quarta-feira, 3 de outubro de 2007

É incrível

Uma terça-feira à noite do ano passado. Eu regressava a casa depressa para ainda ver a segunda parte do Sporting - Inter de Milão, para a Liga dos Campeões. Lembro-me de ter pensado – e escrevi-o aqui – que com o jogo empatado a zero haveria de ser engraçado se o Sporting ganhasse tipo por um a zero, com um golo de um dos três ou quatro jogadores fracos da equipa. E aconteceu, com a sorte a sair ao atarantado Caneira.
Desta vez, o Dínamo de Kiev 1, Sporting 2 (Tonel e Polga)... A mesma coisa, ou quase. Uma terça-feira à noite, eu a regressar a casa da natação do meu filho como no ano passado (e agora também da minha filha). Sabia o resultado ao intervalo: o Sporting a ganhar por dois a um. Quem teria marcado os golos? Liedson? Romagnoli? Ou o inconcebível Purovic, se por algum desvario Paulo Bento o tivesse posto a jogar? Não, talvez nem o notável ponta-de-lança brasileiro. Pensei em Tonel; poderia ser uma boa hipótese. Mas depois lembrei-me daquilo de um ano antes com o Inter, do pontapé em jeito de alívio de Caneira, só que na direcção da baliza adversária. Polga… Podia ser um golo de Polga, nalgum remate esquisito e sempre a denotar alguma falta de à-vontade no contacto com a bola (mas sempre com garra, isso não se pode negar). Pouco depois, no Rádio Clube Português, Fernando Correia dizia os nomes dos marcadores. Polga era um deles, e o acontecimento estava a ser bem realçado, e o outro era Tonel (que a verdade é que sempre tem vindo a marcar com alguma regularidade). Polga tinha marcado um golo (coisa que uma vez, também há um ano, e também na Liga dos Campeões, tinha estado quase a conseguir, e logo, imagine-se, frente ao Bayern de Munique). Lembrei-me do que diziam há muitos anos num programa de televisão sobre casos estapafúrdios: «É incrível, é mesmo do outro mundo!» Era o que diziam; uma série de pessoas, aos gritos. Polga marcou um golo em Kiev; achei mesmo incrível, embora não caia no exagero de pensar que é mesmo do outro mundo.

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