«Não conheço o bastonário Marinho [e] Pinto, mas a sua campanha contra a corrupção revela muita coragem e deve ser apoiada, porque tem razão.» Pois tem, mas uma das últimas pessoas de que eu me lembraria para aparecer a colar-se ao bastonário da Ordem dos Advogados neste assunto seria o autor da frase, Luís Campos e Cunha, que agora, de vez em quando, no «Público», reaparece depois da vergonha que protagonizou como ministro, nomeadamente com o caso da sua escandalosa reforma e da maneira como esperneou para manter a acumulação de privilégios; quando ele próprio apresentava à generalidade dos portugueses grandes restrições a esse nível. Campos e Cunha teve a lata de dizer numa entrevista na televisão que aquelas medidas também o iriam prejudicar a ele quando se reformasse. Ainda não se sabia nessa altura, nem ele disse, que afinal já tinha uma reforma, de milhares de contos, e por meia-dúzia de anos de trabalho, ainda por cima numa instituição pública (Banco de Portugal) que curiosamente nos últimos tempos tem vindo a mostrar uma debilidade confrangedora em relação ao cumprimento da sua missão. Só depois da entrevista em que falou em «quando se reformasse» é que se descobriu a reforma, que estava a acumular com o ordenado de ministro. Uma vergonha, sobre a qual António Marinho e Pinto deve ter uma «linda» opinião. Há pessoas que por mais que por elas passem os anos parece que não se sabem ver a um espelho.
1 comentário:
António:
O problema, é que cada um deles julga que isto se aplica aos outros. Pensam que a sua situação é diferente e está eticamente correcta.
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