quinta-feira, 25 de março de 2010

Formspring

Mais algumas perguntas a que respondi no Formspring.
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Está convencido de que a política em Portugal é feita por bandidos. Igual convencimento é o de inúmeros portugueses que nem por isso deixam de disciplinadamente visitar as assembleias de voto em cada acto eleitoral que se realiza. Vale a pena votar?
Uma parte significativa é feita por bandidos, alguns até de fora da política, ou que andam com um pé fora e outro dentro. Vale a pena votar, claro, tentar perceber quais são os bandidos e quais é que não são e fazer escolhas.
Li há pouco os livros «A Velocidade da Luz», de Javier Cercas, e «A Louca da Casa», de Rosa Montero. Ambos têm algumas afinidades com os que escreve, pois são ficções sobre a vida do autor. Acha eticamente admissível que o autor se reinvente a si mesmo?
Acho que sim. E tenho de acrescentar duas notas: primeira, eu nos meus livros não exagerei muito na reinvenção, pelo menos em relação a mim próprio; segunda, no livro do Cercas (um grande livro, já o da Rosa Montero não li) tenho de confessar que algumas das reinvenções dele são perturbantes (por exemplo, o terrível acidente que acontece depois de a mulher do narrador descobrir uma traição).
Quando refere autores e livros é no presente, não lê o que eu chamo erradamente de intemporais (não deviam ser todos?). Leu aqueles a que chamam clássicos? Passa-me pela cabeça «O Véu Pintado», «O Monte dos Vendavais», «Anna Karenina», sei lá? Sor
Leio também autores que não os do presente, obviamente. E de entre esses há para mim alguns inesquecíveis (basta ver os que coloquei no meu romance «O que Entra nos Livros»). Já destes três exemplos, li «O Monte dos Vendavais».
Vi no Facebook que apoia Manuel Alegre para presidente da República. Mas na sua terra foi vereador da câmara e esteve na assembleia municipal pelo PSD. Isso tem lógica? (JMS)
O que diz é verdade: fui vereador da câmara da minha terra e também fiz parte da assembleia municipal, sempre eleito em listas do PSD, como independente. Nas últimas eleições presidenciais votei em Manuel Alegre, e nas próximas farei o mesmo. Nunca votaria em Cavaco, fosse lá para o que fosse. Já agora, na minha terra, o meu combate foi contra um dinossauro com grandes dificuldades de convivência com a democracia, e que era companheiro de partido de Manuel Alegre. Não vejo isto como uma espécie de matemática da política, escolho quem me parece ser melhor, apenas isso.
Acha que o futebol educa? JBS
O futebol por si só não educa nem deixa de educar. Depende acima de tudo dos educadores, e muitos dos do nosso futebol são maus, mas também há os que são bons. Como em tudo. Por exemplo, se me lembrar das aulas de português, encontro facilmente um bom exemplo (o do meu professor de português do primeiro ano do ciclo, em Monchique) e um absolutamente mau (o da professora de português que apanhei durante vários anos em Portimão, antes de ir para a faculdade). No caso desta professora, nunca deveria ter sido permitido que entrasse num estabelecimento de ensino, a não ser como aluna.
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