A mania de Pedro Passos Coelho querer privatizar a Caixa Geral de Depósitos já chateia. Quer dizer, a mim já me chateia há algum tempo, não é de agora. Um dia entrevistei-o, pouco antes de ele ter ganho as eleições para líder do PSD, e ele foi capa da revista com essa entrevista. Uma conversa muito simpática, e lembro-me do título que pus na entrevista, uma frase dele, «Não podemos deixar enraizar a ideia de que quem faz a marosca é recompensado». Demasiado tarde, já estava bem enraizada… Mas mesmo assim a frase deu em título, e foi para a capa. Lembro-me das perguntas que levava para fazer, mais incómodas, menos incómodas, algumas que nem uma coisa nem outra. Levava também uma da privatização da Caixa Geral de Depósitos, ainda por cima numa altura em que estava bem quente a confusão no sector financeiro. Quando cheguei a essa pergunta, em vez de colocar uma pequena cruz à frente e fazê-la, não, nada disso; fiz um risco por cima e passei à pergunta seguinte. E por momentos, breves momentos, disse para comigo, em pensamento, era só o que faltava numa entrevista minha ter de falar desta porcaria. Passei à parte de José Sócrates e foi aí que arranjei o título.
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