«O Memorando de Aachen», de Andrew Roberts (Edições ASA, 269 pp.)
Na Europa, em 2045
A história passa-se no futuro, mais concretamente no ano de 2045, mas ao contrário do que possam estar a pensar não tem a ver com ficção científica. Trata-se de um romance sobre aquilo em que pode vir a tornar-se a União Europeia, satirizando de forma brilhante todo o processo de integração até aos Estados Unidos da Europa. «O Memorando de Aachen» foi escrito em mil novecentos e noventa e cinco pelo historiador inglês Andrew Roberts (foi aliás o seu primeiro romance), chegando a Portugal três anos depois.
A Inglaterra é apenas uma região marginal dos poderosos Estados Unidos da Europa. Em Londres, a antiga Estação de Waterloo chama-se agora Estação de Maastricht. A estátua de Nelson foi banida da praça Delors Square. O alemão é a língua oficial.
A trama começa num domingo, dia dois de Maio. Horatio Lestoq, investigador da Universidade de Oxford e jornalista, descobre o cadáver de um velho almirante… «A primeira coisa que Horatio viu ao entrar na sala de estar foi o cadáver do almirante estendido no sofá. Ainda ousou alimentar a esperança de que a morte tivesse sido natural, mas algo de indefinível na atmosfera daquela sala sugeria crime.»
É desta maneira que entramos na narrativa de Andrew Roberts, com a descoberta do corpo do nonagenário almirante. Lestoq vê-se de repente envolvido não apenas num crime, mas num escândalo de tais proporções que irá abalar as estruturas do estado europeu, burocrático, corrupto e xenófobo. A sua vida passa a não valer absolutamente nada.
Por que é que terá sido assassinado o velho almirante? E o que é que fará com que corra perigo a vida de Horatio Lestoq? O que é que terá acontecido trinta anos antes, em 2015, aquando da realização do Referendo de Aachen, que quase apagou a identidade nacional britânica?
No dia dez do mesmo mês de Maio de 2045, uma semana depois da descoberta do cadáver do almirante, o jornal «The Times» publica uma notícia onde a certa altura se pode ler… «Sabe-se que estão a ser levadas a cabo investigações sobre a validade dos resultados de Aachen nas regiões grega, dinamarquesa, sueca e portuguesa dos EUE. Se se descobrir fraude também, acredita-se que a mesma expressão de ‘Poder Popular’ que trouxe para as ruas de Londres meio milhão de pessoas, no sábado e no domingo, possa fazer cair os governos da Comissão em Atenas, Copenhaga, Estocolmo e Lisboa, tal como aconteceu em Londres.»
Guilherme I da Nova Zelândia acabar de regressar a Londres. Estava fora desde que toda a sua família tinha sido obrigada a exilar-se. Passa a ser também Guilherme V da Grã-Bretanha. A sua mãe, a princesa Diana, tinha morrido quarenta e oito anos antes, num túnel de Paris, em consequência de um brutal acidente de automóvel.
A história passa-se no futuro, mais concretamente no ano de 2045, mas ao contrário do que possam estar a pensar não tem a ver com ficção científica. Trata-se de um romance sobre aquilo em que pode vir a tornar-se a União Europeia, satirizando de forma brilhante todo o processo de integração até aos Estados Unidos da Europa. «O Memorando de Aachen» foi escrito em mil novecentos e noventa e cinco pelo historiador inglês Andrew Roberts (foi aliás o seu primeiro romance), chegando a Portugal três anos depois.
A Inglaterra é apenas uma região marginal dos poderosos Estados Unidos da Europa. Em Londres, a antiga Estação de Waterloo chama-se agora Estação de Maastricht. A estátua de Nelson foi banida da praça Delors Square. O alemão é a língua oficial.
A trama começa num domingo, dia dois de Maio. Horatio Lestoq, investigador da Universidade de Oxford e jornalista, descobre o cadáver de um velho almirante… «A primeira coisa que Horatio viu ao entrar na sala de estar foi o cadáver do almirante estendido no sofá. Ainda ousou alimentar a esperança de que a morte tivesse sido natural, mas algo de indefinível na atmosfera daquela sala sugeria crime.»
É desta maneira que entramos na narrativa de Andrew Roberts, com a descoberta do corpo do nonagenário almirante. Lestoq vê-se de repente envolvido não apenas num crime, mas num escândalo de tais proporções que irá abalar as estruturas do estado europeu, burocrático, corrupto e xenófobo. A sua vida passa a não valer absolutamente nada.
Por que é que terá sido assassinado o velho almirante? E o que é que fará com que corra perigo a vida de Horatio Lestoq? O que é que terá acontecido trinta anos antes, em 2015, aquando da realização do Referendo de Aachen, que quase apagou a identidade nacional britânica?
No dia dez do mesmo mês de Maio de 2045, uma semana depois da descoberta do cadáver do almirante, o jornal «The Times» publica uma notícia onde a certa altura se pode ler… «Sabe-se que estão a ser levadas a cabo investigações sobre a validade dos resultados de Aachen nas regiões grega, dinamarquesa, sueca e portuguesa dos EUE. Se se descobrir fraude também, acredita-se que a mesma expressão de ‘Poder Popular’ que trouxe para as ruas de Londres meio milhão de pessoas, no sábado e no domingo, possa fazer cair os governos da Comissão em Atenas, Copenhaga, Estocolmo e Lisboa, tal como aconteceu em Londres.»
Guilherme I da Nova Zelândia acabar de regressar a Londres. Estava fora desde que toda a sua família tinha sido obrigada a exilar-se. Passa a ser também Guilherme V da Grã-Bretanha. A sua mãe, a princesa Diana, tinha morrido quarenta e oito anos antes, num túnel de Paris, em consequência de um brutal acidente de automóvel.
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