Sporting – 0, Aves – 0. Ainda não tinha posto aqui nada sobre este jogo. Razão: falta de tempo. E hoje já o Sporting entra de novo em campo. Mas eu escrevi um texto, e bem longo (uns oito mil caracteres), porque depois daquilo de sexta à noite palavras foi coisa que não me faltou. É só arranjar um bocadinho livre, corrijo os erros e publico.
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
Golos inesquecíveis (1)
O golo de Belloumi
A foto que aparece aqui mesmo ao lado, a preto e branco, é de 1982. Foi tirada durante um jogo do campeonato do mundo de futebol que se realizou bem perto de nós, em Espanha, numa altura em que por cá ficávamos sempre feitos parvos a ver os outros países a disputarem as fases finais destas provas e ainda por cima a ouvirmos aquelas idiotices dos comentadores, de que não havia problema porque tínhamos o Brasil para nos dar alegrias. O jogo disputou-se no dia 16 de Junho, em Gijón, num estádio chamado El Molinon. Eu vi-o pela televisão, ao contrário do que aconteceu com outros desse mesmo mundial, por coincidirem com as horas em que tinha consulta marcada numa psicóloga de Silves, no Algarve, para ver qual era a minha vocação, por causa daquelas opções dos estudos. Não me lembro de que a psicóloga tenha descoberto nada de concreto, mas também não se pode pedir tudo, muito menos a uma psicóloga, ainda por cima de Silves.
Bom, aquele jogo eu vi, e numa televisão a preto e branco, exactamente como a foto. Lembro-me de que na altura a Alemanha até metia medo (e se ligássemos aos artolas dos nossos comentadores de então ainda se tornava pior). Os argelinos eram vistos como uma espécie exótica que provavelmente até nem deveria ser autorizada pela FIFA (ou pelo senhor Jorge Nuno Pinto da Costa, que já andava por cá) a participar em coisas tão adiantadas na régua do desenvolvimento. Ora a Alemanha, que meio à sorte, meio à má fila acabaria por chegar à final, para aí perder com Itália, não conseguia nada naquele jogo de Gijón contra os argelinos. Os minutos passavam e os alemães enervavam-se. Até que os ditos argelinos marcaram, por intermédio de um jogador de quem em Portugal provavelmente pouca gente alguma vez tinha ouvido falar. Foi uns minutos depois do intervalo, o jogador chamava-se Madjer e tinha então vinte e seis anos. Lembro-me de que fiquei eufórico ao ver aquilo, até que uns minutos depois de começar a segunda parte os alemães empataram, com um golo de um avançado que toda a gente no mundo do pontapé na bola de Portugal conhecia, de jogar pela selecção das vestefálias e sobretudo pelo Bayern de Munique; era um jogador com um nome mesmo à alemão, Rummenigge. Lembro-me de que quase chorei com aquilo, ou que pensei em chorar… Mas logo a seguir, um minuto depois, os argelinos voltaram a marcar e eu, que mais tarde me habituei a apreciar o autor do primeiro golo pela história magnífica que viria a escrever em Portugal, eu desde esse momento de festa dos argelinos nunca mais esqueci o nome do marcador do golo da vitória da selecção que era tida como um dos bombos da festa espanhola. Não voltei a vê-lo jogar, mas nunca mais me esqueci do nome, Belloumi; um nome que os comentadores, sem eu perceber a razão, pronunciavam de uma forma lenta, sílaba a sílaba, como se nem acreditassem que estavam a referir-se ao marcador do golo da vitória da Argélia, a selecção dos jogadores que corriam como gazelas enquanto os alemães pareciam atolar-se misteriosamente no relvado seco de Gigón.
Há uns dois meses, em Marselha, durante um almoço na Universidade Euromediterrânica (um almoço com várias pessoas ligadas à área da gestão de recursos humanos, representantes de associações de vários países mediterrânicos), lembrei-me do golo de Belloumi. De repente as pessoas começaram a levantar-se, e a certa altura eu dei comigo na mesa apenas com o presidente da associação argelina, um senhor chamado Ahmed Mana, com quem já tinha falado demoradamente mas sobre matérias ligadas a gestão de recursos humanos. O senhor Mana, que também é o presidente da federação que naquela área congrega várias associações de países mediterrânicos, a certa altura, quem sabe cansado de falar de coisas das empresas, do trabalho, dos negócios, perguntou-me: «Est-ce que vous connais Madjer?» E eu disse-lhe que sim, claro, e falei durante alguns minutos do jogador genial que passou pelo meu país, relançando uma carreira que em França estava a ser muito apagada. E o senhor Mana, para meu espanto, pareceu estranhar o facto de eu saber tanto sobre Madjer. Isso não era difícil, pelo percurso de Madjer em Portugal, pelo golo inesquecível de Viena em 1987, por tantas outras façanhas, mesmo não jogando no meu clube. O golo de Viena, o senhor Mana descreveu-o em pormenor apenas para mim, como se eu nunca o tivesse visto.
Fui ouvindo, as histórias de Madjer, umas que eu conhecia, outras que nem imaginava, até que a certa altura não me contive e interrompi-o. Falei-lhe do jogo de Gijón em 1982, do golo inaugural de Madjer, e isso fê-lo encostar-se um pouco à cadeira, como se alguma coisa invisível o empurrasse para trás. Parecia não acreditar, arregalando cada vez mais os olhos. Foi então que me lembrei de outro golo, e falei-lhe dele. Contei-lhe a minha tremenda emoção, eu com catorze anos, na serra do Algarve, a província com nome árabe, eu ainda criança, com lágrimas nos olhos ao sentir que os assustadores alemães não tinham como reagir ao golo de Belloumi.
A foto que aparece aqui mesmo ao lado, a preto e branco, é de 1982. Foi tirada durante um jogo do campeonato do mundo de futebol que se realizou bem perto de nós, em Espanha, numa altura em que por cá ficávamos sempre feitos parvos a ver os outros países a disputarem as fases finais destas provas e ainda por cima a ouvirmos aquelas idiotices dos comentadores, de que não havia problema porque tínhamos o Brasil para nos dar alegrias. O jogo disputou-se no dia 16 de Junho, em Gijón, num estádio chamado El Molinon. Eu vi-o pela televisão, ao contrário do que aconteceu com outros desse mesmo mundial, por coincidirem com as horas em que tinha consulta marcada numa psicóloga de Silves, no Algarve, para ver qual era a minha vocação, por causa daquelas opções dos estudos. Não me lembro de que a psicóloga tenha descoberto nada de concreto, mas também não se pode pedir tudo, muito menos a uma psicóloga, ainda por cima de Silves.
Bom, aquele jogo eu vi, e numa televisão a preto e branco, exactamente como a foto. Lembro-me de que na altura a Alemanha até metia medo (e se ligássemos aos artolas dos nossos comentadores de então ainda se tornava pior). Os argelinos eram vistos como uma espécie exótica que provavelmente até nem deveria ser autorizada pela FIFA (ou pelo senhor Jorge Nuno Pinto da Costa, que já andava por cá) a participar em coisas tão adiantadas na régua do desenvolvimento. Ora a Alemanha, que meio à sorte, meio à má fila acabaria por chegar à final, para aí perder com Itália, não conseguia nada naquele jogo de Gijón contra os argelinos. Os minutos passavam e os alemães enervavam-se. Até que os ditos argelinos marcaram, por intermédio de um jogador de quem em Portugal provavelmente pouca gente alguma vez tinha ouvido falar. Foi uns minutos depois do intervalo, o jogador chamava-se Madjer e tinha então vinte e seis anos. Lembro-me de que fiquei eufórico ao ver aquilo, até que uns minutos depois de começar a segunda parte os alemães empataram, com um golo de um avançado que toda a gente no mundo do pontapé na bola de Portugal conhecia, de jogar pela selecção das vestefálias e sobretudo pelo Bayern de Munique; era um jogador com um nome mesmo à alemão, Rummenigge. Lembro-me de que quase chorei com aquilo, ou que pensei em chorar… Mas logo a seguir, um minuto depois, os argelinos voltaram a marcar e eu, que mais tarde me habituei a apreciar o autor do primeiro golo pela história magnífica que viria a escrever em Portugal, eu desde esse momento de festa dos argelinos nunca mais esqueci o nome do marcador do golo da vitória da selecção que era tida como um dos bombos da festa espanhola. Não voltei a vê-lo jogar, mas nunca mais me esqueci do nome, Belloumi; um nome que os comentadores, sem eu perceber a razão, pronunciavam de uma forma lenta, sílaba a sílaba, como se nem acreditassem que estavam a referir-se ao marcador do golo da vitória da Argélia, a selecção dos jogadores que corriam como gazelas enquanto os alemães pareciam atolar-se misteriosamente no relvado seco de Gigón.
Há uns dois meses, em Marselha, durante um almoço na Universidade Euromediterrânica (um almoço com várias pessoas ligadas à área da gestão de recursos humanos, representantes de associações de vários países mediterrânicos), lembrei-me do golo de Belloumi. De repente as pessoas começaram a levantar-se, e a certa altura eu dei comigo na mesa apenas com o presidente da associação argelina, um senhor chamado Ahmed Mana, com quem já tinha falado demoradamente mas sobre matérias ligadas a gestão de recursos humanos. O senhor Mana, que também é o presidente da federação que naquela área congrega várias associações de países mediterrânicos, a certa altura, quem sabe cansado de falar de coisas das empresas, do trabalho, dos negócios, perguntou-me: «Est-ce que vous connais Madjer?» E eu disse-lhe que sim, claro, e falei durante alguns minutos do jogador genial que passou pelo meu país, relançando uma carreira que em França estava a ser muito apagada. E o senhor Mana, para meu espanto, pareceu estranhar o facto de eu saber tanto sobre Madjer. Isso não era difícil, pelo percurso de Madjer em Portugal, pelo golo inesquecível de Viena em 1987, por tantas outras façanhas, mesmo não jogando no meu clube. O golo de Viena, o senhor Mana descreveu-o em pormenor apenas para mim, como se eu nunca o tivesse visto.
Fui ouvindo, as histórias de Madjer, umas que eu conhecia, outras que nem imaginava, até que a certa altura não me contive e interrompi-o. Falei-lhe do jogo de Gijón em 1982, do golo inaugural de Madjer, e isso fê-lo encostar-se um pouco à cadeira, como se alguma coisa invisível o empurrasse para trás. Parecia não acreditar, arregalando cada vez mais os olhos. Foi então que me lembrei de outro golo, e falei-lhe dele. Contei-lhe a minha tremenda emoção, eu com catorze anos, na serra do Algarve, a província com nome árabe, eu ainda criança, com lágrimas nos olhos ao sentir que os assustadores alemães não tinham como reagir ao golo de Belloumi.
terça-feira, 20 de fevereiro de 2007
Évora
A acção do romance que acabei de escrever em Dezembro decorre no Alentejo, e boa parte em Évora. O romance vai ser publicado em Maio. Dentro de dias ponho aqui o título; por agora, fica um bocadinho do que por lá aparece: «…levantou-se do cadeirão, sempre a segurar o romance de Roberto Ampuero, e pôs uma samarra pelas costas; estava num cabide junto ao sofá. Depois aproximou-se da porta que dava para a rua a seguir às duas janelas da livraria, abriu-a e saiu. Nem esteve para ir pela livraria, foi logo por ali, o mais rápido que podia, em direcção à loja das fotocópias, que ficava bem perto, a caminho da Praça do Giraldo. Só já quando ia a chegar é que se lembrou de que devia estar fechada àquela hora e então foi invadido por um desembaraço confuso, atabalhoado. Correu de novo, sem saber bem o que fazer, até que ao fim de uns cinco minutos viu que estava mesmo em frente da agência de um banco, daquele de que era cliente, já em plena Praça do Giraldo. Costumava ficar gente até tarde na agência, isso ele sabia. Aproximou-se da montra e espreitou através do vidro e das persianas corridas. Com alguma dificuldade, conseguiu ver algo do interior e reconheceu um dos gestores de conta; não era o seu, mas já tinha falado com ele algumas vezes. Foi até à porta e bateu, pequenas pancadas hesitantes com a mão esquerda, como se estivesse a fazer algo que fosse inadequado. Na mão direita segurava o romance, com força, parecendo ter medo de que as páginas se abrissem…»
Kohl and the gang
Li em tempos num dos cadernos do «Expresso» uma pequena notícia sobre dois políticos europeus, Helmut Kohl e Tony Blair. Segundo a notícia, o então chanceler alemão, além de ser senhor de um enorme apetite e consequentemente de uma largura considerável, a ponto de o seu peso constituir um segredo de Estado, além disso também era danado para a brincadeira. Não em sentido figurado, avise-se já, mas sim na verdadeira acepção da palavra, ou melhor, das palavras. Kohl gostava muito de se armar em engraçadinho, um pouco até ao contrário de imagem que o grande público tinha dele. Vai daí, aquando da sua participação numa cimeira entre a União Europeia e alguns países asiáticos, como amante da boa comida e da boa bebida, lançou um desafio público a Blair, o primeiro-ministro britânico. Dado que ia completar sessenta e oito anos precisamente num dos dias da referida cimeira, apostou que o seu homólogo das ilhas não haveria de ser capaz de encontrar uma garrafa do seu vinho do Porto preferido, nada mais nada menos do que Quinta do Noval de 1930, o ano do seu nascimento. Se Blair desse com tal maravilha, abri-la-iam durante o jantar de gala da cimeira.
Estranhamente, António Guterres, que como primeiro-ministro de Portugal também estava presente, não foi tido nem achado para o caso. Nem Kohl lhe propôs apostas, nem Blair lhe pediu ajuda para encontrar a garrafa de vinho. Quem saiu para o terreno foram os funcionários do governo de Londres, com a espinhosa missão de voltarem com aquela que deveria ser, sem sombra de dúvida, uma raridade. A notícia não dizia quantos efectivos a operação envolveu, mas devem ter sido muitos, a averiguar pelo facto de o assunto ter ultrapassado fronteiras. Mesmo assim, os diligentes funcionários não conseguiram encontrar um só exemplar do famoso vinho. Tanto que, vendo a aposta irremediavelmente perdida, entraram em pânico. Até que se descobriu a razão do insucesso.
E a razão era a seguinte, segundo um porta-voz do governo de Blair: tudo não tinha passado, afinal, de uma brincadeira do anafado Kohl, simplesmente porque era mesmo impossível encontrar uma garrafa do famoso Quinta do Noval de 1930. É que nesse ano não tinha havido colheita. Kohl demonstrava assim a sua esperteza, tal como o seu corpo também ela sobredimensionada.
Blair, contudo, não desistiu. De novo sem pedir ajuda ao dispensável Guterres, lá conseguiu descobrir – ele, quer dizer, os funcionários ingleses –, lá conseguiu descobrir que em 1931, o ano a seguir ao do nascimento do chanceler alemão, tinha havido colheita na Quinta do Noval. E, melhor ainda, em toda a Grã-Bretanha foram contabilizadas pelos solícitos funcionários nada mais, nada menos do que 24 garrafinhas cheias com tão grande preciosidade. Ora, sem demoras, foi desbloqueada a verba para que se comprasse uma delas, para ser aberta no jantar de gala e calar um pouco a soberba de Kohl. E assim se salvou a honra britânica, senão completamente, pelo menos em parte. Blair e os seus pares fizeram tudo o que era humanamente possível.
Para isto são eleitos os grandes líderes. Para estas emergências existem os dedicados funcionários públicos.
Estranhamente, António Guterres, que como primeiro-ministro de Portugal também estava presente, não foi tido nem achado para o caso. Nem Kohl lhe propôs apostas, nem Blair lhe pediu ajuda para encontrar a garrafa de vinho. Quem saiu para o terreno foram os funcionários do governo de Londres, com a espinhosa missão de voltarem com aquela que deveria ser, sem sombra de dúvida, uma raridade. A notícia não dizia quantos efectivos a operação envolveu, mas devem ter sido muitos, a averiguar pelo facto de o assunto ter ultrapassado fronteiras. Mesmo assim, os diligentes funcionários não conseguiram encontrar um só exemplar do famoso vinho. Tanto que, vendo a aposta irremediavelmente perdida, entraram em pânico. Até que se descobriu a razão do insucesso.
E a razão era a seguinte, segundo um porta-voz do governo de Blair: tudo não tinha passado, afinal, de uma brincadeira do anafado Kohl, simplesmente porque era mesmo impossível encontrar uma garrafa do famoso Quinta do Noval de 1930. É que nesse ano não tinha havido colheita. Kohl demonstrava assim a sua esperteza, tal como o seu corpo também ela sobredimensionada.
Blair, contudo, não desistiu. De novo sem pedir ajuda ao dispensável Guterres, lá conseguiu descobrir – ele, quer dizer, os funcionários ingleses –, lá conseguiu descobrir que em 1931, o ano a seguir ao do nascimento do chanceler alemão, tinha havido colheita na Quinta do Noval. E, melhor ainda, em toda a Grã-Bretanha foram contabilizadas pelos solícitos funcionários nada mais, nada menos do que 24 garrafinhas cheias com tão grande preciosidade. Ora, sem demoras, foi desbloqueada a verba para que se comprasse uma delas, para ser aberta no jantar de gala e calar um pouco a soberba de Kohl. E assim se salvou a honra britânica, senão completamente, pelo menos em parte. Blair e os seus pares fizeram tudo o que era humanamente possível.
Para isto são eleitos os grandes líderes. Para estas emergências existem os dedicados funcionários públicos.
domingo, 18 de fevereiro de 2007
Azar e não só
Paços de Ferreira – 1, Sporting – 1 (Liedson). Era um jogo para ganhar, não porque o adversário desse garantias de que isso pudesse acontecer assim sem mais nem menos, mas porque, ao contrário do que dizia o outro, havia necessidade. Assim, com um empate, perde-se um pouco da esperança que as azelhices do Porto tinham feito renascer. E, curiosamente, por causa de uma azelhice. O seu autor, Caneira, já é por demais conhecido, mas não por toda a gente. Paulo Bento, por exemplo, de certeza que não o conhece verdadeiramente, de contrário não o punha a jogar, e os próprios responsáveis do Sporting a mesma coisa, ou não teimariam em mantê-lo no clube (ou na sade, sei lá já como chamar). Impressionou-me como num jogo absolutamente controlado, em que a equipa até estava a falhar golos e com algum azar (situação que se manteria até final), impressionou-me, dizia, a jogada do golo do empate. Um avançado do Paços de Ferreira (jovem, de nome Cristiano, mas formado noutras academias que não as do Sporting) avançou com a bola perante a passividade de Caneira e depois deu no que deu: um remate ainda de muito longe que só parou dentro da baliza de Ricardo. Caneira, além de ser medíocre a jogar futebol (consegue fazer uns cortes e uns remates, mas com a bola nos pés não sabe o que há-de fazer porque simplesmente não a controla), além disso, tem um problema, uma espécie de «síndrome de Custódio» que por vezes o afecta e que o torna apático, resignado, mole, desligado. Isso podia acontecer-lhe quando está em casa, ou até num treino (Paulo Bento de certeza que desculpava), mas logo num jogo a sério e precisamente no momento em que um adversário, lutador, possante, combativo, decidido, corre com a bola para a baliza do Sporting, bom, aí é mesmo um suicídio. Não o de Caneira, é óbvio, porque à esquerda, à direita, ao centro, sei lá eu mais onde, há-de jogar na equipa principal e na volta até na selecção nacional; o suicídio foi o do Sporting, ou seja, Caneira, o encustodiozado Caneira, ontem à noite, ia o jogo em setenta minutos, suicidou o Sporting. Já tinha feito o mesmo com o Porto em Alvalade (num grupinho com os outros dois jogadores-problema que ontem alinharam, Polga e Ricardo), ia fazendo há uma semana em casa contra o nacional quando se lembrou de rematar para a própria baliza, e depois quando se lembrou de agredir um adversário com uma chapada na cara, e por aí adiante. Talvez ontem, na altura em que ficou nas calmas a ensaiar uma corrida controlada enquanto o jogador do Paços de Ferreira embalava para rematar ainda de muito longe à baliza de Ricardo, na mesma altura em que dele se apossava a «síndrome de Custódio», talvez tenha pensado nesse estranho capitão, na sua postura de estátua que por vezes ganha vida mas só para se desviar de algum adversário que queira passar mais à vontade; talvez tenha visualizado inclusive os momentos que precederam o segundo golo do Benfica em Alvalade, esta época, o seu antigo colega Simão embalado para a baliza de Ricardo, e o capitão, o mais incompreensível capitão da história do Sporting, a desviar-se, não fosse estragar uma jogada de golo, ainda por cima do Benfica, e contra o Sporting. Talvez esse estranho capitão fizesse o mesmo se estivesse perto da área contrária, e quem corresse para a abaliza fosse, por exemplo, o talentoso Liedson, talvez se desviasse também, para Liedson se isolar e depois, à saída de Quim, fazer a bola passar por qualquer sítio, o mais inimaginável até, para só parar nas redes do Benfica. Afinal, já diz este estranho capitão, embora por outras palavras, Benfica e Sporting é tudo a mesma coisa. Talvez Caneira o possa dizer também.
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007
Textos sobre livros – 13
Em Setembro do ano passado publiquei aqui um texto que em tempos tinha escrito sobre o romance de José António Saraiva «O Último Verão na Ria Formosa» (de que gostei muito; a imagem é da Ria Formosa). Fi-lo a propósito de uma crítica arrasadora (enfim, mais maldosa do que arrasadora) que tinha lido a um novo romance do autor, «As Herdeiras de Adriano Gentil», de cuja leitura tinha desistido. Há dias, também aqui, recebi um comentário sobre a tal crítica às «herdeiras»; dizia o seguinte: «Essa crítica arrasadora no ‘Mil Folhas’ sobre ‘As Herdeiras de Adriano Gentil’ é vergonhosa e infame, porque este é um grande livro que se lê de uma penada. Simples, bem escrito e apelativo. E não se pode deixar de ler ‘Jardim Colonial’.» Enfim, não sei… Por um lado achei a crítica maldosa, por outro desisti da leitura. Entre uma desistência e um livro de que gostei muito («último verão»), o melhor será colocar aqui o que escrevi sobre o romance que José António Saraiva escreveu entre um e o outro, o «Jardim Colonial», referido no comentário.
Livro: «Jardim Colonial», de José António Saraiva (Publicações Dom Quixote, 342 pp.)
Com toda a simplicidade
Segundo romance de José António Saraiva, depois do notável «O Último Verão na Ria Formosa», publicado em 2001. O autor consegue com «Jardim Colonial» uma nova história fascinante, mantendo uma escrita muito simples, que prende o leitor. Poderia ter sido mais cuidadoso na maneira como resolveu tudo nas derradeiras páginas.
Há pouco mais de quatro anos, depois de uma primeira experiência na literatura de ficção, com «O Último Verão na Ria Formosa» – e uma experiência muito bem sucedida, assinale-se –, José António Saraiva disse numa entrevista, quando o questionaram sobre o seu futuro como escritor, que não contava meter-se a fazer outro romance. Acabou por fazer, e também numa entrevista, no caso à revista do jornal que dirige [Saraiva ainda estava no «Expresso» quando escrevi isto], falava inclusive de que um dia, quem sabe, talvez possa ganhar o Prémio Nobel; justificava-se com o facto de Saramago o ter ganho depois de uma carreira começada tardiamente (bem mais velho do que Saraiva era em 2001) e, principalmente, por achar que uma pessoa quando se mete a fazer uma coisa deve querer ser a melhor e lutar por isso. Claro que o Prémio Nobel da Literatura não significa que quem o recebe seja o melhor, por exemplo, do respectivo ano, ou da última década, ou mesmo do último século, mas isso já serão contas de outro rosário; independentemente do que depois se diga, quem fica com ele (e com o dinheiro, como em 1998 bem lembrou Saramago) tem razões de sobra para sentir que chegou a sua vez de ter a distinção mais importante.
«Jardim Colonial», o romance que José António Saraiva acabou por escrever depois do anúncio que fez na referida entrevista de 2001 (um anúncio que a mim, particularmente, me deixou com alguma pena, pois achei fascinante a leitura de «O Último Verão na Ria Formosa») decorre na época seguinte – se assim lhe poderemos chamar – à da primeira incursão do autor pela ficção. Já não é o Portugal do final do Estado Novo e dos anos imediatamente a seguir ao 25 de Abril que encontramos. É principalmente a década de 1990 (mas com vários recuos, nomeadamente para a de 1980), com o advento da televisão privada e com tantas outras coisas que foram colorindo o país. A história volta a exercer um enorme fascínio, e a escrita prende indiscutivelmente o leitor, uma escrita na qual se pode encontrar algum paralelismo com a da habitual crónica jornalística semanal sobre política que o autor assina no «Expresso – «Não há dúvida de que o ‘Expresso’ é um bom jornal», pensa uma personagem na página 189, e disso não há como discordar, mas adiante… As opções que Saraiva coloca na maneira de contar a história continuam a assentar numa enorme simplicidade, para não dizer frugalidade, mesmo que haja constantes mudanças de narrador, um jogo que o autor partilha com as personagens principais e no decorrer do qual não se sai nada mal, ao contrário do que por vezes acontece com gente mais conhecida da Academia Sueca. E depois, sobretudo, a análise psicológica, independentemente de quem apareça a fazê-la a cada página (autor, personagens), essa análise, surpreende por ser tremendamente simples; sempre a simplicidade, até o óbvio, mas o óbvio de que por vezes nos esquecemos, ou de que não nos apercebemos, como nas análises que Saraiva faz da fauna – e de alguma flora – que marca presença no lodaçal cada vez mais imundo da política portuguesa.
Filomena, Óscar e Aurélio são as três personagens centrais de «Jardim Colonial». Filomena é uma estrela de uma televisão privada (na qual se reconhece a SIC), com programa próprio. Casa com Aurélio, um homem bem mais velho do que ela, administrador da estação televisiva, saído de Angola na altura da descolonização, sem família – haveria de mandar chamar uma antiga empregada negra para lhe fazer a comida. Filomena deixa a televisão durante a gravidez do primeiro filho e passado algum tempo volta a trabalhar, então como administradora de uma gráfica comprada pelo marido. Aí, nessa gráfica, a mesma onde tinha trabalhado no final da adolescência, reencontra Óscar, o seu antigo chefe, o homem que a tinha feito deixar esse emprego (Filomena acabaria por passar directamente da secção de embalagem para assistente em programas da RTP). Filomena tinha-se sentido perseguida por Óscar, mais velho do que ela, solteiro, sem família, sempre a observá-la, completamente fascinado. «… o seu rosto é estreito, de pele branca, com uns olhos cinzentos que parecem não estar ali mas que ao mesmo tempo me desafiam, e uma boca grande, talvez demasiado grande. Eu imaginei-a tal como é antes de a conhecer!» (página 87).
O antigo chefe Óscar passa a braço direito da nova administradora Filomena. Mantém-se o fascínio por ela e isso irá alterar por completo as suas vidas, tal como a de Aurélio. Os destinos das três personagens – e assinale-se que Filomena e Óscar são personagens absolutamente fascinantes – acabam por decidir-se num encontro entre os dois homens, numa quinta da zona de Almeirim, três ou quatro páginas antes do final de «Jardim Colonial» (o romance vai buscar o título ao jardim da zona de Belém assim conhecido), e esse encontro deixa no leitor alguma sensação de artificialismo, o que é uma pena, num romance que até aí estava a correr às mil maravilhas.
Livro: «Jardim Colonial», de José António Saraiva (Publicações Dom Quixote, 342 pp.)
Com toda a simplicidade
Segundo romance de José António Saraiva, depois do notável «O Último Verão na Ria Formosa», publicado em 2001. O autor consegue com «Jardim Colonial» uma nova história fascinante, mantendo uma escrita muito simples, que prende o leitor. Poderia ter sido mais cuidadoso na maneira como resolveu tudo nas derradeiras páginas.
Há pouco mais de quatro anos, depois de uma primeira experiência na literatura de ficção, com «O Último Verão na Ria Formosa» – e uma experiência muito bem sucedida, assinale-se –, José António Saraiva disse numa entrevista, quando o questionaram sobre o seu futuro como escritor, que não contava meter-se a fazer outro romance. Acabou por fazer, e também numa entrevista, no caso à revista do jornal que dirige [Saraiva ainda estava no «Expresso» quando escrevi isto], falava inclusive de que um dia, quem sabe, talvez possa ganhar o Prémio Nobel; justificava-se com o facto de Saramago o ter ganho depois de uma carreira começada tardiamente (bem mais velho do que Saraiva era em 2001) e, principalmente, por achar que uma pessoa quando se mete a fazer uma coisa deve querer ser a melhor e lutar por isso. Claro que o Prémio Nobel da Literatura não significa que quem o recebe seja o melhor, por exemplo, do respectivo ano, ou da última década, ou mesmo do último século, mas isso já serão contas de outro rosário; independentemente do que depois se diga, quem fica com ele (e com o dinheiro, como em 1998 bem lembrou Saramago) tem razões de sobra para sentir que chegou a sua vez de ter a distinção mais importante.
«Jardim Colonial», o romance que José António Saraiva acabou por escrever depois do anúncio que fez na referida entrevista de 2001 (um anúncio que a mim, particularmente, me deixou com alguma pena, pois achei fascinante a leitura de «O Último Verão na Ria Formosa») decorre na época seguinte – se assim lhe poderemos chamar – à da primeira incursão do autor pela ficção. Já não é o Portugal do final do Estado Novo e dos anos imediatamente a seguir ao 25 de Abril que encontramos. É principalmente a década de 1990 (mas com vários recuos, nomeadamente para a de 1980), com o advento da televisão privada e com tantas outras coisas que foram colorindo o país. A história volta a exercer um enorme fascínio, e a escrita prende indiscutivelmente o leitor, uma escrita na qual se pode encontrar algum paralelismo com a da habitual crónica jornalística semanal sobre política que o autor assina no «Expresso – «Não há dúvida de que o ‘Expresso’ é um bom jornal», pensa uma personagem na página 189, e disso não há como discordar, mas adiante… As opções que Saraiva coloca na maneira de contar a história continuam a assentar numa enorme simplicidade, para não dizer frugalidade, mesmo que haja constantes mudanças de narrador, um jogo que o autor partilha com as personagens principais e no decorrer do qual não se sai nada mal, ao contrário do que por vezes acontece com gente mais conhecida da Academia Sueca. E depois, sobretudo, a análise psicológica, independentemente de quem apareça a fazê-la a cada página (autor, personagens), essa análise, surpreende por ser tremendamente simples; sempre a simplicidade, até o óbvio, mas o óbvio de que por vezes nos esquecemos, ou de que não nos apercebemos, como nas análises que Saraiva faz da fauna – e de alguma flora – que marca presença no lodaçal cada vez mais imundo da política portuguesa.
Filomena, Óscar e Aurélio são as três personagens centrais de «Jardim Colonial». Filomena é uma estrela de uma televisão privada (na qual se reconhece a SIC), com programa próprio. Casa com Aurélio, um homem bem mais velho do que ela, administrador da estação televisiva, saído de Angola na altura da descolonização, sem família – haveria de mandar chamar uma antiga empregada negra para lhe fazer a comida. Filomena deixa a televisão durante a gravidez do primeiro filho e passado algum tempo volta a trabalhar, então como administradora de uma gráfica comprada pelo marido. Aí, nessa gráfica, a mesma onde tinha trabalhado no final da adolescência, reencontra Óscar, o seu antigo chefe, o homem que a tinha feito deixar esse emprego (Filomena acabaria por passar directamente da secção de embalagem para assistente em programas da RTP). Filomena tinha-se sentido perseguida por Óscar, mais velho do que ela, solteiro, sem família, sempre a observá-la, completamente fascinado. «… o seu rosto é estreito, de pele branca, com uns olhos cinzentos que parecem não estar ali mas que ao mesmo tempo me desafiam, e uma boca grande, talvez demasiado grande. Eu imaginei-a tal como é antes de a conhecer!» (página 87).
O antigo chefe Óscar passa a braço direito da nova administradora Filomena. Mantém-se o fascínio por ela e isso irá alterar por completo as suas vidas, tal como a de Aurélio. Os destinos das três personagens – e assinale-se que Filomena e Óscar são personagens absolutamente fascinantes – acabam por decidir-se num encontro entre os dois homens, numa quinta da zona de Almeirim, três ou quatro páginas antes do final de «Jardim Colonial» (o romance vai buscar o título ao jardim da zona de Belém assim conhecido), e esse encontro deixa no leitor alguma sensação de artificialismo, o que é uma pena, num romance que até aí estava a correr às mil maravilhas.
domingo, 11 de fevereiro de 2007
Taça sem problemas
Como se previa, passagem do Sporting para os quartos de final da Taça de Portugal; Pinhalnovense – 0, Sporting – 6 (Liedson 2, Custódio, Carlos Bueno 2 e Yannick). De lamentar a presença de Custódio na equipa, ainda por cima marcando um golo (isso poderá encorajar Paulo Bento a continuar a apostar nele).
domingo, 4 de fevereiro de 2007
Se calhar enganei-me e a época afinal não acabou
Sporting – 5 (Carlos Bueno 4, Liedson), Nacional – 1. Fui espreitando o jogo do Porto de vez em quando e, como estava sempre a zero, aí a partir dos setenta minutos arrisquei ficar a ver. Foi ainda melhor do que eu pensava, com o golo do Estrela da Amadora nos descontos. Também tinha espreitado o jogo do Benfica, a ver no que dava, e com uma sorte incrível à mistura até que a coisa não correu mal. Quanto ao jogo do Sporting… Mesmo naqueles 75 minutos de sofrimento não achei a equipa mal. Paulo Bento, não consigo perceber como, mas também agora não interessa, lá percebeu (pelo menos ontem) que o capitão (?) Custódio não pode jogar na equipa. Gostei do onze que apresentou… Ricardo, enfim, desde que não complique… Polga toda a gente diz que é um génio do futebol por isso se calhar o melhor é eu estar calado e esquecer que ele não nasceu para o futebol… E Caneira até ia marcando um golo (e um auto-golo, para compensar), além de na maior parte da vezes não saber o que fazer com a bola e de a partir de certa altura se andar a armar em parvo com agressões a ver se o árbitro o expulsava… Ou seja, dando o desconto a estes três, gostei da equipa, e comecei a ver o jogo com alguma tranquilidade. Correu mal durante 75 minutos, podia ter corrido ainda pior (remate de Caneira, defesa de Ricardo); mas depois tudo correu bem, e inclusive o árbitro deu uma ajudinha (arranjou um penalty e tolerou o apoio de Bueno num defesa no primeiro golo).
Os quatro golos de Bueno merecem-me uma nota… Tem a ver com o facto de apesar das críticas eu nunca o ter considerado um dos jogadores-problema do Sporting, como aliás nunca considerei Alecsandro jogador-problema, por exemplo. Bueno pode não ser um fora-de-série, o mesmo vale para Alecsandro, até para Farnerud e outros do género. Mas percebe-se logo que sabem jogar futebol. Um pode estar mais gordo, outro mais apático, outro teimar em não acertar com a baliza, mas são jogadores de futebol e há sempre a esperança de que de repente as coisas corram bem. É essa a diferença para os outros quatro: Polga é mesmo um caso perdido, vê-se à distância que ele e a bola têm uma estranha desafinidade; de Caneira, apesar de ser um bocadinho menos problemático e de até saber rematar se for com o pé direito, também não é de esperar grande coisa (como está na lateral, não se nota tanto o problema, salvo em termos de ataque, que por esse lado fica comprometido); Ricardo até pode ser o menor dos problemas, pois passa vários jogos sem erros, mas há sempre o risco de descarrilar e aí não há nada a fazer; e depois Custódio, o pior de todos, de longe, porque simplesmente com ele na equipa o Sporting alinha com dez (e Custódio, ao contrário de Polga, até se nota que tem uma relação normal, para jogador, com a bola, mas depois só se mexe para se desviar de algum adversário que corra para a baliza do Sporting, que estranhamente é a direcção para que ele sempre que tem oportunidade faz seguir o jogo).
Quanto ao futuro, agora a três pontos do Porto, ainda mais tendo eu já escrito que a época do Sporting acabou… Pois o futuro, não sei… Se calhar enganei-me e a época afinal não acabou. Ainda bem… Se o Porto de vez em quando se meter a fazer resultados como os das duas últimas jornadas teremos certamente campeonato até ao fim.
Os quatro golos de Bueno merecem-me uma nota… Tem a ver com o facto de apesar das críticas eu nunca o ter considerado um dos jogadores-problema do Sporting, como aliás nunca considerei Alecsandro jogador-problema, por exemplo. Bueno pode não ser um fora-de-série, o mesmo vale para Alecsandro, até para Farnerud e outros do género. Mas percebe-se logo que sabem jogar futebol. Um pode estar mais gordo, outro mais apático, outro teimar em não acertar com a baliza, mas são jogadores de futebol e há sempre a esperança de que de repente as coisas corram bem. É essa a diferença para os outros quatro: Polga é mesmo um caso perdido, vê-se à distância que ele e a bola têm uma estranha desafinidade; de Caneira, apesar de ser um bocadinho menos problemático e de até saber rematar se for com o pé direito, também não é de esperar grande coisa (como está na lateral, não se nota tanto o problema, salvo em termos de ataque, que por esse lado fica comprometido); Ricardo até pode ser o menor dos problemas, pois passa vários jogos sem erros, mas há sempre o risco de descarrilar e aí não há nada a fazer; e depois Custódio, o pior de todos, de longe, porque simplesmente com ele na equipa o Sporting alinha com dez (e Custódio, ao contrário de Polga, até se nota que tem uma relação normal, para jogador, com a bola, mas depois só se mexe para se desviar de algum adversário que corra para a baliza do Sporting, que estranhamente é a direcção para que ele sempre que tem oportunidade faz seguir o jogo).
Quanto ao futuro, agora a três pontos do Porto, ainda mais tendo eu já escrito que a época do Sporting acabou… Pois o futuro, não sei… Se calhar enganei-me e a época afinal não acabou. Ainda bem… Se o Porto de vez em quando se meter a fazer resultados como os das duas últimas jornadas teremos certamente campeonato até ao fim.
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