A trabalhar na mesa grande da cozinha, onde os meus filhos há pouco estiveram a brincar. Uns combates de dinossauros em que um gormiti e um cavalinho da Kitty, não cheguei a perceber como, também conseguiram entrar (e no fim sair, o que ainda me pareceu mais estranho). Agora, enquanto edito alguns dos textos de uma das revistas («… a questão que começava a tornar-se inquietante, para os puristas das teorias mais elitistas sobre a inteligência…» ou «… o delírio da dominação do financeiro sobre a economia real acabou por mostrar a que ponto é ilusória a pretendida auto-regulação dos mercados…»), vejo um saltassauro (herbívoro) a passar por um terrível suchomimus (que nos últimos tempos me habituei a tratar por sucomekis). Se olhar para o outro lado, vejo muitos mais, umas dezenas, sendo que à frente estão um rex, um parassaurolofo e um dimetrodon, além do cavalinho da Kitty, que é todo de se mostrar. Tenho de procurar um pouco para encontrar um dinossauro que sempre foi o meu preferido, o estegossauro. Mas ele está por aqui (ou antes, eles estão por aqui, pois há pelo menos uns três). Lembro-me de que quando tinha dez ou onze anos fiz um em madeira, na velha cadeira de trabalhos oficinais, e isso deu no terceiro período para subir a nota para cinco. Eu já gostava desse dinossauro, que tinha conhecido, como alguns outros, nos autocolantes dos Kalkitos, mas depois do trabalho do colégio de Monchique ainda fiquei a gostar mais. Foi o único dinossauro que tive, pintado em tons erverdeados e com os espigões bem salientes nas costas. Mesmo com os Kalkitos, não fazia a mínima ideia do que era um suchomimus, um saurophaganax ou um T-rex negro. Mas já conhecia o T-rex digamos assim normal, o anquilossauro e o iguanodonte, por exemplo. Agora, passados trinta anos, há de tudo um pouco cá por casa. Até um estranho aparelho chamado dinoportador em que se mete uns cartões com os respectivos dinossauros desenhados e depois… Bom, depois é o salve-se quem puder.
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