domingo, 17 de setembro de 2006

Grrr…

O «grrr» não é um rugido, é um lamento… Sporting – 0, Paços de Ferreira – 1. O prémio da criatividade vai para o jogador que marcou o golo, com a mão; no final do jogo disse que não se apercebeu de nada porque foi um lance muito rápido; chama-se Ronny, como o defesa lateral esquerdo do Sporting. A propósito deste último, que mais uma vez entrou ao intervalo para o lugar de Caneira (que foi jogar para o lado direito), uma coisa que não consigo compreender: por quê esta insistência em Caneira, um jogador tão limitado? (o mesmo parece que está a acontecer na selecção, e com o golo que marcou ao Inter se calhar é para continuar)

2 comentários:

Anónimo disse...

A ideia de pedir a repetição do jogo Sporting-Paços de Ferreira, que é defendida pelos juristas da SAD do Sporting, é mais um episódio destinado a entrar no anedotário bem recheado do grande pântano em que vive o futebol português, à semelhança do célebre luto sportinguista decretado há uns anos pelo ex-presidente Dias da Cunha.
Infelizmente, nos últimos 25 anos, a história do futebol português está resumida a títulos do FC Porto, entremeados com títulos do Benfica enquanto andava por lá Fernando Martins, o grande amigo de Pinto da Costa em Lisboa.
Para o Sporting, que investiu como ninguém em grandes equipas e em grandes treinadores, ficaram três campeonatos e umas taças sobrantes, conquistados em anos de crise e distracção dos controladores. Nos anos 90, o Sporting ganhou uma Taça de Portugal e uma Supertaça porque tinha mesmo uma grande equipa, o mesmo acontecendo quando foi campeão em 2000 e 2002, falhando muito ingloriamente um tri-campeonato porque o Boavista de Valentim Loureiro se meteu na luta, presumivelmente por "determinação" do tal "sistema", vencendo a Liga de 2001. Quem não se lembra do anti-jogo e do jogo violento que levou o Boavista ao título? Quem não se lembra da protecção dos árbitros a esse tipo de jogo?
Apesar do jejum de títulos, é curioso verificar as tentativas do Sporting para abraçar os métodos nortenhos, ao ponto de o "namoro" incluir trocas de jogadores com o FC Porto e transferências de quadros técnicos. É também curioso lembrar o silêncio do Sporting quando a classificação da equipa no campeonato indicava o cumprimento dos objectivos...
O mesmo silêncio, afinal, que se verificou antes do último Nacional-Sporting, e mesmo depois dele. O árbitro Paulo Paraty nunca poderia ser o escolhido e a sua nomeação deveria ter sido recusada ou aceite sob protesto, mais a mais por se tratar de um dos homens do "apito dourado". Mas ele acabou por dar a vitória ao Sporting e o clube assobiou para o ar e para os lados. Também a nomeação de João Ferreira deveria ter sido chumbada antes do jogo com o Paços de Ferreira, nomeadamente por anteriores graves prejuízos que esse árbitro já provocou ao Sporting.
O "sistema" mafioso que domina o futebol português é tão requintado que, em apenas dois jogos, conseguiu arrumar com a legitimidade de quaisquer críticas do Sporting. Numa jornada, o "sistema" deu três pontos na Madeira, ante o silêncio cúmplice do clube. Noutra, logo a seguir, tratou de retirar os mesmos três pontos. Enquanto isso, o FC Porto faz o seu caminho sem arbitragens polémicas, repete excelentes inícios de campeonato em termos de facturação de pontos e, como noutros anos, ganha balanço para mais um título...
Neste quadro, a argumentação que a administradora da SAD Rita Figueira e outros juristas do Sporting estão a reunir deixa de ter sentido, nomeadamente por já ter passado a ideia de que o clube só está contra quando é lesado, calando-se quando é beneficiado. E, deste modo, o Sporting, nesta cruzada, pode ter o apoio dos adeptos e simpatizantes mais ferrenhos, mas não tem seguramente o apoio da opinião pública.

Anónimo disse...

Concordo em boa parte com esta análise. Não é muito normal ver opiniões de sportinguistas que não alinhem sempre pela cartilha dos dirigentes, e isso é tão mais estranho quanto o facto de o clube nos últimos anos não ter tido muita sorte com a gente que lhe tem saído ao caminho - talvez agora as coisas a esse nível até estejam menos mal, mas mesmo assim de vez em quando ainda dá para os adeptos se arrepiarem.