Na sequência do post que coloquei aqui no passado Sábado, 17 (intitulado «Alarve»), deixo a seguir o texto de um «requerimento parlamentar» que recebi do deputado algarvio José Mendes Bota, requerimento esse dirigido ao «Exmo. Sr. Presidente da Assembleia da República» e tendo como referência o seguinte: «Allgarve – entre a gralha e a ofensa à identidade cultural de uma região»…
No passado dia 16 de Março, no certame «Algarve Convida», promovido em Lisboa pela Região de Turismo, o ministro da Economia e Inovação fez a apresentação pública de uma campanha promocional do Algarve, anunciada como um «projecto de Valorização do Algarve 2007 e a sua marca».
De forma inesperada, o nome da região foi apresentado de forma desvirtuada, adoptando um anglicismo desajustado, desnecessário e descaracterizador da sua identidade cultural.
As reacções que esta questão suscitou não deixam dúvidas sobre a rejeição que a ideia suscitou na sociedade algarvia, a qual tem manifestado um vivo repúdio por mais esta desconsideração do poder central para com a região que, segundo a pomposa campanha ontem apresentada pelo ministro da Economia e Inovação, deixará de ser conhecida internacionalmente por Algarve, para se passar a chamar «Allgarve».
Os argumentos em sua defesa são insuficientes. Não necessitamos do abcesso inglês «all», para designar «todo o Algarve». Desde sempre, quando se fala do Algarve, está subentendido todo o Algarve, e não apenas uma sua parte.
Há muitas décadas que a marca Algarve está consolidada no mercado, e proceder a esta alteração só poderá servir para destruir um nome que, a par do Vinho do Porto, é dos poucos de que Portugal se pode orgulhar à escala mundial.
Independentemente dos eventuais méritos dos conteúdos da campanha promocional, só o respectivo título é merecedor de uma profunda rejeição.
Não estão em causa os eventos previstos, nem as acções promocionais em si, nem os meios financeiros colocados, sem favor algum, ao serviço da promoção do Algarve. Está em causa, tão-somente, o nome «Allgarve». E é esse que tem de ser removido, pois constitui uma afronta ao bom e verdadeiro nome do Algarve, um golpe na coerência de uma marca consolidada internacionalmente há muitos anos, mais um estrangeirismo descaracterizador da nossa identidade cultural, e uma demonstração de falta de bom gosto e de bom senso.
Como deputado eleito pelo Algarve, requeiro a V. Exa. que se digne obter do governo informação sobre se está ou não disponível para suspender temporariamente esta campanha promocional, até se redefinir um título que reponha a dignidade e o respeito pelo nome da região.
Segue-se local e data (Assembleia da República, 19 de Março de 2007) e o nome do autor do requerimento (José Mendes Bota).
3 comentários:
Haja alguém de bom senso
esta campanha é uma verdadeira vergonha e um atentado à nossa região, à nossa história e ao nosso povo.
Só poderia ter sido idealizado por senhores do marketing e por politicos burros
Sugiro o acesso às páginas web das agências de Turismo de Nova Iorque e Amesterdão.
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