Os debates parlamentares têm mostrado uma semelhança entre José Sócrates e Durão Barroso no cargo de primeiro-ministro. Não falo daquilo de não cumprir promessas (como por exemplo Sócrates tem sido acusado, chegando mesmo um deputado comunista a dizer que se ele fosse rei e tivesse um cognome seria «José Sócrates, o quebra-promessas»; Sócrates que há uns anos escreveu um longo artigo num jornal, sobre Durão Barroso, e escolheu para título, imagine-se, «O apagador de promessas»). Mas não é de promessas, ou antes, de faltar ao prometido, que vem a semelhança. É de outra coisa, da relação com os deputados do Partido «Os Verdes», eleitos nas listas do Partido Comunista. Durão Barroso desconsiderava-os completamente, lembrando em cada intervenção de resposta a algum deles que a sua (deles) presença no parlamento era algo muito duvidoso, pela forma como a eleição teria sido conseguida. Sócrates, agora, também desconsidera os deputados verdes, mas de outra maneira; enquanto em intervenções de resposta a deputados de outros partidos começa com «senhor presidente, senhores deputados, senhor deputado fulano», quando se trata de um deputado verde limita-se a «senhor presidente, senhores deputados», e depois faz a intervenção (ignorando a interpelação anterior). Na volta é uma coincidência. Mas Barroso, se assistir na televisão, talvez acabe por também dizer «porreiro, pá» de cada vez que Sócrates ignorar um verde.
2 comentários:
Sr. AMV:
Sócrates desconsidera os "verdes" porque, para além do mais, é benfiquista. E depois, quem é responsável pela co-incineração, em plena serra da Arrábida, acha que pode gostar do PEV?
Cumprimentos e saudações leoninas.
São quase da mesma geração e da mesma "escola" partidária, repletas de episódios de fazer corar qualquer um, próprias dos corredores dos partidos de poder... que também têm umas "virgens", como o Pacheco Pereira...
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