Viagem à volta do nosso mundo
O mundo de António Manuel Venda, que nos habituámos a ir descobrindo como se fossemos exploradores em busca da última mina perdida da escrita, tem muito de um aroma que se foi perdendo: o do Portugal profundo. Daquele que se vislumbra nas cercanias de Monchique, que mostra um país perdido e que procura um cais de onde pode partir em busca de novas descobertas. Este seu novo romance é uma forma de o autor seguir a sua própria rota dos descobrimentos. Seguindo a carta de um velho livreiro de Évora, que tem interesse numa personagem que o próprio autor descreveu num romance de há alguns anos, autor e personagens redescobrem-se; voltam a iluminar-se referências relacionadas com a escrita e, também, acabamos sempre por encontrar pessoas e locais que fazem parte do imaginário de Venda, entre a cidade e o país rural, entre a auto-estrada e as outras que iludem as vias verdes. Há nestas páginas, muitas vezes, essa deliciosa sensação de prazer, de reconforto, com um país que vai desaparecendo quase sem darmos por isso. Ali cruzam-se também vidas: «O meu filho cuida melhor das propriedades, e eu cuido melhor dos meus livros. E com a livraria realizei um sonho. Acompanho tudo, vivo, como dizer… Vivo a vida dos livros… Mas é um trabalho duro, mais do que aquilo que eu esperava.» Vidas que se encontram neste livro que se vai entranhando no nosso olhar, no nosso pensamento, como um secreto prazer que se instala e nos faz olhar com toda a atenção para o mundo que nos cerca. Venda consegue transmitir-nos neste livro um secreto sentimento: o do prazer de ver com calma as personagens e os locais. Algo que a velocidade nos fez perder ao longo dos últimos tempos. Afinal, o que poderia acontecer se, como diz o livreiro Sapinho Júnior, «uma personagem que sai de um livro e então começa a entrar noutros livros?!». Desafio para a ciência e para a literatura; se isso acontecesse, mostraria como este livro é um sinal do destino.
O mundo de António Manuel Venda, que nos habituámos a ir descobrindo como se fossemos exploradores em busca da última mina perdida da escrita, tem muito de um aroma que se foi perdendo: o do Portugal profundo. Daquele que se vislumbra nas cercanias de Monchique, que mostra um país perdido e que procura um cais de onde pode partir em busca de novas descobertas. Este seu novo romance é uma forma de o autor seguir a sua própria rota dos descobrimentos. Seguindo a carta de um velho livreiro de Évora, que tem interesse numa personagem que o próprio autor descreveu num romance de há alguns anos, autor e personagens redescobrem-se; voltam a iluminar-se referências relacionadas com a escrita e, também, acabamos sempre por encontrar pessoas e locais que fazem parte do imaginário de Venda, entre a cidade e o país rural, entre a auto-estrada e as outras que iludem as vias verdes. Há nestas páginas, muitas vezes, essa deliciosa sensação de prazer, de reconforto, com um país que vai desaparecendo quase sem darmos por isso. Ali cruzam-se também vidas: «O meu filho cuida melhor das propriedades, e eu cuido melhor dos meus livros. E com a livraria realizei um sonho. Acompanho tudo, vivo, como dizer… Vivo a vida dos livros… Mas é um trabalho duro, mais do que aquilo que eu esperava.» Vidas que se encontram neste livro que se vai entranhando no nosso olhar, no nosso pensamento, como um secreto prazer que se instala e nos faz olhar com toda a atenção para o mundo que nos cerca. Venda consegue transmitir-nos neste livro um secreto sentimento: o do prazer de ver com calma as personagens e os locais. Algo que a velocidade nos fez perder ao longo dos últimos tempos. Afinal, o que poderia acontecer se, como diz o livreiro Sapinho Júnior, «uma personagem que sai de um livro e então começa a entrar noutros livros?!». Desafio para a ciência e para a literatura; se isso acontecesse, mostraria como este livro é um sinal do destino.
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