quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Romance «Uma Noite com o Fogo»

Para seguir o blog do romance «Uma Noite com o Fogo», clicar aqui.
.
Era o fogo. Andava à solta nos montes, embora visto dali, a uns cinquenta quilómetros de distância, parecesse apenas uma lâmpada enorme, de luz avermelhada, para iluminar as terras em redor. Ou um sinal. Talvez pudesse parecer isso também, um sinal para os barcos que andassem do outro lado, perto da costa. Eu imaginava estas coisas para o clarão do fogo, até que fosse um aviso para os aviões que sobrevoassem de noite aqueles montes. Não se desse o caso de irem eles lá bater, no sítio que passava dos novecentos metros, no que por pouco não atingia os oitocentos ou até noutro qualquer com menos ilusões de chegar às nuvens. A minha imaginação com os montes, as nuvens e os aviões, depois dos barcos perto da costa. Eu estava na berma da estrada, fora do carro, no primeiro sítio de onde tinha conseguido avistar o clarão. Era pouco mais de meia-noite, a fazer fé no que mostrava o relógio do carro.
.

Sem comentários: