Coloquei no meu blog «Mundo RH» uma parte de um trabalho que fiz em tempos sobre autarquias locais. Para essa parte tive uma enorme ajuda do meu amigo Luís Bento. Um dos seus contributos foi traçar o perfil-tipo de quem ocupa as cadeiras da presidência nos municípios portugueses. Deixo a seguir as 13 ideias-chave que o Luís definiu.
1. É um(a) homem(mulher) com experiência política prévia nos respectivos partidos, com experiência de vida, capaz de galvanizar a opinião pública local através de projectos e de ideias que traduzam realizações possíveis e/ ou necessárias, com idade compreendida entre os 45 e os 55 anos. Vive maioritariamente do salário que aufere, mas detém competências e capacidades para exercer outra profissão. Gosta da evidência pública e, muitas vezes, exagera na importância que a si próprio(a) confere.
2. Não tem, normalmente, experiência de gestão – situação que prefere esconder – e revela carências no domínio do planeamento estratégico.
3. Gosta de ser pragmático(a), talvez para se defender – e tem dificuldades em perceber os mecanismos financeiros, entendendo muito melhor as regras económicas.
4. Trabalha muitas horas, rodeia-se de diversos assessores – muitas vezes sem qualquer preparação para gerirem os dossiers que lhes são confiados –, conferindo-lhes a necessária confiança política.
5. Tem dificuldades de análise de dossiers mais complexos.
6. Queixa-se da máquina administrativa, mas pouco faz para melhorá-la, pois tem medo de perder influência e controlo.
7. Procura a notoriedade externa, mas dentro da câmara tem dificuldades de diálogo com os técnicos e com os funcionários.
8. Adora conceder audiências e fazer-se esperar.
9. Está sempre à procura de conseguir licenciar grandes empreendimentos – os que trazem receitas significativas –, podendo, muitas vezes, desrespeitar o Plano Director Municipal (PDM), só para aumentar, a curto prazo, a receita do município.
10. Tem uma enorme falta de sensibilidade para as questões ligadas às novas tecnologias, com excepção dos telemóveis e dos automóveis topo de gama.
11. É um(a) excelente «vendedor(a)» do seu concelho, tudo fazendo para lhe conferir notoriedade nacional.
12. Gosta, verdadeiramente, do contacto com as populações e vive intensamente os problemas dos seus munícipes.
13. Por vezes, tem dificuldade em perceber que ainda não é primeiro(a)-ministro(a).
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1. É um(a) homem(mulher) com experiência política prévia nos respectivos partidos, com experiência de vida, capaz de galvanizar a opinião pública local através de projectos e de ideias que traduzam realizações possíveis e/ ou necessárias, com idade compreendida entre os 45 e os 55 anos. Vive maioritariamente do salário que aufere, mas detém competências e capacidades para exercer outra profissão. Gosta da evidência pública e, muitas vezes, exagera na importância que a si próprio(a) confere.
2. Não tem, normalmente, experiência de gestão – situação que prefere esconder – e revela carências no domínio do planeamento estratégico.
3. Gosta de ser pragmático(a), talvez para se defender – e tem dificuldades em perceber os mecanismos financeiros, entendendo muito melhor as regras económicas.
4. Trabalha muitas horas, rodeia-se de diversos assessores – muitas vezes sem qualquer preparação para gerirem os dossiers que lhes são confiados –, conferindo-lhes a necessária confiança política.
5. Tem dificuldades de análise de dossiers mais complexos.
6. Queixa-se da máquina administrativa, mas pouco faz para melhorá-la, pois tem medo de perder influência e controlo.
7. Procura a notoriedade externa, mas dentro da câmara tem dificuldades de diálogo com os técnicos e com os funcionários.
8. Adora conceder audiências e fazer-se esperar.
9. Está sempre à procura de conseguir licenciar grandes empreendimentos – os que trazem receitas significativas –, podendo, muitas vezes, desrespeitar o Plano Director Municipal (PDM), só para aumentar, a curto prazo, a receita do município.
10. Tem uma enorme falta de sensibilidade para as questões ligadas às novas tecnologias, com excepção dos telemóveis e dos automóveis topo de gama.
11. É um(a) excelente «vendedor(a)» do seu concelho, tudo fazendo para lhe conferir notoriedade nacional.
12. Gosta, verdadeiramente, do contacto com as populações e vive intensamente os problemas dos seus munícipes.
13. Por vezes, tem dificuldade em perceber que ainda não é primeiro(a)-ministro(a).
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1 comentário:
António:
As ideias chave estão bem elencadas, embora algumas delas sejam consequência do facto de se tratar de um cargo político. É o caso das primeiras quatro e também da 12ª.
Quanto ao ponto 5, deveras notório, deveria ser colmatado, previamente, com alguma formação especializada.
O ponto 6, dava pano para mangas, mas só pode ser verdadeiramente resolvido nos municípios, em geral. A meu ver, era o próprio código administrativo que teria de ser alterado.
As dificuldades denunciadas no ponto 7 são reais e frequentes.
O ponto 8 é uma pecha geral, ultrapassando em muito a esfera da gestão autárquica. Existe também na Administração Central e até em empresas privadas. É um atavismo português que deveria ser encarado como uma falta de educação, pelo menos.
O ponto 9 resulta de uma perversão do financiamento das autarquias, com grandes responsabilidades do poder central e com os resultados que todos conhecemos.
A 10ª, bastante visível, é também extensível ao poder central; agora talvez um pouco menos.
A 11ª não é necessariamente má, desde que não se exagere na competição entre municípios.
A 13ª, é verdadeira, nalguns casos, mas é também a miragem ilusória de uma pretensa “carreira”.
É o que se me oferece sobre o assunto, na minha qualidade de cidadão.
Um abraço.
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