para o mundo dos recursos humanos e da gestão, é agora uma aposta ganha, por tudo aquilo que ao longo de 2009 fomos construindo; nós próprios – as pessoas mais directamente ligadas ao projecto –, mas também tantas outras pessoas, dos mais variados quadrantes. O que sentimos, mês após mês, foi um permanente apoio, e é esse apoio que agora agradecemos. Leitores, anunciantes, colaboradores, assinantes, parceiros, tanta gente que nos tem ajudado a levar em frente este projecto, sempre com uma enorme naturalidade.
Este número é especial. A nossa edição «Premium» do nosso primeiro ano. Saindo do alinhamento habitual, o que apresentamos são 36 perspectivas portuguesas sobre a gestão das pessoas nas organizações, que dividimos em diversas áreas. Não se trata de uma escolha exaustiva, procurando abarcar todas as áreas que possam incluir-se num campo tão vasto como o da gestão das pessoas. Escolhemos apenas algumas, às quais pela sua importância fomos dando atenção ao longo do ano. São as seguintes: Consultoria, Recrutamento e Selecção, Formação, Coaching, Trabalho Temporário, Tecnologias de Informação, Saúde e Segurança no Trabalho e ainda Planos de Pensões. No caso das últimas duas, aparecem juntas, com uma abertura única, pelo facto de publicarmos apenas dois contributos para cada, e também por alguma ligação que vemos entre ambas; ou melhor, entre a ideia de prevenção das condições em que o trabalho é desenvolvido e a ideia de prevenir o futuro (no sentido de assegurar que na reforma as pessoas possam ter condições financeiras que lhes permitam manter o nível de vida conhecido ao longo da sua carreira profissional).
Na edição de Janeiro, voltaremos ao formato habitual.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Os tempos de agora
«Isto agora, soutora, quem não é arguido já não é ninguém na vida.»
(ouvido há uns dias, num restaurante em Lisboa, perto da assembleia)
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A primeira frase (5)
«Às vezes, carinho, dou comigo a ver-te no mar.»
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Primeira frase do romance «Os Sonhos e Outras Perigosas Embirrações».
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Primeira frase do romance «Os Sonhos e Outras Perigosas Embirrações».
domingo, 29 de novembro de 2009
Ontem, em Alvalade
O jogo com o Benfica (Sporting 0, Benfica 0), apesar do mau resultado, pode ser visto como bem positivo. Acabou o miserabilismo de tempos recentes, a desorientação, a falta de empenho, a tendência mórbida, o espírito de derrota, o recalcamento, entre tantas desgraças. Mérito, sem dúvida, de Carlos Carvalhal; que não sei se vai ganhar alguma coisa, ou aguentar muito tempo (com os incompetentes dirigentes do clube onde está, o melhor é nem arriscar previsões).
Outras ideias sobre o jogo:
- o Benfica não está tão forte como o pintavam (já se suspeitava), mas está muito mais forte do que qualquer das patéticas equipas que apresentou nas últimas épocas;
- o Sporting entrou com uma equipa competitiva, apenas correndo riscos na baliza (mas o guarda-redes até esteve bem), no centro da defesa (o conhecido desajeitado Polga) e na esquerda também da defesa (Caneira, que apesar de tudo talvez seja um mal menor do que Grimi, além de ser uma espécie de prémio Nobel do futebol em comparação com o inconcebível André Marques);
- qualquer da equipas poderia ter ganho;
- o árbitro prejudicou mais o Sporting do que o Benfica, sobretudo nos cartões (Maxi Pereira e David Luiz deveriam ter sido expulsos), e nas dúvidas de grandes penalidades fiquei com mais num lance de David Luiz sobre Liedson do que de uma bola na mão de Polga (de quem haveria de ser?);
- foi uma pena Luisão não ter jogado (as hipóteses de o Sporting ganhar o jogo teriam subido);
- para além dos falhanços e das defesas (de ambos os lados), a maior frustração para mim foi o guarda-redes do Benfica ter defendido o pontapé de muito longe de Miguel Veloso (normalmente os guarda-redes não chegam àquelas bolas, mas o que o Benfica utilizou tem realmente muito valor e se às vezes falha há outras, como naquele lance, em que parece ser o número um ideal);
- o Benfica pensa que tem um grande ponta-de-lança (o paraguaio com nome de inspector da PIDE), e com os golos que ele tem vindo a marcar essa crença ainda se nota mais, mas continuo a achar que ele não é assim tão bom como isso;
- no meio do entusiasmo do público sportingista, a imagem de José Eduardo Bettencourt na tribuna, triste, alheio, desfocado (até sem uma sombra do entusiasmo anedótico que tantas vezes nos tem envergonhado), pareceu-me completamente desenquadrada;
- Jorge Jesus, nas declarações que fez a seguir ao jogo, provou de novo que não tem jeito nem para o português, nem para a boa educação.
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Outras ideias sobre o jogo:
- o Benfica não está tão forte como o pintavam (já se suspeitava), mas está muito mais forte do que qualquer das patéticas equipas que apresentou nas últimas épocas;
- o Sporting entrou com uma equipa competitiva, apenas correndo riscos na baliza (mas o guarda-redes até esteve bem), no centro da defesa (o conhecido desajeitado Polga) e na esquerda também da defesa (Caneira, que apesar de tudo talvez seja um mal menor do que Grimi, além de ser uma espécie de prémio Nobel do futebol em comparação com o inconcebível André Marques);
- qualquer da equipas poderia ter ganho;
- o árbitro prejudicou mais o Sporting do que o Benfica, sobretudo nos cartões (Maxi Pereira e David Luiz deveriam ter sido expulsos), e nas dúvidas de grandes penalidades fiquei com mais num lance de David Luiz sobre Liedson do que de uma bola na mão de Polga (de quem haveria de ser?);
- foi uma pena Luisão não ter jogado (as hipóteses de o Sporting ganhar o jogo teriam subido);
- para além dos falhanços e das defesas (de ambos os lados), a maior frustração para mim foi o guarda-redes do Benfica ter defendido o pontapé de muito longe de Miguel Veloso (normalmente os guarda-redes não chegam àquelas bolas, mas o que o Benfica utilizou tem realmente muito valor e se às vezes falha há outras, como naquele lance, em que parece ser o número um ideal);
- o Benfica pensa que tem um grande ponta-de-lança (o paraguaio com nome de inspector da PIDE), e com os golos que ele tem vindo a marcar essa crença ainda se nota mais, mas continuo a achar que ele não é assim tão bom como isso;
- no meio do entusiasmo do público sportingista, a imagem de José Eduardo Bettencourt na tribuna, triste, alheio, desfocado (até sem uma sombra do entusiasmo anedótico que tantas vezes nos tem envergonhado), pareceu-me completamente desenquadrada;
- Jorge Jesus, nas declarações que fez a seguir ao jogo, provou de novo que não tem jeito nem para o português, nem para a boa educação.
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quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Que vergonha!
José Penedos, presidente de uma das maiores empresas públicas portuguesas, indiciado por prática de crime de corrupção, suspenso de funções e a ter uma caução fixada em quarenta mil euros.
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quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Romance «Uma Noite com o Fogo»
Para seguir o blog do romance «Uma Noite com o Fogo», clicar aqui.
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Era o fogo. Andava à solta nos montes, embora visto dali, a uns cinquenta quilómetros de distância, parecesse apenas uma lâmpada enorme, de luz avermelhada, para iluminar as terras em redor. Ou um sinal. Talvez pudesse parecer isso também, um sinal para os barcos que andassem do outro lado, perto da costa. Eu imaginava estas coisas para o clarão do fogo, até que fosse um aviso para os aviões que sobrevoassem de noite aqueles montes. Não se desse o caso de irem eles lá bater, no sítio que passava dos novecentos metros, no que por pouco não atingia os oitocentos ou até noutro qualquer com menos ilusões de chegar às nuvens. A minha imaginação com os montes, as nuvens e os aviões, depois dos barcos perto da costa. Eu estava na berma da estrada, fora do carro, no primeiro sítio de onde tinha conseguido avistar o clarão. Era pouco mais de meia-noite, a fazer fé no que mostrava o relógio do carro.
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Era o fogo. Andava à solta nos montes, embora visto dali, a uns cinquenta quilómetros de distância, parecesse apenas uma lâmpada enorme, de luz avermelhada, para iluminar as terras em redor. Ou um sinal. Talvez pudesse parecer isso também, um sinal para os barcos que andassem do outro lado, perto da costa. Eu imaginava estas coisas para o clarão do fogo, até que fosse um aviso para os aviões que sobrevoassem de noite aqueles montes. Não se desse o caso de irem eles lá bater, no sítio que passava dos novecentos metros, no que por pouco não atingia os oitocentos ou até noutro qualquer com menos ilusões de chegar às nuvens. A minha imaginação com os montes, as nuvens e os aviões, depois dos barcos perto da costa. Eu estava na berma da estrada, fora do carro, no primeiro sítio de onde tinha conseguido avistar o clarão. Era pouco mais de meia-noite, a fazer fé no que mostrava o relógio do carro.
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Romance «Uma Noite com o Fogo»
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Uma pessoa está sempre a aprender
Estava longe de imaginar que o governador do Banco de Portugal fazia parte do governo, mas ontem, depois destas declarações, fiquei esclarecido. Vítor Constâncio mete-se mesmo a definir a política fiscal, e quer que os impostos aumentem (medida que provavelmente defenderá que seja acompanhada com aumentos do que ele e o grupo que o ajuda no Banco de Portugal ganham, para compensar). Claro que hoje, depois das críticas que surgiram, já veio dar o dito por não dito, para ver se salva a face. Mas não salva; aliás, desde a pouca vergonha da supervisão desleixada, a juntar à tentativa de aumentos de ordenados à socapa (que obrigou à intervenção do próprio ministro das finanças), aos créditos a habitação para altos quadros do Banco de Portugal (dados pelo próprio banco) e a outras proezas, desde tudo isto que não salva face nenhuma.
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Vítor Constâncio
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Haja esperança
O jogo de ontem – Pescadores 1, Sporting 4 (Miguel Veloso 2, João Moutinho, Liedson) –, para a Taça de Portugal, foi o que se esperava. O novo treinador, cuja entrada não comentei aqui, começou a arranjar um pouco o mundo aos bocados em que Paulo Bento se ia arrastando. As perspectivas não são de grandes êxitos, pelo menos para já, mas alguma coisa se pode fazer. E o treinador, Carlos Carvalhal, parece decidido a isso. Pena alguns sinais preocupantes que ficam, por exemplo o regresso do medíocre Polga ou a presença de Rui Patrício (vamos ver se Stojkovic continua proscrito, tal como Tiago, e ontem viu-se o lindo resultado no golo da equipa da Costa da Caparica, com o infeliz guarda-redes a atirar-se de braços dobrados, perdendo a oportunidade de chegar à bola, e num lance anterior que podia ter dado no mesmo).
Tenho muita simpatia por Carlos Carvalhal. Conheço a carreira que tem feito, com alguns falhanços mas também com alguns êxitos importantes, mais até, êxitos com alguma coisa de épico (no Setúbal e no Leixões). Não comentei a sua entrada no Sporting por isso mesmo, pela simpatia que me merece. Não quis misturar o novo treinador com o que teria que dizer dos tristes dirigentes do clube (com o vergonhoso presidente à cabeça). Dirigentes que ainda por cima desconsideraram Carlos Carvalhal na maneira como o fizeram entrar no Sporting. Entre tantas asneiras, não é de admirar que tenham procedido assim.
Três notas mais: a entrada de Sá Pinto para a estrutura que acompanha a equipa não augura nada de bom (nem se compreende); as duas entrevistas de Paulo Bento, ressabiadíssimo, mostram a confusão que deve ir naquela cabeça; as reacções a essas entrevista, sobretudo de Rogério Alves, mostram a confusão que vai no clube (nem falo da que deve ir na sade, que isso nem interessa nada), e mostram sobretudo a que ia, não sei se pior se melhor do que a de agora, ou se igual.
Enfim, haja esperança.
Tenho muita simpatia por Carlos Carvalhal. Conheço a carreira que tem feito, com alguns falhanços mas também com alguns êxitos importantes, mais até, êxitos com alguma coisa de épico (no Setúbal e no Leixões). Não comentei a sua entrada no Sporting por isso mesmo, pela simpatia que me merece. Não quis misturar o novo treinador com o que teria que dizer dos tristes dirigentes do clube (com o vergonhoso presidente à cabeça). Dirigentes que ainda por cima desconsideraram Carlos Carvalhal na maneira como o fizeram entrar no Sporting. Entre tantas asneiras, não é de admirar que tenham procedido assim.
Três notas mais: a entrada de Sá Pinto para a estrutura que acompanha a equipa não augura nada de bom (nem se compreende); as duas entrevistas de Paulo Bento, ressabiadíssimo, mostram a confusão que deve ir naquela cabeça; as reacções a essas entrevista, sobretudo de Rogério Alves, mostram a confusão que vai no clube (nem falo da que deve ir na sade, que isso nem interessa nada), e mostram sobretudo a que ia, não sei se pior se melhor do que a de agora, ou se igual.
Enfim, haja esperança.
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Mais um excerto
Mais um excerto de «O Sorriso Enigmático do Javali».
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Deu um passo para o lado, no exacto momento em que a cobra abandonava a velocidade quase imperceptível para se lançar em direcção ao seu pescoço, num voo que lhe pareceu completamente despropositado. Um pássaro, um gafanhoto, um zangão, qualquer um desses poderia fazer aquilo, mas uma cobra… Não, uma cobra não podia voar para ele assim, não podia atacá-lo como uma vespa, cortando os ares. Mas aquela fazia precisamente isso, aquela tinha dado um tremendo impulso em direcção ao seu pescoço, como se tivesse uma mola no fim do corpo, mesmo na ponta do rabo, capaz de impulsionar um ataque assim. Ou como se tivesse umas asas invisíveis que a fizessem senhora dos ares.
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Deu um passo para o lado, no exacto momento em que a cobra abandonava a velocidade quase imperceptível para se lançar em direcção ao seu pescoço, num voo que lhe pareceu completamente despropositado. Um pássaro, um gafanhoto, um zangão, qualquer um desses poderia fazer aquilo, mas uma cobra… Não, uma cobra não podia voar para ele assim, não podia atacá-lo como uma vespa, cortando os ares. Mas aquela fazia precisamente isso, aquela tinha dado um tremendo impulso em direcção ao seu pescoço, como se tivesse uma mola no fim do corpo, mesmo na ponta do rabo, capaz de impulsionar um ataque assim. Ou como se tivesse umas asas invisíveis que a fizessem senhora dos ares.
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Livro «O Sorriso Enigmático do Javali»
sábado, 21 de novembro de 2009
A quadratura do triângulo
Vi agora no blog do Francisco. Um novo livro, da Quetzal, com frases dos artistas do nosso mundo do pontapé na bola (e na gramática). Espero que ainda tenham ido a tempo de apanhar algumas do meu vergonhoso presidente.
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Frases,
Futebol,
Livro «30 Anos de Mau Futebol»,
Quetzal
Um palhaço e o homem-aranha
Um destes dias, por aqui. Um palhaço e o homem-aranha brincam junto ao insuflável. Lá atrás, bem depois das oliveiras, os sobreiros altos do montado.
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Palhaços
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
O mundial
Foto: Arlindo Pinto
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Vara
«Um ex-político e banqueiro de duvidosa integridade.»
Caracterização de Armando Vara, num artigo do jornal espanhol «El País» (assinado por Francesc Relea)
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Armando Vara,
Jornal «El País»,
Processo «Face Oculta»
Um excerto
Um excerto de «O Sorriso Enigmático do Javali».
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«Como é que um deputado quase sem cabeça não é uma figura pública?», perguntou-se o pai do pequeno Tukie, apenas em pensamento.
A verdade é que nunca o tinha visto. Costumava estar atento ao mundo da política, apesar de o considerar um mundo demasiado sujo, mas nunca tinha visto aquele deputado, que no ecrã da televisão aparecia com muita gente à volta, num alvoroço.
– A criatura não é de cá! – disse o deputado.
O pai do pequeno Tukie pensou que ele se estava a referir a alguma pessoa que não era de Beja, mas passados uns segundos percebeu que não, que ele se estava a referir à lebre que tinha dentro da gaiola. E que quando dizia «não é de cá» queria dizer que não era não apenas de Beja, não apenas do Alentejo, não apenas de Portugal, não apenas da Europa – comunitária ou não –, mas do próprio planeta. A lebre – ou melhor, como dizia o deputado, «a criatura» – não era do planeta Terra. Nem ela nem outras três iguais a ela, que o deputado lamentava terem conseguido fugir.
– Serão apanhadas, é claro! – disse um homem muito gordo, de farda cinzenta.
O deputado virou-se para ele e concordou:
– Exactamente, senhor cabo.
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«Como é que um deputado quase sem cabeça não é uma figura pública?», perguntou-se o pai do pequeno Tukie, apenas em pensamento.
A verdade é que nunca o tinha visto. Costumava estar atento ao mundo da política, apesar de o considerar um mundo demasiado sujo, mas nunca tinha visto aquele deputado, que no ecrã da televisão aparecia com muita gente à volta, num alvoroço.
– A criatura não é de cá! – disse o deputado.
O pai do pequeno Tukie pensou que ele se estava a referir a alguma pessoa que não era de Beja, mas passados uns segundos percebeu que não, que ele se estava a referir à lebre que tinha dentro da gaiola. E que quando dizia «não é de cá» queria dizer que não era não apenas de Beja, não apenas do Alentejo, não apenas de Portugal, não apenas da Europa – comunitária ou não –, mas do próprio planeta. A lebre – ou melhor, como dizia o deputado, «a criatura» – não era do planeta Terra. Nem ela nem outras três iguais a ela, que o deputado lamentava terem conseguido fugir.
– Serão apanhadas, é claro! – disse um homem muito gordo, de farda cinzenta.
O deputado virou-se para ele e concordou:
– Exactamente, senhor cabo.
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Literatura,
Livro «O Sorriso Enigmático do Javali»
domingo, 15 de novembro de 2009
Uma frase
«Acho que ganhámos por um a zero.»
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sábado, 14 de novembro de 2009
Até Jorge Gabriel e José Saramago...
Com as confusões por causa do novo treinador, percebe-se melhor a incompetência e o desleixo dos responsáveis do meu clube. Há dias falaram-me inclusive de Jorge Gabriel e de José Saramago (neste caso, presumo, para contrapor a Jorge Jesus). Percebi que era anedota, mas por momentos pensei que com o que nos tem habituado esta gente se calhar até poderiam ter tido a tentação de telefonar a um dos dois.
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quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Nas terras do javali
«Sim, via-lhe um sorriso, e por isso chamou a atenção do filho, disse-lhe que se aproximasse, que o seguisse até quase meio metro do javali que dormia de patas para o ar mostrando na barriga o alvoroço que lhe ia lá por dentro, e no focinho simplesmente um sorriso.»
Excerto de «O Sorriso Enigmático do Javali» (terminado esta noite)
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Literatura,
Livro «O Sorriso Enigmático do Javali»
domingo, 8 de novembro de 2009
A propósito dos tiques de ditador de José Eduardo Bettencourt
Coloco a seguir a carta que o sócio do Sporting insultado por José Eduardo Bettencourt (o vergonhoso presidente do meu clube) publicou no «Sporting Clube de Portugal – Site de Apoio». Os insultos de José Eduardo Bettencourt, e as ameaças de instaurar uma ditadura no clube, estão aqui. Nunca pensei que um presidente do Sporting pudesse descer tão baixo. Hugo Chávez não faria melhor. E Salazar, se fosse vivo, haveria de telefonar-lhe a aplaudir, e se calhar ainda recebia um convite para integrar o Conselho Leonino (nem que para isso fosse preciso mudar os estatutos de um momento para o outro).
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Caros sportinguistas
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Na qualidade associado do Sporting Clube de Portugal, venho a público fazer esta delaração, pois sinto que o meu bom nome de sportinguista e de sócio do Sporting Clube de Portugal tem vindo a ser manchado.
Por isso, na sequência das declarações, pouco lúcidas, hilariantes e difamatórias, proferidas pelo actual presidente da Sporting Sad, o Sr. José Eduardo Bettencourt, e depois de já ter sido alvo de uma tentativa de agressão por parte desse senhor, venho por este meio esclarecer todos os sportinguistas sobre os seguintes pontos:
1) Lamento o facto de ao leme do Sporting Clube de Portugal termos um presidente que ofende os associados do clube que representa. Considero ser de muito mau tom apelidar de «cretinos» associados que, curiosamente, até contribuem para que o Sr. José Eduardo Bettencourt possa neste momento auferir de um salário mensal exorbitante como presidente da Sporting Sad. São ofensas dignas de quem já não possui sanidade mental nem competência suficientes para o cargo que ocupa no nosso querido clube.
2) Se efectivamente esses mesmos «cretinos» são apoiados e financiados, por pessoas que o Sr. José Eduardo Bettencourt sabe quem são, julgo então ser razoável que o mesmo diga publicamente a todos os sportinguistas quem são essas pessoas. Em relação a mim, a única coisa que posso adiantar é que não sou financiado nem apoiado por ninguém. Prova disso é que as dificuldades financeiras que tenho na minha vida pessoal me impedem de apoiar tantas vezes o Sporting como gostaria. Talvez se eu auferisse um salário igual ao do Sr. José Eduardo Bettencourt, talvez aí existisse essa possibilidade, mas infelizmente não é isso que acontece.
3) Em minoria ou maioria, julgo que num clube democrático como o Sporting Clube de Portugal todos os associados têm direito a emitir as suas opiniões. E lamento veementemente que o presidente do Sporting Clube de Portugal queira fazer do nosso clube uma anarquia ou uma ditadura, onde José Eduardo Bettencourt parece querer ser o «Salazar de serviço» e onde os sócios que querem emitir as suas opiniões são constantemente censurados e alvo de repressão policial no interior e no exterior do Estádio José de Alvalade. Entendo que o facto de muitos sócios do Sporting que partilham da mesma opinião, que foram identificados ultimamente pela polícia do Estado, depois do jogo com o Marítimo, sem que existisse uma razão aparentemente lógica ou coerente para que tais identificações acontecessem, mais não foi do que uma forma inequívoca de censura ditatorial que rege a política infame e incorrecta do Sr. José Eduardo Bettencourt e que infelizmente tem vindo a vigorar no Sporting Clube de Portugal com o mesmo senhor ao leme dos destinos da instituição.
4) Na mesma declaração feita pelo Sr. presidente José Eduardo Bettencourt apelidou também os sócios a quem se referiu como «anormais». Pois bem, é apenas mais uma afirmação que só lhe fica mal a ele e que não é digna de um presidente de um clube com o historial de mais de cem anos de existência como é nosso Sporting Clube de Portugal. Se o Sr. José Eduardo Bettencourt chama «anormais» a sócios do Sporting, então gostaria de lhe perguntar o que é que é normalidade? Normalidade é um clube como o Sporting, que paga aproximadamente mais de um milhão de euros mensalmente aos seus atletas da equipa principal, para estar em sétimo lugar na tabela classificativa da Liga Sagres? É normal esse mesmo clube ter uma equipa profissional que leva sete golos do Bayern de Munique na Liga dos Campeões num só jogo? Isso é que é normal? Então se para ele o normal é ver o clube na decadência e não ser capaz de tomar atitudes competentes, eu prefiro optar pela anormalidade e ter orgulho da mesma. Pois eu, com a minha competência anormal, já dei mais e já fiz mais coisas positivas pelo clube do que o Sr. José Eduardo Bettencourt com a normalidade da sua incompetência.
5) Diz o Sr. José Eduardo Bettencourt que vai combater ferozmente o terrorismo? Enfim… Cada vez tenho mais a certeza de que o Sr. José Eduardo Bettencourt se equivocou no país e no clube que escolheu para presidir recebendo salários milionários. Aconselho-o vivamente a ir presidir a um clube na Faixa de Gaza. É que, para o caso de ainda não ter percebido, eu ajudo-o, ele está em Portugal. Não quero combate a terroristas. Quero vitórias do Sporting Clube de Portugal. O terrorismo, a mim e a uma grande minoria de adeptos do clube, não nos preocupa. Preocupa-nos, sim, o facto de não ganharmos nada nem a ninguém.
6) Nas declarações do Sr. José Eduardo Bettencourt, foi referido o seguinte: «Não admito ter sócios desta qualidade no Sporting!». Pois bem, fique o Sr. José Eduardo Bettencourt a saber que quem não admite ter um presidente com falta de qualidade, carácter, profissionalismo, competência, sportinguismo e profissionalismo sou eu. E garanto-lhe que há uma grande minoria de adeptos e sócios que pensam da mesma forma que eu penso, por muito que isso lhe custe.
7 ) A minha noção de democracia, pelos vistos, é muito diferente da do Sr. José Eduardo Bettencourt. Para mim, democracia não é «correr» com «sócios do Sporting» do clube, apenas e só porque têm formas de pensar diferentes da dele. Um bom presidente ouve e respeita qualquer opinião, seja de que associado for.
8) Não consigo compreender também como é que é possível um presidente criticar tanto os associados que apenas querem e exigem vitórias do clube. Pergunto-me a mim próprio como é que isso pode acontecer, quando associados como o Sr. Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, que tanto tem prejudicado o nosso clube nos últimos tempos, consegue ainda ser homenageado pela Direcção presidida pelo Sr. José Eduardo Bettencourt. Isso, sim, é um verdadeiro acto de terrorismo contra o clube.
9 ) Gostaria que o Sr. José Eduardo Bettencourt, que diz saber de tanta coisa, esclarecesse todos os sportinguistas sobre o que sabe. É que eu e todos os sportinguistas também queremos e temos o direito de saber o que é que ele sabe assim tanto e tão bem.
Por último, mas não menos importante, tenho a informar todos os sócios e adeptos do Sporting Clube de Portugal que não me revejo nas críticas difamatórias das declarações proferidas pelo Sr. presidente do Sporting Clube de Portugal. Sou apenas e só um sportinguista. Não sou patrocinado por ninguém. Não sou pago por ninguém. Tenho apenas e só como objectivo defender o Sporting Clube de Portugal, clube do meu coração, das suas políticas que na minha opinião são incompetentes e prejudiciais para o clube. Não sou um pau mandado de ninguém e mais pessoas que partilham da mesma opinião que eu também não o são. Só quero o bem do Sporting, e acredito que o bem do nosso clube, neste momento, advirá da demissão imediata do Sr. José Eduardo Bettencourt do cargo que actualmente ocupa.
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Caros sportinguistas
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Na qualidade associado do Sporting Clube de Portugal, venho a público fazer esta delaração, pois sinto que o meu bom nome de sportinguista e de sócio do Sporting Clube de Portugal tem vindo a ser manchado.
Por isso, na sequência das declarações, pouco lúcidas, hilariantes e difamatórias, proferidas pelo actual presidente da Sporting Sad, o Sr. José Eduardo Bettencourt, e depois de já ter sido alvo de uma tentativa de agressão por parte desse senhor, venho por este meio esclarecer todos os sportinguistas sobre os seguintes pontos:
1) Lamento o facto de ao leme do Sporting Clube de Portugal termos um presidente que ofende os associados do clube que representa. Considero ser de muito mau tom apelidar de «cretinos» associados que, curiosamente, até contribuem para que o Sr. José Eduardo Bettencourt possa neste momento auferir de um salário mensal exorbitante como presidente da Sporting Sad. São ofensas dignas de quem já não possui sanidade mental nem competência suficientes para o cargo que ocupa no nosso querido clube.
2) Se efectivamente esses mesmos «cretinos» são apoiados e financiados, por pessoas que o Sr. José Eduardo Bettencourt sabe quem são, julgo então ser razoável que o mesmo diga publicamente a todos os sportinguistas quem são essas pessoas. Em relação a mim, a única coisa que posso adiantar é que não sou financiado nem apoiado por ninguém. Prova disso é que as dificuldades financeiras que tenho na minha vida pessoal me impedem de apoiar tantas vezes o Sporting como gostaria. Talvez se eu auferisse um salário igual ao do Sr. José Eduardo Bettencourt, talvez aí existisse essa possibilidade, mas infelizmente não é isso que acontece.
3) Em minoria ou maioria, julgo que num clube democrático como o Sporting Clube de Portugal todos os associados têm direito a emitir as suas opiniões. E lamento veementemente que o presidente do Sporting Clube de Portugal queira fazer do nosso clube uma anarquia ou uma ditadura, onde José Eduardo Bettencourt parece querer ser o «Salazar de serviço» e onde os sócios que querem emitir as suas opiniões são constantemente censurados e alvo de repressão policial no interior e no exterior do Estádio José de Alvalade. Entendo que o facto de muitos sócios do Sporting que partilham da mesma opinião, que foram identificados ultimamente pela polícia do Estado, depois do jogo com o Marítimo, sem que existisse uma razão aparentemente lógica ou coerente para que tais identificações acontecessem, mais não foi do que uma forma inequívoca de censura ditatorial que rege a política infame e incorrecta do Sr. José Eduardo Bettencourt e que infelizmente tem vindo a vigorar no Sporting Clube de Portugal com o mesmo senhor ao leme dos destinos da instituição.
4) Na mesma declaração feita pelo Sr. presidente José Eduardo Bettencourt apelidou também os sócios a quem se referiu como «anormais». Pois bem, é apenas mais uma afirmação que só lhe fica mal a ele e que não é digna de um presidente de um clube com o historial de mais de cem anos de existência como é nosso Sporting Clube de Portugal. Se o Sr. José Eduardo Bettencourt chama «anormais» a sócios do Sporting, então gostaria de lhe perguntar o que é que é normalidade? Normalidade é um clube como o Sporting, que paga aproximadamente mais de um milhão de euros mensalmente aos seus atletas da equipa principal, para estar em sétimo lugar na tabela classificativa da Liga Sagres? É normal esse mesmo clube ter uma equipa profissional que leva sete golos do Bayern de Munique na Liga dos Campeões num só jogo? Isso é que é normal? Então se para ele o normal é ver o clube na decadência e não ser capaz de tomar atitudes competentes, eu prefiro optar pela anormalidade e ter orgulho da mesma. Pois eu, com a minha competência anormal, já dei mais e já fiz mais coisas positivas pelo clube do que o Sr. José Eduardo Bettencourt com a normalidade da sua incompetência.
5) Diz o Sr. José Eduardo Bettencourt que vai combater ferozmente o terrorismo? Enfim… Cada vez tenho mais a certeza de que o Sr. José Eduardo Bettencourt se equivocou no país e no clube que escolheu para presidir recebendo salários milionários. Aconselho-o vivamente a ir presidir a um clube na Faixa de Gaza. É que, para o caso de ainda não ter percebido, eu ajudo-o, ele está em Portugal. Não quero combate a terroristas. Quero vitórias do Sporting Clube de Portugal. O terrorismo, a mim e a uma grande minoria de adeptos do clube, não nos preocupa. Preocupa-nos, sim, o facto de não ganharmos nada nem a ninguém.
6) Nas declarações do Sr. José Eduardo Bettencourt, foi referido o seguinte: «Não admito ter sócios desta qualidade no Sporting!». Pois bem, fique o Sr. José Eduardo Bettencourt a saber que quem não admite ter um presidente com falta de qualidade, carácter, profissionalismo, competência, sportinguismo e profissionalismo sou eu. E garanto-lhe que há uma grande minoria de adeptos e sócios que pensam da mesma forma que eu penso, por muito que isso lhe custe.
7 ) A minha noção de democracia, pelos vistos, é muito diferente da do Sr. José Eduardo Bettencourt. Para mim, democracia não é «correr» com «sócios do Sporting» do clube, apenas e só porque têm formas de pensar diferentes da dele. Um bom presidente ouve e respeita qualquer opinião, seja de que associado for.
8) Não consigo compreender também como é que é possível um presidente criticar tanto os associados que apenas querem e exigem vitórias do clube. Pergunto-me a mim próprio como é que isso pode acontecer, quando associados como o Sr. Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, que tanto tem prejudicado o nosso clube nos últimos tempos, consegue ainda ser homenageado pela Direcção presidida pelo Sr. José Eduardo Bettencourt. Isso, sim, é um verdadeiro acto de terrorismo contra o clube.
9 ) Gostaria que o Sr. José Eduardo Bettencourt, que diz saber de tanta coisa, esclarecesse todos os sportinguistas sobre o que sabe. É que eu e todos os sportinguistas também queremos e temos o direito de saber o que é que ele sabe assim tanto e tão bem.
Por último, mas não menos importante, tenho a informar todos os sócios e adeptos do Sporting Clube de Portugal que não me revejo nas críticas difamatórias das declarações proferidas pelo Sr. presidente do Sporting Clube de Portugal. Sou apenas e só um sportinguista. Não sou patrocinado por ninguém. Não sou pago por ninguém. Tenho apenas e só como objectivo defender o Sporting Clube de Portugal, clube do meu coração, das suas políticas que na minha opinião são incompetentes e prejudiciais para o clube. Não sou um pau mandado de ninguém e mais pessoas que partilham da mesma opinião que eu também não o são. Só quero o bem do Sporting, e acredito que o bem do nosso clube, neste momento, advirá da demissão imediata do Sr. José Eduardo Bettencourt do cargo que actualmente ocupa.
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Wilson Teixeira
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(Nota: texto editado)
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(Nota: texto editado)
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Portimão, o mundo
O mundo dos funcionários da Câmara Municipal de Portimão, aqui.
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Nota: na foto (de Portimão), lá ao fundo, a minha terra.
.sábado, 7 de novembro de 2009
O íman
Não sei se foi este jogo com o clube letão com nome de marca de cigarros – Sporting 1 (Saleiro), Ventspils 1 – a fazer precipitar os últimos acontecimentos no Sporting, o meu clube. Paulo Bento diz que não, que já tinha sido o jogo com o Marítimo. Pouco importa, vai dar ao mesmo. Tudo isto já se esperava, a saída do treinador, o mau resultado com os letões, o mau resultado com o Marítimo, as demissões que se seguiram à de Paulo Bento. Que, diga-se o que se disser, não tinha mesmo condições para continuar. Prejudicou-se a ele próprio por ter ficado tanto tempo e agora é tarde para voltar atrás, à altura em que poderia ter saído de outra forma. Mas mesmo assim não me parece que saia tão mal como isso. Apesar de deixar a equipa num verdadeiro caos, com mais de uma dúzia de jogadores que nunca deveria ter permitido que integrassem o plantel, por nítida falta de qualidade.
O problema do Sporting, obviamente, não tem a ver com Paulo Bento, que muito fez pelo clube, mas que muitas asneiras também fez – e disse – no clube. O problema está num estranho fenómeno que faz com o clube atraia para dirigi-lo sobretudo incompetentes, como o actual presidente, José Eduardo Bettencourt, e o grupo que o rodeia (de cujos elementos nos últimos dias ele começou a falar mal). O Sporting, um íman. Como desmagnetizar esse íman? Talvez seja este o desafio. Se calhar isso não será suficiente. Talvez o clube precise também de um escudo protector, contra a incompetência, e também contra o desleixo, que foi uma novidade trazida por José Eduardo Bettencourt. Nos últimos anos o Sporting construiu uma tradição de dirigentes incompetentes, mas essa incompetência não aparecia de mão dada com o desleixo. Agora, com este presidente, passeiam as duas características, sempre de mão dada, sempre unidas, como se fosse impossível existirem uma sem a outra.
Claro que depois vem o pior. Perder a cabeça. José Eduardo Bettencourt perdeu a cabeça. Várias vezes. A incompetência e o desleixo levam a isso. Aos berros a mandar calar os adeptos, à história de à equipa faltar «cagança» (termo que presumo José Eduardo Bettencourt trouxe da banca), à dos estádios cheios com o Benfica, a despir o casaco para ir andar à pancada com adeptos, a tantas outras asneiras impensáveis num presidente do Sporting. Ou na volta, neste caso, não são tão impensáveis como isso. A verdade é que José Eduardo Bettencourt nunca foi bem o presidente do Sporting. A demissão, agora, se calhar até nem se ia notar muito. Nem que fosse preciso chorar um bocadinho na conferência de imprensa de anúncio da boa nova..
O problema do Sporting, obviamente, não tem a ver com Paulo Bento, que muito fez pelo clube, mas que muitas asneiras também fez – e disse – no clube. O problema está num estranho fenómeno que faz com o clube atraia para dirigi-lo sobretudo incompetentes, como o actual presidente, José Eduardo Bettencourt, e o grupo que o rodeia (de cujos elementos nos últimos dias ele começou a falar mal). O Sporting, um íman. Como desmagnetizar esse íman? Talvez seja este o desafio. Se calhar isso não será suficiente. Talvez o clube precise também de um escudo protector, contra a incompetência, e também contra o desleixo, que foi uma novidade trazida por José Eduardo Bettencourt. Nos últimos anos o Sporting construiu uma tradição de dirigentes incompetentes, mas essa incompetência não aparecia de mão dada com o desleixo. Agora, com este presidente, passeiam as duas características, sempre de mão dada, sempre unidas, como se fosse impossível existirem uma sem a outra.
Claro que depois vem o pior. Perder a cabeça. José Eduardo Bettencourt perdeu a cabeça. Várias vezes. A incompetência e o desleixo levam a isso. Aos berros a mandar calar os adeptos, à história de à equipa faltar «cagança» (termo que presumo José Eduardo Bettencourt trouxe da banca), à dos estádios cheios com o Benfica, a despir o casaco para ir andar à pancada com adeptos, a tantas outras asneiras impensáveis num presidente do Sporting. Ou na volta, neste caso, não são tão impensáveis como isso. A verdade é que José Eduardo Bettencourt nunca foi bem o presidente do Sporting. A demissão, agora, se calhar até nem se ia notar muito. Nem que fosse preciso chorar um bocadinho na conferência de imprensa de anúncio da boa nova..
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
A primeira frase (4)
«Tocou à uma e cinco da tarde.»
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Primeira frase do conto de abertura do livro «O Velho que Esperava por D. Sebastião». Este conto chama-se «A Barraca da Eira Velha» e integra uma das quatro partes do livro, intitulada «Os Nossos Sonhos de Criança».
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Primeira frase do conto de abertura do livro «O Velho que Esperava por D. Sebastião». Este conto chama-se «A Barraca da Eira Velha» e integra uma das quatro partes do livro, intitulada «Os Nossos Sonhos de Criança».
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quarta-feira, 4 de novembro de 2009
A frio
Agora, a frio, já posso fazer aqui referência ao jogo do Sporting no domingo à noite – Sporting 1 (Matías Fernández), Marítimo 1. Foi o que se esperava; não o que se esperava antes do jogo mas o que se esperava logo no início da época. E agora estamos em sétimo lugar. Como mais ou menos se esperava. Paulo Bento não é de certeza o problema principal, embora me pareça que depois de tanta confusão o melhor que ele teria a fazer era afastar-se, até para se salvaguardar. Quanto aos jogadores, a mesma coisa, o problema não está neles, embora algum sejam realmente maus (Polga, Caneira, Caicedo, André Marques e por aí adiante). O verdadeiro problema é que quem manda no Sporting tem as marcas da incompetência e do desleixo. Uso estas duas palavras porque nem quero crer que tudo o que tem sido feito de tão mau na gestão do Sporting nos últimos tempos tenha a ver com o empenho em tomar más decisões sabe-se lá com que finalidade. Prefiro pensar que é mesmo incompetência e desleixo.
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domingo, 1 de novembro de 2009
António Souto – Crónica (17)
Décima sétima crónica de António Souto, depois desta, desta, desta, desta, desta, desta, desta, desta, desta, desta, desta, desta, desta, desta, desta e desta. O António mantém uma crónica («Ex-abrupto») no jornal da sua terra («Jornal D’Angeja»). Esta é a da edição de Outubro de 2009.
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Centelhas
1) Este ano houve mais fogos, arderam seis vezes mais hectares de mata e floresta do que no ano passado, e ninguém deu por isso. Só os homens que os combateram souberam das chamas, dos suores e dos ventos fortes e hostis. Estamos em crer que «outros» fogos abafaram estes, antes mesmo de assentarem as cinzas e de se extinguirem as indeléveis aflições. Este ano ninguém deu pelo fumo, nem por nada.
2) Há palavras bonitas, há palavras que são só palavras, há palavras que nem isso. São estas últimas que, de vez em quando, em surdina, fazem avanços indecorosos: mobilidade, vulnerabilidade, governabilidade, noticiabilidade e muitas outras habilidades…
3) Volvi pela segunda vez ao Freeport de Alcochete. A seguir à neblina matinal veio a chuva, e o espaço comercial tornou-se rapidamente inóspito, com as pessoas correndo de loja para loja, salpicando-se, que ninguém vinha preparado para as bátegas. Quem projectou o complexo imaginou-o seguramente longe, num deserto, passe a ironia, árido e mirrado, e por isso não cuidou de cobrir as labirínticas ruelas a céu aberto. E quando a água cai, porque do lado sul do Tejo também cai água, os potenciais consumidores consomem-se para se manterem enxutos. Eu, por mim, avesso que sou a temporais e infortúnios ensopados, juro que ali não voltarei enquanto não voltar o novo sol de estio.
4) Dizem as estatísticas recentes que no ano passado nasceram em média 13 bebés por dia de mães adolescentes, quase todas menores. Não apurámos da proveniência social das progenitoras nem das suas habilitações, mas o facto de serem maioritariamente de menor idade dá que reflectir. Não sei se uma verdadeira Educação para a Sexualidade poderia inverter ou atenuar este fenómeno, mas que a Educação, enquanto instituição, tem o dever de promover uma política activa neste âmbito, lá isso tem – ou então, onde o sentido pleno de uma escolaridade obrigatória de doze anos?
5) Estalou a polémica em torno do último livro de Saramago, «Caim». Não vejo razão substancial para que haja polémica por causa de um livro não polémico. Trata-se, essencialmente, de um romance, e enquanto romance pode e deve ser lido. E enquanto romance pode e deve ser classificado. Será de qualidade igual aos anteriores, será melhor ou será pior? O leitor o dirá e julgará, seja um leitor comum, seja um leitor especialista. A matéria que a narrativa enforma, em jeito de crítica ou de paródia, não é de resto novidade (bastará reler «Memorial do Convento», «O Evangelho Segundo Jesus Cristo« ou «In Nomine Dei») e é consentânea com a ideologia do autor. A não ser que seja este que se quer classificar e julgar, e isso será outra história e outra inquisição.
6) 22 de Outubro de 2009. Temos nova equipa ministerial, finalmente! Como sempre, uns que ficam, outros que partem e outros que chegam. Será uma nova fase e uma nova aposta. Esperemos que um novo fôlego! 31 de Outubro de 2009. Temos o novo corpo de secretários de Estado, empossado de mansinho e sem discursos. Temos, finalmente, o governo completo! Sem feitiçarias, mas em dia de bruxas, por coincidência. Agora, à governança, assim ajudem os santos, que é dia deles amanhã.
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Centelhas
1) Este ano houve mais fogos, arderam seis vezes mais hectares de mata e floresta do que no ano passado, e ninguém deu por isso. Só os homens que os combateram souberam das chamas, dos suores e dos ventos fortes e hostis. Estamos em crer que «outros» fogos abafaram estes, antes mesmo de assentarem as cinzas e de se extinguirem as indeléveis aflições. Este ano ninguém deu pelo fumo, nem por nada.
2) Há palavras bonitas, há palavras que são só palavras, há palavras que nem isso. São estas últimas que, de vez em quando, em surdina, fazem avanços indecorosos: mobilidade, vulnerabilidade, governabilidade, noticiabilidade e muitas outras habilidades…
3) Volvi pela segunda vez ao Freeport de Alcochete. A seguir à neblina matinal veio a chuva, e o espaço comercial tornou-se rapidamente inóspito, com as pessoas correndo de loja para loja, salpicando-se, que ninguém vinha preparado para as bátegas. Quem projectou o complexo imaginou-o seguramente longe, num deserto, passe a ironia, árido e mirrado, e por isso não cuidou de cobrir as labirínticas ruelas a céu aberto. E quando a água cai, porque do lado sul do Tejo também cai água, os potenciais consumidores consomem-se para se manterem enxutos. Eu, por mim, avesso que sou a temporais e infortúnios ensopados, juro que ali não voltarei enquanto não voltar o novo sol de estio.
4) Dizem as estatísticas recentes que no ano passado nasceram em média 13 bebés por dia de mães adolescentes, quase todas menores. Não apurámos da proveniência social das progenitoras nem das suas habilitações, mas o facto de serem maioritariamente de menor idade dá que reflectir. Não sei se uma verdadeira Educação para a Sexualidade poderia inverter ou atenuar este fenómeno, mas que a Educação, enquanto instituição, tem o dever de promover uma política activa neste âmbito, lá isso tem – ou então, onde o sentido pleno de uma escolaridade obrigatória de doze anos?
5) Estalou a polémica em torno do último livro de Saramago, «Caim». Não vejo razão substancial para que haja polémica por causa de um livro não polémico. Trata-se, essencialmente, de um romance, e enquanto romance pode e deve ser lido. E enquanto romance pode e deve ser classificado. Será de qualidade igual aos anteriores, será melhor ou será pior? O leitor o dirá e julgará, seja um leitor comum, seja um leitor especialista. A matéria que a narrativa enforma, em jeito de crítica ou de paródia, não é de resto novidade (bastará reler «Memorial do Convento», «O Evangelho Segundo Jesus Cristo« ou «In Nomine Dei») e é consentânea com a ideologia do autor. A não ser que seja este que se quer classificar e julgar, e isso será outra história e outra inquisição.
6) 22 de Outubro de 2009. Temos nova equipa ministerial, finalmente! Como sempre, uns que ficam, outros que partem e outros que chegam. Será uma nova fase e uma nova aposta. Esperemos que um novo fôlego! 31 de Outubro de 2009. Temos o novo corpo de secretários de Estado, empossado de mansinho e sem discursos. Temos, finalmente, o governo completo! Sem feitiçarias, mas em dia de bruxas, por coincidência. Agora, à governança, assim ajudem os santos, que é dia deles amanhã.
(foto: Rui André)
.sábado, 31 de outubro de 2009
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Revista «human» de Novembro
Nas bancas a partir de hoje. Na capa, Margarida Pinto Correia, a mulher que lidera a Fundação do Gil. Mais informações sobre a edição aqui. Deixo a seguir o meu editorial…
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Uma edição do Gil
«Na área em que trabalhamos, temos que aprender a gerir-nos emocionalmente e a apoiar-nos muito, senão não funciona. Tem que haver uma gestão empresarial hiper racional, mas o lado humano não pode nunca ser descurado.» Se eu lesse estas duas frases sem saber de quem eram, tenho quase a certeza de que não as associaria ao típico gestor de empresas de repente rendido às questões da inteligência emocional tão em voga desde há uns anos. E tudo porque noto pelo uso de algumas palavras – até pelo tom que transparece da sua ordenação – uma genuinidade que não é habitual nos discursos do mundo das empresas, quer se trate destas questões, quer das de responsabilidade social, transparência ou ética, por exemplo.
A verdade é que as duas frases não são de ninguém das empresas, mas sim de Margarida Pinto Correia, a administradora executiva da Fundação do Gil, que para esta edição da «human» nos concedeu uma entrevista fascinante, sobre algo igualmente fascinante, mais fascinante até, obviamente. O projecto que lidera, a Fundação do Gil, que visa contribuir para o bem-estar, a valorização e a integração social das crianças que estão por períodos prolongados internadas em hospitais. Para este projecto, para cumprir os seus objectivos – os de tantas crianças –, não é fácil conseguir viabilidade, e é aí que está a luta de Margarida Pinto Correia. Uma luta para conseguir sempre mais apoios, de pessoas, de empresas, tanto que a certa altura confessa: «Sempre que conhecemos alguém, pensamos logo como é que essa pessoa nos pode ajudar.» Nem que se trate de José Mourinho, ou de Cristiano Ronaldo… «O Cristiano Ronaldo deu-nos o dinheiro que recebeu da multa da Impala por esta ter fotografado o interior da sua casa. Já andávamos a namorá-lo para ele ser o nosso padrinho na Madeira.»
Na edição há outros destaques: um caso da YDreams, ligado ao desenvolvimento de carreiras; trabalhos sobre os desafios das empresas num cenário de pandemia como o da Gripe A ou sobre contact centers (a propósito da realização este mês, em Lisboa, do «Call Center & CRM Solutions 2009»); ou ainda uma reportagem sobre o tema do assessment.
Mas eu prefiro dizer que esta é uma edição do Gil.
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Uma edição do Gil
«Na área em que trabalhamos, temos que aprender a gerir-nos emocionalmente e a apoiar-nos muito, senão não funciona. Tem que haver uma gestão empresarial hiper racional, mas o lado humano não pode nunca ser descurado.» Se eu lesse estas duas frases sem saber de quem eram, tenho quase a certeza de que não as associaria ao típico gestor de empresas de repente rendido às questões da inteligência emocional tão em voga desde há uns anos. E tudo porque noto pelo uso de algumas palavras – até pelo tom que transparece da sua ordenação – uma genuinidade que não é habitual nos discursos do mundo das empresas, quer se trate destas questões, quer das de responsabilidade social, transparência ou ética, por exemplo.
A verdade é que as duas frases não são de ninguém das empresas, mas sim de Margarida Pinto Correia, a administradora executiva da Fundação do Gil, que para esta edição da «human» nos concedeu uma entrevista fascinante, sobre algo igualmente fascinante, mais fascinante até, obviamente. O projecto que lidera, a Fundação do Gil, que visa contribuir para o bem-estar, a valorização e a integração social das crianças que estão por períodos prolongados internadas em hospitais. Para este projecto, para cumprir os seus objectivos – os de tantas crianças –, não é fácil conseguir viabilidade, e é aí que está a luta de Margarida Pinto Correia. Uma luta para conseguir sempre mais apoios, de pessoas, de empresas, tanto que a certa altura confessa: «Sempre que conhecemos alguém, pensamos logo como é que essa pessoa nos pode ajudar.» Nem que se trate de José Mourinho, ou de Cristiano Ronaldo… «O Cristiano Ronaldo deu-nos o dinheiro que recebeu da multa da Impala por esta ter fotografado o interior da sua casa. Já andávamos a namorá-lo para ele ser o nosso padrinho na Madeira.»
Na edição há outros destaques: um caso da YDreams, ligado ao desenvolvimento de carreiras; trabalhos sobre os desafios das empresas num cenário de pandemia como o da Gripe A ou sobre contact centers (a propósito da realização este mês, em Lisboa, do «Call Center & CRM Solutions 2009»); ou ainda uma reportagem sobre o tema do assessment.
Mas eu prefiro dizer que esta é uma edição do Gil.
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O homem que ameaça dar cabo do Sporting
A passagem do Sporting por Guimarães – Guimarães 1, Sporting 1 (Matías Fernández) – foi mais um exemplo do estado deplorável em que o clube se encontra. Depois da chegada de José Eduardo Bettencourt cada jogo passou a ser um tormento. Nos últimos anos houve muita incompetência no Sporting, mas nunca se chegou ao nível actual, com a agravante de a esse nível de incompetência se juntar um nível igual de desleixo. Ironia das ironias, isso acontece quando temos um presidente remunerado. José Eduardo Bettencourt ameaça mesmo dar cabo do clube.
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segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Um bocadinho
Um bocadinho da capa da revista «human» de Novembro, nas bancas a partir de quarta-feira. Amanhã à noite ponho aqui a capa completa e o meu editorial.
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Adiamento
O evento previsto para amanhã, dia 27, em Silves, na Biblioteca Municipal (21 horas), sobre o romance «Os Sonhos e Outras Perigosas Embirrações» (ver aqui) foi adiado por questões burocráticas (que têm a ver com a tomada de posse dos novos eleitos autárquicos), segundo a organização. Assim que houver nova data, farei aqui a divulgação.
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domingo, 25 de outubro de 2009
O Sporting tem tido nos últimos anos péssimos dirigentes, mas com os actuais bateu tudo o que de mau se poderia imaginar
Do jogo do Sporting para a Liga Europa, em Riga, na Letónia – Ventspils 1, Sporting 2 (Miguel Veloso, João Moutinho), apesar da vitória a sensação que ficou foi a que já existia antes. A sensação de que a equipa está mesmo na miséria. Com os dirigentes que temos, outra coisa não seria de esperar. Cada vez mais me parece que o meu clube caminha a passos largos para o abismo. Só agora ponho aqui alguma coisa sobre este jogo, que se realizou na passada quinta-feira, porque a verdade é que me custa escrever. O Sporting tem tido nos últimos anos péssimos dirigentes, mas com os actuais bateu tudo o que de mau se poderia imaginar.
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sábado, 24 de outubro de 2009
A primeira frase (3)
«Dizem que há pessoas que não fazem falta nenhuma ao mundo, que costuma haver pelo menos uma pessoa dessas em cada terra.»
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Primeira frase do romance «Até Acabar com o Diabo». Depois, a história continua assim:
«E quando não há, dizem também, logo o destino se encarrega de a fazer chegar, por uma razão qualquer, ou até sem razão nenhuma. O Diabo era uma dessas pessoas, é o que quase toda a gente pensa, e se não fosse o mau-cheiro que lhe começou a sair da boca algumas horas depois de o burro ter entrado no café do Compadre Sabiniano, se não fosse por isso, nem teria valido a pena perderem tempo a enterrá-lo.»
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Primeira frase do romance «Até Acabar com o Diabo». Depois, a história continua assim:
«E quando não há, dizem também, logo o destino se encarrega de a fazer chegar, por uma razão qualquer, ou até sem razão nenhuma. O Diabo era uma dessas pessoas, é o que quase toda a gente pensa, e se não fosse o mau-cheiro que lhe começou a sair da boca algumas horas depois de o burro ter entrado no café do Compadre Sabiniano, se não fosse por isso, nem teria valido a pena perderem tempo a enterrá-lo.»
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Etiquetas:
Literatura,
Romance «Até Acabar com o Diabo»
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Em Monchique
Sexta edição do «Passeio TT Serra de Monchique – Rota da Castanha» (31.10/ 01.11). Mais informações aqui.
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Monchique Montanha Clube,
TT
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