quarta-feira, 30 de junho de 2010

Resumo do nosso mundial

É a ideia com que fico depois da saída da selecção nacional do mundial da África do Sul. Carlos Queiroz, uma vez mais, ficou muito aquém do que o cargo que desempenha exige. Desorganizado e péssimo comunicador (duas características que estava longe de imaginar para ele), voltou a revelar um grande desconhecimento em relação ao futebol e uma confrangedora capacidade de liderança. Mostrou ao mundo uma imagem errada do futebol português, que podia ser conhecido por tudo menos por ser ultra-defensivo e desprovido de criatividade. E conduziu de forma absolutamente incompetente o jogo em que a Espanha nos eliminou; um exemplo, o principal, foi a despropositada substituição que pouco antes do golo espanhol acabou com o jogo de Portugal (lembrei-me de um episódio de há pouco mais de 16 anos, quando o Sporting com ele a treinador perdeu um campeonato em Alvalade, nos seis a três com o Benfica, com a célebre substituição do defesa esquerdo Paulo Torres ao intervalo).
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3 comentários:

Luis Eme disse...

também pensava que ele já não era tão "medroso", que lhe tinha feito bem a convivência com sir Alex Fergusson, mas estava errado.

mas com os jogadores que ele escolheu (defesas laterais ultrapassados, defesas centrais e médios defensivos com fartura, em detrimento de criativos...), até foi mais longe do que esperava...

mas há um problema de base, temos cada vez menos jogadores que fazem a diferença, e quando o Benfica é campeão quase sem portugueses...

vai-nos acontecer o mesmo que acontece à Itália e Inglaterra...

Arlindo Pinto disse...

Nunca acreditei em Queiroz precisamente pelos atributos que lhe confere!
Acho a seleção um grupo sem vida, sem chama, sem coesão, sem liderança, com um treinador sem tomates (perdoe-se-me o vernáculo).
Digo isto como já dizia antes e durante o apuramento.
Não se trata de apoiar ou não o grupo, porque acho que isso todos fazemos, nem dizer mal à boa maneira portuguesa. Eu é que nunca acreditei.
Abraço

Manuel Ramalhete disse...

António:

Falando de coisas tristes, aproveito para fazer a minha catarse, não no sentido fisiológico do termo, mas tão-somente para alijar recalcamentos.

Para mim o pior é o alto conceito que ele faz de si próprio, aliado a um temperamento arrogante que o discurso – longe de disfarçar – antes realça.

Aquela ideia fixa de insistir na utilização de Pepe é muito reveladora da sua personalidade.
Queiroz (há nomes que deveria ser obrigatório preservar) considera que aquela adaptação de Pepe "a trinco" é um emblemático golpe de génio da sua carreira como treinador. E desde cedo se percebeu que Pedro Mendes (ou outro qualquer que fosse), só estava ali para guardar o lugar na fila de espera! Alguém que reveja o filme do jogo com a Espanha, observando a não prestação de Pepe, chega a ter pena! Pepe andava pura e simplesmente aos papéis, encolhido entre os centrais. Ou seja refugiado nos seus «terrenos naturais». Conclusão: o lugar de "trinco" estava destrancado! Se a ideia era explorar a compleição física, desde cedo se viu que ele metia o pé, mas a medo. E logo contra a Espanha que joga a bola pelo chão! Não acuso o Pepe, para além do choradinho que fez, dias antes, por não estar a ser utilizado. Todavia, esta convocação do brasileiro revela bem – quanto a mim – o treinador que Queiroz é ou não é. Com estas e outras, Queiroz vai desbaratando o que ainda restará do trabalho brilhante que ele fez com a «geração de ouro».
O pior é que me parece que temos de o aturar, tanto antes como depois do almoço de cada dia!

Um abraço!