Para ler aqui, um notável texto sobre o mundo da edição e sobre literatura, escrito pela minha antiga editora na Temas e Debates, Maria do Rosário Pedreira. «(…) as grandes editoras, frequentemente obrigados a um crescimento de x% ao ano pelos grupos a que pertencem ou pela agressividade da concorrência, optaram nos últimos anos por apostar sobretudo em produtos de venda rápida, importando sucessos internacionais ou publicando livros de «pivôs» da televisão, alternadeiras, ex-inspectores da Judiciária e outras figuras mediáticas. (…) Julgo também não me enganar se disser que o Nobel nunca poderá vir a ser ganho por Fátima Lopes ou que, na história da literatura portuguesa, nunca viremos a ler, ainda que numa nota de rodapé, o nome de Carolina Salgado. E, se daqui a cinquenta anos a RTP se lembrar de repetir o polémico programa dos Grandes Portugueses, ainda estarão seguramente entre as primeiras figuras Camões e Pessoa, mas não me parece, com toda a boa-vontade, que surjam os nomes de Virgílio Castelo ou Moita Flores. (…)»
.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário