Zumbi de regresso
Zumbi, o mítico herói do Quilombo de Palmares, regressa para tomar a cidade do Rio de Janeiro. O que é que poderá acontecer?
Na contracapa de «O Ano em que Zumbi Tomou o Rio» (pelo menos a da edição que tenho comigo, a primeira, de 2002) pode ler-se… «Os morros do Rio de Janeiro estão a arder. Aproxima-se o dia em que a guerra descerá sobre os bairros ricos da cidade. Um antigo coronel do Ministério da Segurança de Estado de Angola, que trocou o seu país pelo Brasil, fugindo às armadilhas de um amor feroz e ao tormento da memória, prepara esse dia. Um jornalista mergulha no incêndio dos morros cariocas em busca de respostas a perguntas que poucos se atrevem a colocar. Tudo isto acontece agora./ Zumbi, o mítico herói do Quilombo de Palmares, voltou para tomar o Rio.»
Este romance do escritor angolano José Eduardo Agualusa (n. Huambo, 13 de Dezembro de 1960) resulta de uma antiga ideia do autor, a de fazer uma actualização do mito de Zumbi de Palmares, um negro de origem angolana que no século XVII governou durante muitos anos uma república de homens fugidos à escravatura. Com a intensificação do tráfico negreiro para o Brasil, iniciado no século XVI, era natural que começassem as revoltas e que tendessem a ser organizadas. Arrancados ao seu habitat natural, onde em muitos casos pertenciam às classes dominantes, os negros não aceitavam pacificamente a condição que lhes era imposta pelos portugueses do Brasil. Daí as revoltas e as fugas, até chegar-se à formação dos chamados quilombos, aldeias de negros fugidos das fazendas, onde se organizavam e tentavam viver em liberdade. O mais famoso foi o de Palmares, que resistiu durante cerca de noventa anos aos ataques dos portugueses, caindo apenas em 1694. Zumbi foi o seu membro mais famoso.
A acção de «O Ano em que Zumbi Tomou o Rio», contudo, passa-se na actualidade. Poderá talvez classificar-se como uma alegoria, um relato fantástico a propósito da questão racial, com Angola e Brasil como que misturados. No Rio de Janeiro, nos morros, vai começar a guerra de negros de todas as cores contra a ordem imposta pelos brancos. O militar angolano referido na contracapa chama-se Francisco Palmares. Vende armas, vive num hotel mítico do Rio de Janeiro e planeia a guerra. Além dele, há mais uma personagem central, também um angolano, só que exilado em Portugal, em Lisboa, depois de uma morte simulada, com direito a funeral e tudo. Trata-se de um anão jornalista chamado Euclides e que fará a reportagem dos acontecimentos como correspondente de um jornal português. Acontecimentos que acabam por ser mais do que um conflito entre polícias e bandidos, assumindo contornos marcadamente políticos. E «...nada será como antes. Não há finais felizes, mas há finais que anunciam tempos melhores.»
Zumbi, o mítico herói do Quilombo de Palmares, regressa para tomar a cidade do Rio de Janeiro. O que é que poderá acontecer?
Na contracapa de «O Ano em que Zumbi Tomou o Rio» (pelo menos a da edição que tenho comigo, a primeira, de 2002) pode ler-se… «Os morros do Rio de Janeiro estão a arder. Aproxima-se o dia em que a guerra descerá sobre os bairros ricos da cidade. Um antigo coronel do Ministério da Segurança de Estado de Angola, que trocou o seu país pelo Brasil, fugindo às armadilhas de um amor feroz e ao tormento da memória, prepara esse dia. Um jornalista mergulha no incêndio dos morros cariocas em busca de respostas a perguntas que poucos se atrevem a colocar. Tudo isto acontece agora./ Zumbi, o mítico herói do Quilombo de Palmares, voltou para tomar o Rio.»
Este romance do escritor angolano José Eduardo Agualusa (n. Huambo, 13 de Dezembro de 1960) resulta de uma antiga ideia do autor, a de fazer uma actualização do mito de Zumbi de Palmares, um negro de origem angolana que no século XVII governou durante muitos anos uma república de homens fugidos à escravatura. Com a intensificação do tráfico negreiro para o Brasil, iniciado no século XVI, era natural que começassem as revoltas e que tendessem a ser organizadas. Arrancados ao seu habitat natural, onde em muitos casos pertenciam às classes dominantes, os negros não aceitavam pacificamente a condição que lhes era imposta pelos portugueses do Brasil. Daí as revoltas e as fugas, até chegar-se à formação dos chamados quilombos, aldeias de negros fugidos das fazendas, onde se organizavam e tentavam viver em liberdade. O mais famoso foi o de Palmares, que resistiu durante cerca de noventa anos aos ataques dos portugueses, caindo apenas em 1694. Zumbi foi o seu membro mais famoso.
A acção de «O Ano em que Zumbi Tomou o Rio», contudo, passa-se na actualidade. Poderá talvez classificar-se como uma alegoria, um relato fantástico a propósito da questão racial, com Angola e Brasil como que misturados. No Rio de Janeiro, nos morros, vai começar a guerra de negros de todas as cores contra a ordem imposta pelos brancos. O militar angolano referido na contracapa chama-se Francisco Palmares. Vende armas, vive num hotel mítico do Rio de Janeiro e planeia a guerra. Além dele, há mais uma personagem central, também um angolano, só que exilado em Portugal, em Lisboa, depois de uma morte simulada, com direito a funeral e tudo. Trata-se de um anão jornalista chamado Euclides e que fará a reportagem dos acontecimentos como correspondente de um jornal português. Acontecimentos que acabam por ser mais do que um conflito entre polícias e bandidos, assumindo contornos marcadamente políticos. E «...nada será como antes. Não há finais felizes, mas há finais que anunciam tempos melhores.»
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