José Sócrates apareceu numa reportagem da SIC, ao que me pareceu (só vi um excerto), humilde e com ar simpático. Achei aquilo um bocado despropositado, especialmente a estranha ingenuidade da jornalista (Raquel Alexandra) na condução da entrevista, ainda por cima uma jornalista experiente e conhecedora do mundo da política. Retive uma frase de José Sócrates, sobre o facto de ter aumentado os impostos depois de ter prometido que não o faria… «Foi então que vi aquilo que já tinha lido nos clássicos, a responsabilidade para com o país e a responsabilidade para com a minha consciência.» Leu então nos clássicos… Eça, Maupassant, Christie, Cela, Steinbeck, Rulfo, Florbela, Dickens, Salgari, Pessoa? Böll, Fenimore Cooper, Yourcenar, Verne, Wolf, Camilo, Eliot, Maquiavel, Borges? Scott, Zola, Camões, Marai, Redol, Blixen, Stendhal, Beckett, Cervantes? Bocage, Homero, Lispector, Moravia, Tolstói, Mishima, Duras, Martí, Torga? Infelizmente não deu para ficar a saber; depois da resposta, a jornalista não perguntou.
3 comentários:
Conheci a Raquel Alexandra em 1990. Amigos comuns, camaradas de jornalismo. Eu na Gazeta dos Desportos, ela na rádio.
Grande admirador do Paul McCartney, não hesitei em gastar metade do ordenado que ganhava na Gazeta para ir a Madrid ver o ex-Beatle, na altura a lançar o "Flowers in the dirt".
Excursão de camioneta desde o Saldanha, com saída à meia-noite e chegada a Madrid pela manhã.
Grande concerto e o meu baptismo de Madrid, onde nunca mais voltei.
No regresso, embrenho-me numa discussão na camioneta, em plena madrugada. Eu e a...Raquel Alexandra. Ela a falar dos dirigentes desportivos, eu dos políticos.
A discussão acabou quando um tipo mandou uma boca para arrefecer os ânimos.
Não vi a reportagem sobre o Sócrates. Bastou-me a reportagem que saiu no SOL, com magníficas fotos e revelações maravilhosas.
António:
Ninguém a este nível é ingénuo.
Já não dou mais nada para esse peditório da Ingenuidade Jornalística.
Há dias foram Ricardo Costa e o hiper liberal do lacinho (Nicolau Santos), outras vezes é a Judite ou a ex-futura adida cultural Maria Elisa.
Ingénuo sou eu!
Um abraço.
Manuel, realmente é estranho os jornalistas prestarem-se a coisas destas. Mas é o que temos. Da reportagem seguinte também só vi um bocadinho.
António
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