Benfica – 1, Sporting – 1 (Liedson). No post do último jogo do Sporting, escrevi que guardava as palavras para o jogo de ontem à noite, melhor, para «as façanhas» desse jogo. Tinha a sensação de que tudo ia correr bem, e na noite anterior, o jogo macaco do Porto tinha ajudado a confirmar essa sensação. Ontem, com o empate na Luz, fiquei sem saber bem o que pensar, e sem saber bem o que fazer às palavras. Parece que o Sporting poderia ter ganho facilmente o jogo por dois ou três golos, mas a verdade é que apenas empatou e se tivesse tido azar num ou noutro lance poderia ter perdido. Assim, substituo as palavras das façanhas por algumas frases soltas de coisas que fui observando.
- Durante o jogo, não percebi se foi a equipa que não conseguiu ganhar se foi Paulo Bento que a fez apenas empatar; no final, ao ouvir Paulo Bento, pareceu-me que foi mesmo ele que não se atreveu a ganhar o jogo, o que não é nada bom (ou seja, Paulo Bento é um treinador corajoso, atrevido, mas assim uma espécie de corajoso atrevido no seu bairro, um pouco embasbacado quando é preciso cometimentos maiores).
- Apesar de tudo, deu-me gozo ver em determinados momentos a equipa do Sporting jogar, com oito excelentes jogadores, alguns mesmo verdadeiros craques.
- De oito para onze faltam três, Ricardo e os dois centrais que costumam ser «disfarçados» pela capacidade de jogar dos colegas.
- Ricardo tem andado a jogar certinho e a fazer umas defesas de valia de vez em quanto, e ontem fez mais algumas, mas é sempre aquilo que se sabe, a qualquer momento pode enterrar uma equipa, nem que isso aconteça de três em três meses; ontem, depois de uma defesa muito boa, ficou paralisado com o remate de Miccoli, que lhe passou bem perto, e aí começou a desgraça do Sporting.
- Caneira confirmou que é mesmo uma tragédia com botas de futebol, e o que dá mesmo que pensar é que Paulo Bento aposta nele (veja-se a entrada de Tonel, para o lugar de um bom jogador – Abel – que Caneira foi substituir, ou antes, Caneira foi andar de um lado para o outro na zona de jogo de Abel, como antes tinha andado de um lado para o outro na zona central);
- Polga, ao contrário de Caneira, dá tudo e mais alguma coisa, mas é a falta de jeito em estado puro – somando aplicação e falta de jeito, mesmo assim ainda dá para controlar alguma coisa no centro da defesa.
- Provavelmente com Mourinho no banco a equipa ganhava o jogo com dois ou três gritos para o relvado do special one; o pior é pensar que talvez até com uns gritos de Jaime Pacheco ou de Jorge Jesus a equipa teria ganho – com Peseiro, o melhor é nem imaginar o que poderia ter acontecido, e com o triste Fernando Santos idem idem, eventualmente sem aspas.
Mais umas coisas… Como teria sido o jogo com Custódio em vez de Miguel Veloso? E jogando Caneira e lateral direito logo de início, para onde teria ido o centro que depois Liedson mandou para o fundo da baliza de Quim? E se os oito jogadores de campo que ontem foram acompanhados por Polga e Caneira tivessem dois centrais do tipo de outros que o Sporting teve nos últimos anos (Luisinho, Marco Aurélio, André Cruz, por exemplo)?
De qualquer forma, eu ainda estou tentado a acreditar; vou estar atento, sobretudo, ao Porto. Continuo sem conseguir imaginar Jesuldo Ferreira a ganhar um campeonato; pode ser que o Sporting tenha muita sorte e faça sentido esta minha falta de imaginação.
- Durante o jogo, não percebi se foi a equipa que não conseguiu ganhar se foi Paulo Bento que a fez apenas empatar; no final, ao ouvir Paulo Bento, pareceu-me que foi mesmo ele que não se atreveu a ganhar o jogo, o que não é nada bom (ou seja, Paulo Bento é um treinador corajoso, atrevido, mas assim uma espécie de corajoso atrevido no seu bairro, um pouco embasbacado quando é preciso cometimentos maiores).
- Apesar de tudo, deu-me gozo ver em determinados momentos a equipa do Sporting jogar, com oito excelentes jogadores, alguns mesmo verdadeiros craques.
- De oito para onze faltam três, Ricardo e os dois centrais que costumam ser «disfarçados» pela capacidade de jogar dos colegas.
- Ricardo tem andado a jogar certinho e a fazer umas defesas de valia de vez em quanto, e ontem fez mais algumas, mas é sempre aquilo que se sabe, a qualquer momento pode enterrar uma equipa, nem que isso aconteça de três em três meses; ontem, depois de uma defesa muito boa, ficou paralisado com o remate de Miccoli, que lhe passou bem perto, e aí começou a desgraça do Sporting.
- Caneira confirmou que é mesmo uma tragédia com botas de futebol, e o que dá mesmo que pensar é que Paulo Bento aposta nele (veja-se a entrada de Tonel, para o lugar de um bom jogador – Abel – que Caneira foi substituir, ou antes, Caneira foi andar de um lado para o outro na zona de jogo de Abel, como antes tinha andado de um lado para o outro na zona central);
- Polga, ao contrário de Caneira, dá tudo e mais alguma coisa, mas é a falta de jeito em estado puro – somando aplicação e falta de jeito, mesmo assim ainda dá para controlar alguma coisa no centro da defesa.
- Provavelmente com Mourinho no banco a equipa ganhava o jogo com dois ou três gritos para o relvado do special one; o pior é pensar que talvez até com uns gritos de Jaime Pacheco ou de Jorge Jesus a equipa teria ganho – com Peseiro, o melhor é nem imaginar o que poderia ter acontecido, e com o triste Fernando Santos idem idem, eventualmente sem aspas.
Mais umas coisas… Como teria sido o jogo com Custódio em vez de Miguel Veloso? E jogando Caneira e lateral direito logo de início, para onde teria ido o centro que depois Liedson mandou para o fundo da baliza de Quim? E se os oito jogadores de campo que ontem foram acompanhados por Polga e Caneira tivessem dois centrais do tipo de outros que o Sporting teve nos últimos anos (Luisinho, Marco Aurélio, André Cruz, por exemplo)?
De qualquer forma, eu ainda estou tentado a acreditar; vou estar atento, sobretudo, ao Porto. Continuo sem conseguir imaginar Jesuldo Ferreira a ganhar um campeonato; pode ser que o Sporting tenha muita sorte e faça sentido esta minha falta de imaginação.
4 comentários:
Também eu fiquei um pouco frustrado com a falta de ambição face à evidente superioridade leonina. Depois, mais sereno, reflecti em que Paulo Bento é que conhece o potencial dos jogadores que tem (não, ele não é um "corajoso atrevido no seu bairro"; é um tipo que tem mantido a cabeça fria e a capacidade de fazer o grupo dar a volta por cima em momentos de crise - no ano passado e agora). Mas não posso concordar com o tipo de atitude de alguns sportinguistas que, aqui há um mês vociferavam sobre o facto de termos uma equipa e um treinador sem categoria e que o melhor era não nos distrairmos da única coisa que podíamos conquistar (a Taça). Esses mesmos (esquecendo os argumentos de "há bocadinho", que o conjunto é demasiado jovem e não está enquadrado por jogadores experientes, etc.) agora acham que era trigo limpo lutar pelo título.
E, por favor, não continue a teimosia de mandar abaixo os jogadores mais firmes e que maior coesão dão à equipa, sobretudo em termos defensivos (Ricardo, Polga e Caneira). Não digo que sejam uns craques, mas analise os resultados com eles e sem eles. E repare que a defesa do Sporting, vindo em crescendo, é já a menos batida do campeonato; isto não se consegue com o "aselha" do Polga e o "frangueiro" do Ricardo. Enganar-se é legítimo (só os tiranos não se enganam); persistir no erro face às evidências é desvirtuar a razão.
Tendo em conta o plantel actual, extremamente limitado, Polga e Ricardo devem jogar, embora Tiago também o pudesse fazer, mas dado que é um herói nacional, admito que sim, que jogue Ricardo; e Polga, pela aplicação que demonstra, enfim, tudo bem. Caneira, nem pensar; pô-lo a jogar é um insulto a jogadores como Abel, Tello e Tonel, por exemplo, para não referir outros.
Apesar de achar que o Caneira tem, de facto, algumas limitações (sobretudo de velocidade), estou completamente em desacordo consigo. Se fizer o simples exercício de conferir os jogos em que o Caneira não jogou, verá que temos uma média muito superior de golos sofridos. Isto deve-se a que Caneira, apesar de ser batido ao sprint (quando a equipa deixa que os sprints possam acontecer), tem um posicionamento muito bom e tem ascendente sobre os colegas mais jovens (o que se vê quando se observa com atenção os gestos dos jogadores uns para os outros em campo). Na minha opinião é um jogador fundamental para o equilíbrio defensivo da equipa, só sendo discutível a posição em que melhor rende.
Quanto ao Polga, é mesmo embirração sua, pois todos os comentadores e gente do futebol reconhece a sua classe (foi o jogador de Março para o Sindicato dos Jogadores). Quanto ao Ricardo, ele não é nenhum Damas, claro! Mas está a anos-luz do Tiago. Embora dê umas fífias e uns frangos de vez em quando (o Schmeichel, nos seus melhores tempos do Manchester também os dava; veja imagens no King Lizzards, num post já antigo meu) o melhor g-r português da actualidade. A grande pecha dele está nas saídas a cruzamentos; nos outros aspectos (entre os postes, nas saídas perante adversários isolados, a jogar com os pés) é bom.
O que eu gostava mesmo era de a oito dos titulares de domingo passado conseguir juntar um guarda-redes que segurasse as coisas quando fosse necessário, e dois centrais com o à-vontade a jogar, por exemplo, de Ricardo Carvalho (sei que é pedir muito, mesmo muito...). Ou talvez não seja pedir muito; se a formação do Sporting «produziu» o João Moutinho, o Miguel Veloso ou o Nani, por que razão não pode produzir um mini-Ricardo Carvalho?
Números com Caneira... Não sei, mas de cada vez que me lembro do golo do Paços de Ferreira (menos dois pontos), do empate do Porto com o Caneira a encolher-se para depois o Quaresma chutar no ressalto(menos dois pontos), das jogadas tipo aquele-atraso para Ricardo no domingo passado, da incapacidade de levar uma bola até à linha de fundo (como faz o Abel até de olhos fechados)... Acho que não é só má vontade minha.
Polga... É provavelmente má vontade, se calhar começada depois de um golo incrível que fabricou para o Sochaux em Alvalade ainda nos infelizes tempos do Peseiro (e depois de todo esse terrível final de época, para a equipa e para ele). Mas, como referi, Polga é aplicado e lutador, o que compensa a tremenda falta de jeito (não se pode comparar com Caneira, que é um jogador que pouco ou nada se esforça). Não sou alheio ao que se diz, e sei que o Polga tem sido muito elogiado esta época; comentadores, amigos meus, sei lá, toda a gente o acha o máximo e há até quem o classifique como «empolgante»; mas a mim não me convence, embora não seja alheio, como disse, à sua aplicação.
Conclusão: com um central de jeito para substituir o Caneira (de preferência um descoberto na formação) a coisa até se resolvia. O pior é o banco (no domingo eu não via soluções nenhumas, só eventualmente Carlos Martins, se estivesse disponível, e isso é arrasador para todos os rsponsáveis pelas contratações que o clube fez). Paulo Bento, esse não o critico por não ter com as substituições tornado a equipa mais ofensiva na segunda parte (ele não tinha jogadores no banco para fazê-lo); critico-o é por não ter conseguido levar a equipa inicial a impor-se na segunda parte.
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