Fez-me lembrar o o futebol dos filósofos. Refiro-me ao que o Luís Graça deixou na caixa de comentários de um post do blog da revista «Ler», isto…
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Temperatura amena no Salão Nobre da Biblioteca Municipal de Lisboa. Os leitores já estão sentados e aguarda-se a todo o momento que Jorge Couto apite para o início do desafio. Vai ser auxiliado do lado da Torre do Tombo por José António Pinto Ribeiro e do lado da estátua da Guerra Peninsular por Teolinda Gersão.
Temperatura amena no Salão Nobre da Biblioteca Municipal de Lisboa. Os leitores já estão sentados e aguarda-se a todo o momento que Jorge Couto apite para o início do desafio. Vai ser auxiliado do lado da Torre do Tombo por José António Pinto Ribeiro e do lado da estátua da Guerra Peninsular por Teolinda Gersão.
Luís Graça toca curtinho para Dick Hard, Dick Hard introduz um poema de «A Idade das Trovas», de Inocêncio Pinga-Amor. É «Nenúfar», o título do poema.
MRP reclama que Dick Hard não pode colocar em jogo um poema lírico.O jogo está parado e recorre-se ao vídeo-wall, onde Genaro Olivieri, Guido Pancaldi, Vasco Graça Moura e Eduardo Lourenço vão analisar a situação.
As 17 regras do novo Acordo Ortográfico não são bem claras, mas Jorge Couto aponta para o centro de «Sei lá».
MRP segue agora com o livro bem dominado no regaço. Passa por uma tia, diz adeus a outra, diminuiu bruscamente de velocidade numa montra da Prada, volta a correr com o romance na mão. Deixa cair uma metáfora, recupera e aparece Rick Dart e corta pelo parágrafo final.
Livro de cantos. Já vão dez a favor de Luís. Onde Vaz, Graça? Conseguirá aguentar toda a pressão em cima dos seus corners?
MRP, em belo momento de forma, muito leve, muito Light, muito Tahiti duche com monói, mete no coração da área, recebe com «Alma de Pássaro» e sobrevoa a zona de perigo. A obra cai num vidrão.
A equipa técnica da Oficina do Livro está apreensiva. Apesar de um maior domínio estantorial, MRP não conseguiu fazer esquecer «O Homem que Casou com Uma Estrela Porno e outros contos perversos», da Polvo. Rui Brito, encostado ao banco, de braços cruzados, manda aquecer Jorge Deodato, recuperado de uma recente lesão na Feira do Livro.
É agora Luís Graça que avança pelos terrenos da Oficina. Ouvem-se protestos de Gil Cancela Leite, a propósito da capa de João Pita Grós, em «A Idade das Trovas». O dirigente da Camilo Castelo Branco está nervoso. A Universitária poderá ter uma palavra a dizer neste importante prelo a contar para a terceira jornada da primeira fase da Liga das Ilustrações.
João Fazenda despe o fato de treino. Recorde-se que o ilustrador, que já actuou na Polvo e na Oficina do Livro, prepara-se agora para colorir «Português Suave». MRP já tem a cara cheia de algarismos, para que João Fazenda possa colorir em conformidade.
Vem de novo Luís Graça em bom andamento, está a ler a terceira cena de «Meia-Dúzia de Maldades», terceiro prémio do concurso Novos Textos do Inatel, amortece uma didascália, cola na relva, prepara um curso de escrita criativa na Associação Agostinho da Silva, na Rua do Jasmim, número 11.
Brown, serial killer da peça premiada em 2000, pede para ser substituído. Josué Morteirinho entra na Biblioteca e vai colocar-se ao lado de «Fado, Futebol e Farpas, uma aventura psicadélica», uma edição de autor que não fica a dever nada a um autor de eleição como Luís Graça.
Na realidade, Luís Graça foi eleito como a esperança mais promissora dos eventuais potenciais escritores das próximas duas décadas.
E agora, senhores espectadores, temos o encontro interrompido. Dá ideia que MRP deixou cair algo. Parece que é um brinco. Vítor Alçada Baptista vem ajudá-la a procurar.
– Ai, que chatice. Era o «I'm in Love With a Pop Star», um brinquinho de narrativa, um conjunto de prosas que pôs Portugal a ler.
Luís Graça dirige-se a Jorge Couto e solicita o adiamento do prelo. Já está no banco a discutir com Rui Brito a próxima edição. O fisioterapeuta do centro de estágio BD Voyeur, Machado-Dias, traz um recado para MRP:
– Pede-se à menina Margarida que se dirija com prontidão ao prontuário. Os seus revisores aguardam-na com carinho.
– O quê? Não tou a pecebê. Que possidonice!
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1 comentário:
Recorda-se o episódio dos Monty Python e não pode deixar-se de ver nele toda a estrutura de um clássico.
Como todos os clássicos, penetra-nos até ao âmago e as influências na nossa escrita revelam-se marcantes.
Em 1980,no Ano Propedêutico, pedi recurso numa prova de Filosofia. E o professor que redigiu o recurso disse-me: "Sabe, o seu problema essencial não é de conhecimentos. Mas parece que está a fazer um relato. 'E agora aqui vem Kant, traz a Crítica da Razão Pura...".
Os Monty Python são tanto mais clássicos quanto enquadraram a cultura livresca do ensino inglês num âmbito humorístico verdadeiramente revolucinário.
A própria BBC não sabia o que esperar deles. E os Nonty Python também não.
Geração de jovens "emigrados" de Londres para o campo, por causa da II Grande Guerra, regressam à cidade com uma perplexidade grande. E as cumplicidades vão-se gerando, entre animosidades e fraternidadesn que mais tarde se esbatem.
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