quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Algumas loucuras

Do Sporting 2 (Vukcevic), Basileia 0 pode-se dizer que foi um jogo de algumas loucuras. Principais, as de Vukcevic, nas jogadas que fez e também naqueles saltos esquisitos que de vez em quando não consegue evitar (e pronto, lesionou-se e parece que tem para umas três semanas). Mas tirando estes imprevistos (que Vukcevic se tivesse mais calma até poderia prever), trata-se de uma loucura saudável, que importa até explorar. Paulo Bento demora sempre muito tempo a entender as coisas (relembre-se o que aconteceu com a insistência no inexplicável Custódio antes de apostar em Miguel Veloso, ou veja-se as dúvidas que parece ter em relação a Adrien), mas depois acaba por entender. Com falta de avançados, desistiu mesmo do indigente Purovic e apostou em Vukcevic, que sabe chutar, passar, fintar, correr e tudo o mais que se possa imaginar para um jogo, com a vantagem de ter a tal saudável loucura que faz com que quando menos se espera invente um golo. Quanto a outras loucuras, a «loucura», obviamente entre aspas, de parecer que a equipa começa a tomar algum jeito depois das confusões dos últimos tempos (com Grimi a mostrar muito valor e Tiuí a não envergonhar nem dez por cento do que Purovic já nos envergonhou), e ainda uma loucura que começa a fazer parte da história do Sporting dos últimos anos, uma loucura pouco saudável neste caso, desastrada, completamente desastrada, por vezes inacreditável: a de Polga, que parece mesmo talhado para o desastre (veja-se o golo que falhou de forma incrível no início da segunda parte e as tropelias que arranjou na defesa).

6 comentários:

Anónimo disse...

António:

Eu estive lá, no meu lugar cativo de sofredor, e tive quase orgulho naquela equipa. Estou de acordo com as suas apreciações. Contudo julgo que é um pouco injusto para com o Polga.

De facto, ultimamente tem estado "intermitente", mas quem não tem estado? Na 2ª volta do último campeonato ele esteve quase sempre em muito bom nível. Tem recursos técnicos para isso.

Mudando de assunto:
Comecei hoje a ler "O que entra nos livros", por que foi o único título seu que eu encontrei. Fui a duas livrarias da "Bertrand" e nada. Consegui encontrar, este e só este, na "Bulhosa" do Campo Grande.

Gostaria de ter começado pelo "O medo longe de ti", mas como faz um brevíssimo resumo desse livro, sempre minimiza o desconhecimento do passado.

A propósito não estão previstas novas edições dos seus livros?

Um abraço.

Anónimo disse...

Não concordo com o que diz do grande Anderson Polga, um jogador de uma técnica refinadíssima.

Menina Marota disse...

Bem... eu não gosto de futebol, mas gosto de o ler...

Um abraço ;)

Anónimo disse...

Manuel, o que eu penso do Polga já está mais do que explicado aqui.Sempre muito esforçado (ao contrário por exemplo do que acontecia com o Caneira, veja-se o ano passado o golo do empate do Porto em Alvalade, ou o golo também do empate do Paços de Ferreira fora), no entanto acaba por ser um autêntico cataclismo com botas de futebol. O lance do golo que falhou ontem é habitual, aquele remate à maluca, como se usasse uma muleta empenada para acertar na bola, é paradigmático. E depois é asneira atrás de asneira na defesa, com uns cortes pelo meio que são indicutivelmente fruto da experiência que foi adquirindo ao longo dos anos e que lhe valem em muitos comentadores o adjectivo de «imperial» (Rui Oliveria e Costa prefere o «empolgante», que de certa forma até tem tem piada). Mas o golo mais «emblemático» que Polga nos arranjou foi no tempo do Peseiro, naquela caminhada aos solavancos para a final da Taça UEFA, na derrota em casa com o Sochaux (vale a pena recordar as imagens).

Quanto aos livros... Além deste último, o outro da AMBAR e os dois da Temas e Debates sempre se encontram ainda por algumas livrarias, ou então directamente nos sites da editoras (no caso da Temas e Debates é o do Círculo de Leitores). Os quatro primeiros estão esgotados. Só se for algum exemplar esquecido numa livraria, e eu próprio fiquei apenas com um ou dois de cada porque a editora não me avisou de nada. Ou seja, para já, sem novas edições em perspectiva, pode-se dizer que é mais ou menos aquilo de um célebre golo do Oliveira em 1982 ao Dinamo de Zagreb, num jogo da Taça dos Campeões. Ele marcou os golos todos do três a zero, em Alvalade, depois de uma derrota por um a zero em Zagreb. O golo a que me refiro foi o terceiro, em que Oiveira avança pela direita e em vez de centrar atira de uma forma estranha para a baliza, num remate que parece ter sido feito com a sola. No fim do jogo, perante o espanto dos jornalistas, que só lhe faziam perguntas sobre aquele golo, Oliveira disse: «Quem viu, viu; quem não viu, também já não vê mais!» Se calhar você estava na bancada e lembra-se do golo... Bom, com os meus primeiro livros se calhar é assim, apesar de não serem tão fantásticos como aquele golo... Quem leu, leu; quem não leu, já não lê mais. Mas pode ser que acabe por haver novas edições.

Um abraço,

António

Anónimo disse...

O Sporting teve a sorte do jogo.
Começando pelas quatro ausências de jogadores titulares do Basileia. Continuando na lesão do guarda-redes do Basileia e terminando no primeiro golo, quando estava a ser pressionado.

De resto, muita bola no ar e muito mais faltas cometidas pelo Sporting.
É impossível não ficar desiludido com o futebol que vamos vendo.
Valeu pelo magnífico golo do Vukcevic, que foi de "outra anedota".

Ensanduichado entre uma magnífica conferência (90 minutos!!!) de Medeiros Ferreira ("Os livros que nunca esquecerei") na Casa Fernando Pessoa e "CSI Nova Iorque" e Socorro (na SIC), o jogo foi mesmo o elo mais fraco da soirée. E o facto de ser sportinguista não me anima nada. Quero ver bom futebol e não consigo.

Anónimo disse...

Menina

É sempre bem-vinda por aqui. Eu bem tento não falar muito de futebol, mas o Sporting não deixa...

Um abraço,

António