domingo, 3 de setembro de 2006

Podia ser, mas não foi

«Eu podia ser um bom ministro.» Esta frase vinha na capa do Jornal de Negócios de dia 18 de Agosto (foi agora para o lixo e por isso me lembrei). Acompanhava Francisco Murteira Nabo, que desta vez anda pela Galp num dos cargos do costume, chairman, que como muitos outros cargos passou por cá a ter denominação inglesa. «Podia ser um bom ministro», disse à entrevistadora, nada mais nada menos do que Anabela Mota Ribeiro, que lá conduziu as coisas sem grandes ondas e a fazer do entrevistado (na capa do jornal de fato e gravata, deitado à beira de uma piscina) uma vítima de perseguição. «Podia ser um bom ministro», disse ele. Não disse é que podia não ter burlado o Estado a cujo governo pertencia, burla essa que o obrigou a demitir-se (quando a comunicação social descobriu). Foi então ministro por um curto período, que é o que deve colocar no currículo. Será que acrescenta as razões da demissão? E será que na Galp (e o mesmo vale para a PT, que o acolheu depois da saída do governo) não sentem vergonha de o terem na liderança?

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