«Oito Contos de Guerra – A Resistência Soviética aos Invasores Nazis», de Wanda Wassilewska e Outros (Campo das Letras, 97 pp.)
O destino dos usurpadores
Uma pequena antologia de histórias que têm como cenário a União Soviética invadida pelas tropas nazis de Adolf Hitler. Relatos de coragem, nos quais todos os deslizes nacionalistas se perdoam facilmente. Vai-se percebendo aos poucos a derrota nazi, que é marcada mesmo na última página com um «símbolo do destino de todos os usurpadores».
No Verão de 1941, as tropas nazis de Adolf Hitler invadiram a União Soviética. A Segunda Guerra Mundial ia com dois anos, tal como o pacto germano-soviético, que aí terminava os seus dias. A guerra iria arrastar-se por mais quatro anos, e para o seu fim muito contribuiu o desastre germânico em terras de Leste. É no cenário deste desastre que decorrem os oitos contos de cinco autores (Wanda Wassilewska assina os três primeiros). São de uma brutalidade tremenda, mesmo que pelo meio a narrativa convoque bosques de árvores frondosas ou dourados raios de sol, e pomares de cerejeiras, e jardins de relva fresca. «Que belo país o nosso!», diz a certa altura um soldado soviético.
Mas o país está em guerra. O mundo foi tomado pela brutalidade, os campos, as florestas, as aldeias, cada rua, cada casa. Acontecem monstruosidades a toda a hora. As populações escondem-se nos bosques, resiste-se ao invasor alemão, que contudo domina. E massacra, viola, humilha, mata; velhos, crianças, prisioneiros, quem pode… Mas há quem resista, muita gente resiste, e nem só os soldados; uma velha mata, uma criança mata, uma indefesa professora primária mata, e assim vão tombando os invasores.
Os oito contos como que vão evoluindo, da mesma forma que a guerra. Mais adiante, lá para o meio do livro, os protagonistas já são do exército soviético. Já não são velhos, mulheres, crianças… E vencem batalhas. Estão organizados. E no final, no último conto, um alemão encontra a morte sob a forma de uma estátua de gelo. «De manhã, passaram pela estepe os combatentes… Começava a clarear… Na neve, como um espantalho de gelo, jazia o alemão. Ergueram-no os combatentes, encostaram-no a uma árvore, e assim ficou o alemão, parado junto de um álamo russo, como símbolo do destino de todos os usurpadores.»
A antologia da Campo das Letras tem um prefácio de José Viale Moutinho, que resume assim a escrita dos cinco autores que a integram: «Em cada conto deste livro estão as marcas inimitáveis dos escritores que viveram os acontecimentos, os sinais de sangue a pulsar, o comprometimento patriótico e antifascista, como se por um instante tivesse sido trocada a espingarda pela máquina de escrever.»
O destino dos usurpadores
Uma pequena antologia de histórias que têm como cenário a União Soviética invadida pelas tropas nazis de Adolf Hitler. Relatos de coragem, nos quais todos os deslizes nacionalistas se perdoam facilmente. Vai-se percebendo aos poucos a derrota nazi, que é marcada mesmo na última página com um «símbolo do destino de todos os usurpadores».
No Verão de 1941, as tropas nazis de Adolf Hitler invadiram a União Soviética. A Segunda Guerra Mundial ia com dois anos, tal como o pacto germano-soviético, que aí terminava os seus dias. A guerra iria arrastar-se por mais quatro anos, e para o seu fim muito contribuiu o desastre germânico em terras de Leste. É no cenário deste desastre que decorrem os oitos contos de cinco autores (Wanda Wassilewska assina os três primeiros). São de uma brutalidade tremenda, mesmo que pelo meio a narrativa convoque bosques de árvores frondosas ou dourados raios de sol, e pomares de cerejeiras, e jardins de relva fresca. «Que belo país o nosso!», diz a certa altura um soldado soviético.
Mas o país está em guerra. O mundo foi tomado pela brutalidade, os campos, as florestas, as aldeias, cada rua, cada casa. Acontecem monstruosidades a toda a hora. As populações escondem-se nos bosques, resiste-se ao invasor alemão, que contudo domina. E massacra, viola, humilha, mata; velhos, crianças, prisioneiros, quem pode… Mas há quem resista, muita gente resiste, e nem só os soldados; uma velha mata, uma criança mata, uma indefesa professora primária mata, e assim vão tombando os invasores.
Os oito contos como que vão evoluindo, da mesma forma que a guerra. Mais adiante, lá para o meio do livro, os protagonistas já são do exército soviético. Já não são velhos, mulheres, crianças… E vencem batalhas. Estão organizados. E no final, no último conto, um alemão encontra a morte sob a forma de uma estátua de gelo. «De manhã, passaram pela estepe os combatentes… Começava a clarear… Na neve, como um espantalho de gelo, jazia o alemão. Ergueram-no os combatentes, encostaram-no a uma árvore, e assim ficou o alemão, parado junto de um álamo russo, como símbolo do destino de todos os usurpadores.»
A antologia da Campo das Letras tem um prefácio de José Viale Moutinho, que resume assim a escrita dos cinco autores que a integram: «Em cada conto deste livro estão as marcas inimitáveis dos escritores que viveram os acontecimentos, os sinais de sangue a pulsar, o comprometimento patriótico e antifascista, como se por um instante tivesse sido trocada a espingarda pela máquina de escrever.»
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