Pedro Aquilino chegou a Monchique a meio de uma tarde abafada de Agosto. Nem o calor nem o mau-cheiro do cadáver do elefante, que continuava abandonado à entrada da vila, o fizeram retroceder. E assim foi recebido nos paços do concelho pelo novo presidente da câmara. O antigo, de quem já ninguém se lembrava, resolveu dar sinal de si e voltou a mandar papelinhos por baixo da porta, desta vez com saudações democráticas e algumas sugestões protocolares.
– Ah, têm dois presidentes da câmara! – comentou Pedro Aquilino. – E nem assim arranjaram tempo para mandar enterrar o desgraçado do elefante!Excerto do livro de contos «Quando o Presidente da República
Visitou Monchique por Mera Curiosidade», publicado em 1996,
faz agora 15 anos
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