O título deste post não é bem meu, é adaptado do de um romance do escritor Bento da Cruz (o premiado «O Lobo Guerrilheiro»). Fiz a adaptação para este excerto da entrevista recente de António Lobo Antunes à revista «Visão» (não li a entrevista, que tem sido muito comentada); o excerto foi-me enviado por e-mail pelo meu amigo (e grande benfiquista) Carlos Perdigão.
V: Ainda sonha com a guerra?
V: Ainda sonha com a guerra?
ALA: (...) Apesar de tudo, penso que guardávamos uma parte sã que nos permitia continuar a funcionar. Os que não conseguiam são aqueles que, agora, aparecem nas consultas. Ao mesmo tempo havia coisas extraordinárias. Quando o Benfica jogava, púnhamos os altifalantes virados para a mata e, assim, não havia ataques.
V: Parava a guerra?
V: Parava a guerra?
ALA: Parava a guerra. Até o MPLA era do Benfica. Era uma sensação ainda mais estranha porque não faz sentido estarmos zangados com pessoas que são do mesmo clube que nós. O Benfica foi, de facto, o melhor protector da guerra. E nada disto acontecia com os jogos do Porto e do Sporting, coisa que aborrecia o capitão e alguns alferes mais bem nascidos. Eu até percebo que se dispare contra um sócio do Porto, mas agora contra um do Benfica?
V: Não vou pôr isso na entrevista...
V: Não vou pôr isso na entrevista...
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