segunda-feira, 15 de março de 2010

Uma certa vergonha

Apesar de o ter feito como independente, fui duas vezes candidato em listas do PSD a eleições autárquicas. Como resultado, acabei por ser vereador da câmara da minha terra e depois membro da assembleia municipal. Por este percurso – não muito relevante, reconheço –, não posso deixar de sentir uma certa vergonha pelo que foi aprovado no último congresso do partido. No sábado, por estar em viagem, acompanhei muito do que aconteceu pelo rádio do carro. Já no domingo não soube de nada; até que ao fim da tarde vi a notícia sobre a lei da rolha. A princípio custou-me a acreditar que fosse possível uma tal aberração, mas depois pensei melhor e concluí que pelo andar da carruagem neste país já nada me deve espantar. Havia quem falasse em Jesus Cristo descer à terra, em Mafra, mas afinal quem desceu foi o camarada Joseph Stalin (quem sabe se com a ajuda do Sean Penn). Agora, por curiosidade, vou pegar na calculadora e ver quantas vezes me poderiam expulsar do partido, se eu lá estivesse e se a lei pudesse ser aplicada para trás. Isto por tudo o que já disse e escrevi sobre algumas lideranças(?), a menos de sessenta dias de eleições ou a mais do que isso, nem sei, nunca me preocupei em consultar o calendário antes de dar uma opinião.
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1 comentário:

Manuel Ramalhete disse...

António:

Chefe é chefe!

Afinal, a tentação de controlar é grande. Li algures, porém, que nenhum dos candidatos a presidente do PSD concorda com a lei da rolha. Querem lá ver que são "as bases" que desejam ter a chupeta de cortiça na boca!
Ele há coisas!

Um abraço.