Já escrevi o texto abaixo há uns tempos. Uns bons tempos, como se pode constatar com uma rápida leitura. Eu a escrever sobre um livro de Dan Brown… E nem foi a primeira vez (um destes dias ponho aqui o que escrevi sobre «Anjos e Demónios»; já «O Código da Vinci» népia, nem uma linha escrevi, mas li o livro).
Livro: «A Conspiração», de Dan Brown (Bertrand Editora, 580 pp.)
Que farei com este livro?
Nos gelos do Árctico, longe de quase tudo, decorre mais uma história de Dan Brown. Tem os ingredientes que por cá se associam facilmente ao autor e que lhe deram a fama, mas nota-se a falta de Robert Langdon.
Falo por mim, obviamente. A história desta «conspiração» de Dan Brown, que inclui uma corrida eleitoral para o cargo de presidente dos Estados Unidos e um meteorito enterrado nos gelos do Árctico, com a NASA, a agência espacial norte-americana, metida ao barulho, podia muito bem contar com a participação do protagonista de «Anjos e Demónios» e de «O Código da Vinci». Brown escreveu o romance um ano depois (2001) da estreia do simbologista Harvard Robert Langdon a desmascarar em pleno Vaticano uma tramóia que levou à morte do papa e ao aparecimento de um novo, descendo dos céus de pára-quedas – um exagero (como outros da parte final) que transmitia alguma sensação de artificialismo. Terá evitado essa tentação em «O Código da Vinci», que marcou o seu aparecimento por cá e por muitos sítios do mundo, e se calhar isso também contribuiu para o seu sucesso, pois a verdade é que foi com «O Código da Vinci» que chegou à fama. Esquecendo a ordem de escrita dos livros, e pensando na de aparição entre nós, com Langdon a resolver primeiro o caso do «código» e depois o do papa pára-quedista, não seria despropositado esperar encontrá-lo em «A Conspiração», de novo ao lado de uma bela mulher (depois de Sophie e de Vittoria), para dar cumprimento à tradição de haver sempre uma espécie de «bond girl» por perto do simbologista, só que uma «bond girl» além de bonita extremamente inteligente. E em «A Conspiração» até nem haveria dificuldade em consegui-lo: Rachel, a protagonista, encaixaria perfeitamente no perfil.
Talvez por esta falta de Langdon eu tenha andado um bocado a patinar para ler «A Conspiração». Não é que falte o suspense, coisa que inclusive se anuncia na capa, com recurso a uma referência do «The Washington Post», mas falta o simbologista, que ainda por cima eu associei à imagem de Harrison Ford (o que me coloca outro problema, como no final explicarei). E assim, se os outros dois livros de Brown eu li a correr, desejando chegar à última página o quanto antes, com este isso não aconteceu, ou melhor, não tem acontecido; porque eu ainda ando às voltas com ele. Não direi que de repente me senti como se tivesse aberto um livro de Dan Bronw e de repente tivesse dado comigo num de Jeffrey Archer, mas também não fiquei a milhas disso. Tanto que lá vou avançando pelos habituais pequenos capítulos do autor, e um dia, acredito, hei-de chegar ao fim e saber que mistérios encerra o meteorito que obrigou Rachel Sexton a ir até ao Árctico por ordem do presidente das Estados Unidos, o qual tem o pai de Rachel a cobiçar-lhe o lugar. Enquanto não chego, ao fim, bem entendido, pergunto-me muitas vezes o que farei com o livro, se um destes dias começarei a lê-lo mais depressa, à velocidade dos dois anteriormente cá publicados, ou se manterei este ritmo, ou se irei arrumá-lo na estante sem descobrir como Rachel se safou da «conspiração» com a ajuda de um tal Michael Tolland, uma estrela televisiva de programas de divulgação científica, que aqui é uma espécie de «bond…», perdão, de «Rachel Sexton man» saído da imaginação de Brown.
Mas como poderia Brown integrar Langdon em «A Conspiração»? Talvez fosse pedir muito, porque para opinar sobre o meteorito uma personagem como Tolland é a ideal. De qualquer forma, eu gostaria que esta aventura tivesse o simbologista. Tenho de compreender, Langdon ainda não era famoso, nem Brown, e se a fama deste tivesse vindo de «A Conspiração», quem sabe se teria havido «O Código da Vinci»…
Finalmente, o problema de eu ter associado a Langdon a imagem de Harrison Ford (já agora, a Tolland associo a do actor que contracenou com Jodie Foster em «Contacto»), afinal, uma coisa óbvia, por causa dos «Indiana Jones». O actor que no cinema vai dar vida [infelizmente já deu, posso acrescentar agora, em 2007] ao simbologista é Tom Hanks. Quando soube, foi uma desilusão. Acho que nunca me vou habituar, nem que ele faça aquele ar que fez em «O Resgate do Soldado Ryan». Não quer dizer que fossem convencer Harrison Ford, até porque os anos vão passando e o Langdon de Brown parece ter sempre a mesma idade, como os «famosos cinco» dos livrinhos com scones. Mas logo Tom Hanks…
Que farei com este livro?
Nos gelos do Árctico, longe de quase tudo, decorre mais uma história de Dan Brown. Tem os ingredientes que por cá se associam facilmente ao autor e que lhe deram a fama, mas nota-se a falta de Robert Langdon.
Falo por mim, obviamente. A história desta «conspiração» de Dan Brown, que inclui uma corrida eleitoral para o cargo de presidente dos Estados Unidos e um meteorito enterrado nos gelos do Árctico, com a NASA, a agência espacial norte-americana, metida ao barulho, podia muito bem contar com a participação do protagonista de «Anjos e Demónios» e de «O Código da Vinci». Brown escreveu o romance um ano depois (2001) da estreia do simbologista Harvard Robert Langdon a desmascarar em pleno Vaticano uma tramóia que levou à morte do papa e ao aparecimento de um novo, descendo dos céus de pára-quedas – um exagero (como outros da parte final) que transmitia alguma sensação de artificialismo. Terá evitado essa tentação em «O Código da Vinci», que marcou o seu aparecimento por cá e por muitos sítios do mundo, e se calhar isso também contribuiu para o seu sucesso, pois a verdade é que foi com «O Código da Vinci» que chegou à fama. Esquecendo a ordem de escrita dos livros, e pensando na de aparição entre nós, com Langdon a resolver primeiro o caso do «código» e depois o do papa pára-quedista, não seria despropositado esperar encontrá-lo em «A Conspiração», de novo ao lado de uma bela mulher (depois de Sophie e de Vittoria), para dar cumprimento à tradição de haver sempre uma espécie de «bond girl» por perto do simbologista, só que uma «bond girl» além de bonita extremamente inteligente. E em «A Conspiração» até nem haveria dificuldade em consegui-lo: Rachel, a protagonista, encaixaria perfeitamente no perfil.
Talvez por esta falta de Langdon eu tenha andado um bocado a patinar para ler «A Conspiração». Não é que falte o suspense, coisa que inclusive se anuncia na capa, com recurso a uma referência do «The Washington Post», mas falta o simbologista, que ainda por cima eu associei à imagem de Harrison Ford (o que me coloca outro problema, como no final explicarei). E assim, se os outros dois livros de Brown eu li a correr, desejando chegar à última página o quanto antes, com este isso não aconteceu, ou melhor, não tem acontecido; porque eu ainda ando às voltas com ele. Não direi que de repente me senti como se tivesse aberto um livro de Dan Bronw e de repente tivesse dado comigo num de Jeffrey Archer, mas também não fiquei a milhas disso. Tanto que lá vou avançando pelos habituais pequenos capítulos do autor, e um dia, acredito, hei-de chegar ao fim e saber que mistérios encerra o meteorito que obrigou Rachel Sexton a ir até ao Árctico por ordem do presidente das Estados Unidos, o qual tem o pai de Rachel a cobiçar-lhe o lugar. Enquanto não chego, ao fim, bem entendido, pergunto-me muitas vezes o que farei com o livro, se um destes dias começarei a lê-lo mais depressa, à velocidade dos dois anteriormente cá publicados, ou se manterei este ritmo, ou se irei arrumá-lo na estante sem descobrir como Rachel se safou da «conspiração» com a ajuda de um tal Michael Tolland, uma estrela televisiva de programas de divulgação científica, que aqui é uma espécie de «bond…», perdão, de «Rachel Sexton man» saído da imaginação de Brown.
Mas como poderia Brown integrar Langdon em «A Conspiração»? Talvez fosse pedir muito, porque para opinar sobre o meteorito uma personagem como Tolland é a ideal. De qualquer forma, eu gostaria que esta aventura tivesse o simbologista. Tenho de compreender, Langdon ainda não era famoso, nem Brown, e se a fama deste tivesse vindo de «A Conspiração», quem sabe se teria havido «O Código da Vinci»…
Finalmente, o problema de eu ter associado a Langdon a imagem de Harrison Ford (já agora, a Tolland associo a do actor que contracenou com Jodie Foster em «Contacto»), afinal, uma coisa óbvia, por causa dos «Indiana Jones». O actor que no cinema vai dar vida [infelizmente já deu, posso acrescentar agora, em 2007] ao simbologista é Tom Hanks. Quando soube, foi uma desilusão. Acho que nunca me vou habituar, nem que ele faça aquele ar que fez em «O Resgate do Soldado Ryan». Não quer dizer que fossem convencer Harrison Ford, até porque os anos vão passando e o Langdon de Brown parece ter sempre a mesma idade, como os «famosos cinco» dos livrinhos com scones. Mas logo Tom Hanks…
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