sábado, 7 de julho de 2007

A Padeira - II

Segundo capítulo de «Brites e as Gaivotas» (início aqui).

Brites e as Gaivotas
Uma história da Padeira de Aljubarrota – Cap. II

- Primeiro que tudo, esclareça-se já uma coisa. A gente está para aqui a falar de mulher, mulher para cá, mulher para lá, e a criatura, afinal, ainda vem nascendo.
A mãe gritava que nem uma louca, e as pessoas até se arrepiavam. Era uns gritos que se ouviam pelos quatro cantos de Faro, e os restantes algarvios só não ouviam também porque fora da cidade a distância já começava a ser grande demais. Coisa que se calhar até nem lhes causava grandes prejuízos.
- A criança nasceu agora mesmo.
- E como já se disse que iria ser mulher, estragou-se logo a surpresa.
O pai estava tão babado que gritou em menos de nada que havia vinho para todos.
- Ah, é isso mesmo, a gente tinha-se esquecido de dizer que o homem tem uma taberna. Modesta, é certo, mas quando o vinho é de graça ninguém se importa com luxos!
- Quer dizer, eu gosto de ser bem servido.
- Bebe e cala-te, mal agradecido!

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