quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O inquilino

Roubei o título deste post a um dos meus três escritores favoritos, o espanhol Javier Cercas (os outros são o colombiano Santiago Gamboa e o chileno Roberto Ampuero). Cercas, autor dos fantásticos romances «Soldados de Salamina» e «A Velocidade da Luz», escreveu quando ainda não era famoso uma novela inesquecível com este título, em que já entra inclusive uma das personagens de «A Velocidade da Luz». Aqui, neste post, o inquilino é um grilo, o da foto. Vive cá em casa e anda sempre de um lado para o outro; sala, quartos, corredor, cozinha (e também costuma ir até à rua), ou seja, já deve ter perdido a conta aos quilómetros que faz. É preciso andar com muito cuidado para não o pisar, porque a verdade é que nunca se sabe bem de onde ele pode aparecer; de entre os livros de uma das prateleiras que na sala estão junto ao chão, de debaixo de um sofá, de detrás do fogão, da parte amachucada de um tapete. De algum lado ele aparece. É o inquilino cá de casa, com presença sempre garantida. O que vale é que parece que é mudo.
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3 comentários:

Anónimo disse...

Tens a certeza de que é só UM grilo?

Anónimo disse...

Ó Luís, não vês que é outro heterónimo pessoano (mas sem chapéu)?
Assim vestidinho de preto e mudo e descido das paredes da casa por onde tem deambulado é coisa para pensar que anda fazendo o reconhecimento do sítio.
Um dia destes hão-de surgir poemas onde o António menos esperar...

Anónimo disse...

Sugiro ao António Manuel Venda que baptize o grilo como Marçal. E que o nomeie Ministro da Educação de Montemor.