Nas bancas a partir desta segunda-feira, 29. Na capa, o líder da CGTP, Manuel Carvalho da Silva. Mais informações sobre a edição aqui. Deixo a seguir o meu editorial…
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20 mil caracteres
O título deste editorial poderia muito bem ter sido inspirado em «Vinte Mil Léguas Submarinas», um dos célebres romances de Jules Verne, o inesquecível escritor francês que por cá sempre foi apresentado como Júlio Verne.
Mas não, o título não resulta de uma inspiração mas sim de uma frustração. De caracteres. Cerca de 20 mil, 20 mil caracteres de frustração. Explico melhor… Fui eu que fiz a entrevista a Manuel Carvalho da Silva, que resolvemos escolher como figura de capa. Uma conversa relativamente longa, interessante, muito interessante, pelas respostas do líder sindical, muito mais, obviamente, do que pelas perguntas que eu lhe ia fazendo. Mas depois, tirada a entrevista do gravador, uma coisa de que eu já suspeitava, os caracteres, muitos, perto de 37 mil, e eu que não queria cortar nada. Mas nestas coisas dos caracteres as pessoas da paginação mandam muito mais do que os directores. Foi da paginação que veio o veredicto: 17 mil caracteres, nem mais um.
Eu nem disse quantos tinha. Lá me meti nos cortes, sem saber bem por onde começar, por onde prosseguir depois, por onde devia acabar. Perguntas e mais perguntas, respostas e mais respostas. Uma frustração, ou antes, 20 mil caracteres de frustração, de uma enorme frustração. E lá ficaram os 17 mil caracteres.
Talvez um destes dias coloque a entrevista, na íntegra, na Internet, já livre dos constrangimentos das páginas de uma revista. Se acabar por fazê-lo, como agora é de uso em tantas publicações, sobretudo aquelas a que se convencionou chamar «de referência», farei certamente um aviso aqui neste espaço.
De qualquer forma, mesmo só com os 17 mil caracteres que resistiram aos cortes, a entrevista vale bem a pena. É o mundo do trabalho visto por aquele que é talvez o rosto mais conhecido do movimento sindical no nosso país. Esse mundo, tendo o ambiente de crise e de desregulação como pano de fundo. Desregulação, termo usado pelo próprio Manuel Carvalho da Silva, que no final da entrevista falou em descalabro, o dessa desregulação, um descalabro que, segundo ele, já se tornou muito evidente.
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20 mil caracteres
O título deste editorial poderia muito bem ter sido inspirado em «Vinte Mil Léguas Submarinas», um dos célebres romances de Jules Verne, o inesquecível escritor francês que por cá sempre foi apresentado como Júlio Verne.
Mas não, o título não resulta de uma inspiração mas sim de uma frustração. De caracteres. Cerca de 20 mil, 20 mil caracteres de frustração. Explico melhor… Fui eu que fiz a entrevista a Manuel Carvalho da Silva, que resolvemos escolher como figura de capa. Uma conversa relativamente longa, interessante, muito interessante, pelas respostas do líder sindical, muito mais, obviamente, do que pelas perguntas que eu lhe ia fazendo. Mas depois, tirada a entrevista do gravador, uma coisa de que eu já suspeitava, os caracteres, muitos, perto de 37 mil, e eu que não queria cortar nada. Mas nestas coisas dos caracteres as pessoas da paginação mandam muito mais do que os directores. Foi da paginação que veio o veredicto: 17 mil caracteres, nem mais um.
Eu nem disse quantos tinha. Lá me meti nos cortes, sem saber bem por onde começar, por onde prosseguir depois, por onde devia acabar. Perguntas e mais perguntas, respostas e mais respostas. Uma frustração, ou antes, 20 mil caracteres de frustração, de uma enorme frustração. E lá ficaram os 17 mil caracteres.
Talvez um destes dias coloque a entrevista, na íntegra, na Internet, já livre dos constrangimentos das páginas de uma revista. Se acabar por fazê-lo, como agora é de uso em tantas publicações, sobretudo aquelas a que se convencionou chamar «de referência», farei certamente um aviso aqui neste espaço.
De qualquer forma, mesmo só com os 17 mil caracteres que resistiram aos cortes, a entrevista vale bem a pena. É o mundo do trabalho visto por aquele que é talvez o rosto mais conhecido do movimento sindical no nosso país. Esse mundo, tendo o ambiente de crise e de desregulação como pano de fundo. Desregulação, termo usado pelo próprio Manuel Carvalho da Silva, que no final da entrevista falou em descalabro, o dessa desregulação, um descalabro que, segundo ele, já se tornou muito evidente.
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1 comentário:
António:
Nunca fiz nenhuma entrevista a ninguém nem tinha porque fazê-la. Mas já ouvi várias vezes Carvalho da Silva em debates televisivos ou em reportagens. Há nele um conhecimento dos problemas e uma tal convicção que podem ser tudo menos postiços. E é por isso e só por isso que eu penso que consigo avaliar a sua frustração. Penso, mas não tenho a certeza...
Um abraço.
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