quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A surpresa

A julgar pelo que tenho lido e ouvido hoje, terá sido a grande surpresa do debate entre Cavaco Silva e Manuel Alegre. A postura mais atacante do presidente, quando se esperava que fosse Alegre a tê-la. A mim não me surpreendeu, não porque estivesse à espera dela mas sim porque o assunto nada me interessava. Que atacasse Alegre, que atacasse Cavaco, que atacassem os dois, que pelo contrário aparecessem tipo o Inter de Mourinho em Barcelona… Fosse lá o que fosse.
Mas houve uma coisa que verdadeiramente acabou por me surpreender: os comentários de Cavaco à actuação da actual administração do Banco Português de Negócios (BPN). Alegre, não sei por quê, nem se interessou muito pelo assunto. Quem conduzia o debate a mesma coisa. Mas deviam ter-se interessado, assim como a Polícia Judiciária devia rapidamente também interessar-se e tentar perceber na investigação que presumo está a fazer o que é que Cavaco poderá estar a tentar branquear para ser tão crítico de quem gere o banco agora. Ainda por cima quando está longe de ter a mesma postura em relação aos seus antigos «ajudantes» (termo seu) que toda a gente sabe o que é que arranjaram naquele estranho universo empresarial. E «ajudantes» que ao contrário do que ele, Cavaco, diz não são apenas de há vinte ou vinte e cinco anos – basta ver o caso do «ajudante» que até às últimas se manteve no Conselho de Estado.
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1 comentário:

Manuel Ramalhete disse...

António:

Muito bem!

Depois de terem tentado, por várias vezes, tapar aquele enorme buraco, veio finalmente o "candidato" criticar a gestão do banco. Mas, surrealistamente, não o fez para visar a gestão que criou o buraco, mas sim para atingir a que tem tentado colmatá-lo. Alguém entende?
E eu que, do alto dos meus 67 anos, julgava que o surrealismo era uma escola que já não "dava uvas". Como sou ingénuo!
Um abraço e bom ano!