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Na escola do meu filho, para falar de livros a miúdos de quatro e cinco anos. Uma das duas escolas de Santiago do Escoural, no Alentejo. Convidou-me a professora, e eu, mesmo com medo das histórias que tenho nos livros, lá fui. Um dia de manhã, às dez, sem saber bem o que poderia dizer. Quando cheguei, ainda sem certezas, já os miúdos estavam sentados num espaço que tinha sido preparado num dos cantos de uma das salas. Todos à volta da cadeira que tinham arranjado para mim. Eu continuava atrapalhado, mas no momento em que encarei os miúdos, já sentado na cadeira, encontrei a solução: os animais, os dos livros, os que aparecem em muitas das minhas histórias. Foi do que mais falei, do macaco que serve licor de amoras silvestres no meu primeiro livro, e de outro macaco, enviado pelo Ministério da Cultura para abrilhantar a festa de uma livraria num dos últimos, ou do mosquito de Moçambique que num outro chega a Portugal e causa o maior reboliço; e também de um mágico pequenino, de idade avançada e do tamanho das minhas mãos, um mágico que entra logo em dois romances. Acho que os animais e o mágico é que me salvaram de fazer má figura. E se calhar os sapatos que nesse dia calcei, como se pode ver num cartaz que depois os miúdos arranjaram.
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2 comentários:
Que giro!... :-)
Também eu, há uns tempinhos atrás, fui à escola da minha filha participar na semana da leitura. Não fui na qualidade de escrevedor de poemas, mas de pai. Levei uns quantos poemas de poetas consagrados, portugueses e brasileiros. Poemas-fábulas, com muitos animais faladores e dialogantes. Li para cima de meia-dúzia, comentando-os ao de leve, sublinhando o gozo das palavras, da rima e da musicalidade. Os miúdos gostaram. O prazer da fantasia sobrepôs-se ao toque da campainha!
Nem tudo se perdeu ainda...
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