Tenho acompanhado os relatos do Pedro Correia das suas férias algarvias no «Corta-fitas». Por vezes, fazem-me lembrar de um dos contos do meu primeiro livro, um conto chamado «O Corvo que Ia Fazer a Praça a Portimão». Começa com o protagonista, um homem de Monchique chamado Jaiminho Corvo, a chegar à praça de Portimão…
O Jaiminho Corvo chegava à praça ainda de madrugada. E sempre um bocado ensonado, porque não dormia tudo o que queria dormir. Tinha-lhe calhado a vida assim, deitar-se tarde e levantar-se cedo.
– E a minha mulher, ainda por cima, é das que gostam da festa!
Quase todas as que o Jaiminho Corvo conhecia gostavam da festa. (…)
Acaba com o Jaiminho Corvo na Praia da Rocha, envolvido numa grande disputa por causa de uma mulher. Disputa com um cão e três gaivotas…
(…) Exactamente, haveria de ser mesmo aquela. Uma mulher cuidadosa que parecia preocupar-se com o perigo dos raios solares. Mas que tinha tido um descuido, quando ao comprar um gelado tinha agradecido com uma voz muito alta.
– Thank you! – tinha ela dito, de gelado na mão.
E o Jaiminho Corvo, que ia passando na altura, tinha-a ouvido bem. E dessa maneira confirmado que servia perfeitamente.
Foi então que chegaram as gaivotas, e o cão não demorou dez segundos. Ficou em quarto lugar na lista dos bichos, por causa de as gaivotas serem três, mas não se deixou abater por isso. Afinal, bem vistas as coisas, tinha sido o primeiro dos cães, o primeiro dos que ladravam e o primeiro dos que roíam ossos. Tudo vitórias importantes. Pelo menos era o que ele pensava, ele o cão, que tinha jeito de ser um bicho convencido e até parecia estar com ganas de se antecipar ao Jaiminho Corvo. Ia-se aproximando pela esquerda, enquanto o Jaiminho Corvo o fazia pela direita. Do objectivo, como é lógico. Portanto, os ataques iriam ser pelos flancos. Entre homem e cão, escolhesse o Diabo o campeão.
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O Jaiminho Corvo chegava à praça ainda de madrugada. E sempre um bocado ensonado, porque não dormia tudo o que queria dormir. Tinha-lhe calhado a vida assim, deitar-se tarde e levantar-se cedo.
– E a minha mulher, ainda por cima, é das que gostam da festa!
Quase todas as que o Jaiminho Corvo conhecia gostavam da festa. (…)
Acaba com o Jaiminho Corvo na Praia da Rocha, envolvido numa grande disputa por causa de uma mulher. Disputa com um cão e três gaivotas…
(…) Exactamente, haveria de ser mesmo aquela. Uma mulher cuidadosa que parecia preocupar-se com o perigo dos raios solares. Mas que tinha tido um descuido, quando ao comprar um gelado tinha agradecido com uma voz muito alta.
– Thank you! – tinha ela dito, de gelado na mão.
E o Jaiminho Corvo, que ia passando na altura, tinha-a ouvido bem. E dessa maneira confirmado que servia perfeitamente.
Foi então que chegaram as gaivotas, e o cão não demorou dez segundos. Ficou em quarto lugar na lista dos bichos, por causa de as gaivotas serem três, mas não se deixou abater por isso. Afinal, bem vistas as coisas, tinha sido o primeiro dos cães, o primeiro dos que ladravam e o primeiro dos que roíam ossos. Tudo vitórias importantes. Pelo menos era o que ele pensava, ele o cão, que tinha jeito de ser um bicho convencido e até parecia estar com ganas de se antecipar ao Jaiminho Corvo. Ia-se aproximando pela esquerda, enquanto o Jaiminho Corvo o fazia pela direita. Do objectivo, como é lógico. Portanto, os ataques iriam ser pelos flancos. Entre homem e cão, escolhesse o Diabo o campeão.
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