Pode ver-se aqui, num blog escrito a amarelo e com fundo preto que só fala de assuntos do Beira-Mar; é a referência aos dois primeiros golos de Mário Jardel no seu segundo regresso a Portugal (Beira-Mar – 2, Penafiel – 0), depois de todos os problemas por que passou desde o atribulado segundo ano no Sporting (e numa manhã desse atribulado segundo ano, eu cheguei a ouvir o Jardel ao telefone, porque a pessoa com quem ele falava, vá lá saber-se por quê, de repente colocou-o em voz alta; foi nessa manhã que me convenci de que as coisas estavam mesmo más; eu já receava que estivessem, por aquilo a que assistia na comunicação social, mas ao ouvir um bocado da conversa convenci-me mesmo; e só ouvi um bocado, enquanto não tive tempo de me afastar para a minha secretária).
Alguns meses antes, em finais de 2002, ainda Lazlo Boloni (que nos tempos de jogador do Steaua de Bucareste era por cá conhecido por Ladislao, o nome romeno, em vez do húngaro Lazlo) andava às aranhas no Sporting e ninguém imaginava que pudesse ser campeão. Mas acabaria por ser, e graças aos golos de Jardel, que começou a jogar à quarta jornada, gordo como agora, e marcou logo um golo de penalty. Foi Jardel que salvou Boloni, e foi um outro Jardel, atolado em problemas, que na época seguinte tramou o mesmo Boloni. Mas na primeira época de Jardel no Sporting, em meados de Novembro, com o campeonato na décima primeira jornada e Jardel (tinha começado à quarta, repito) já com doze golos, eu escrevi isto para ler na abertura de um programa desportivo de uma rádio (numa colaboração que mantive para as épocas de 2000/ 2001 e 2001/ 2002)…
Os golos de Jardel nunca foram imortalizados numa canção. Imortalizado, isso sim, foi o modo de Jardel se movimentar na grande área, ou pelo menos um dos modos, numa canção de Rui Veloso que tem um verso que fala em «voar como o Jardel sobre os centrais». Claro que esse verso é de uma canção de um artista muito ligado ao Porto, uma canção que inclusivamente fez parte da banda sonora de um filme cuja acção se passa na cidade, abordando temas como o trabalho infantil ou a vida nos bairros degradados.
Agora, com Jardel no Sporting, não faz muito sentido a imagem utilizada por Rui Veloso, principalmente pela paixão que ele transmite na canção, e até por alguma pronúncia. O que está na canção é a referência a uma figura incontornável da cidade do Porto até há uns meses. Mesmo tendo saído do clube, Jardel mantinha-se como uma figura incontornável da cidade. Só que com a nova época futebolística, com o regresso a Portugal para vestir a camisola de um rival de Lisboa, já não faz muito sentido. Do que pode falar-se no Porto, isso sim, é do fantasma de Jardel, voando ou não seja lá sobre que centrais, até sobre os do Futebol Clube do Porto.
Durante algum tempo, eu não apreciava a maneira de Jardel jogar. Por vezes, até achava que ele conseguia marcar tantos golos porque passava os jogos na grande área a viver do caudal atacante do Futebol Clube do Porto. Eu não era capaz de apresentar uma razão, não gostava e pronto. Se calhar, a verdadeira razão era ele não estar no meu clube, o Sporting. Sei de quem, por exemplo, não gostava de Jardel por achar que ele andava sempre muito direito. Andar direito até nem é mau, só que o Jardel, dizia essa pessoa, o Jardel andava excessivamente direito, como se tivesse engolido um garfo.
Eu não, eu não tinha razões. Com o tempo, fui-me habituando a admirar Jardel. Por alguns dos golos que o via marcar, ao Braga e ao Farense, por exemplo, um a cada, de fora da área, sem deixar cair a bola no chão. Um ao Campomaiorense, passando a perna que remata por detrás da outra. Os golos no estádio de S. Ciro, frente ao Milão, um golo em Munique, outro em Madrid. Fui-me habituando a admirá-lo por ele marcar sempre, ou quase sempre.
No Sporting, logo à chegada de Jardel, eu dizia que sem jogadores que lhe passassem a bola em condições, sem esses ele não marcaria muitos golos. Mas o que é certo é que ele agora marca ainda mais do que antes, e o que é curioso é que o faz sem ter jogadores como tinha nos anteriores clubes. Jardel agora tem atrás de si uma equipa totalmente esfrangalhada, incapaz de armar uma jogada de jeito, tirando os rasgos de génio de João Pinto e um ou outro de um génio em estado puro chamado Pedro Barbosa nos minutos em que o equivocado Boloni o deixa jogar. Mesmo debilitado fisicamente, mesmo com peso a mais, segundo dizem, Jardel marca que se farta. E até voa sobre os centrais.
O título genérico da colaboração era «Pontapé de Saída». E o título desta crónica em particular era, obviamente, «Os golos de Jardel nunca foram imortalizados numa canção».
Alguns meses antes, em finais de 2002, ainda Lazlo Boloni (que nos tempos de jogador do Steaua de Bucareste era por cá conhecido por Ladislao, o nome romeno, em vez do húngaro Lazlo) andava às aranhas no Sporting e ninguém imaginava que pudesse ser campeão. Mas acabaria por ser, e graças aos golos de Jardel, que começou a jogar à quarta jornada, gordo como agora, e marcou logo um golo de penalty. Foi Jardel que salvou Boloni, e foi um outro Jardel, atolado em problemas, que na época seguinte tramou o mesmo Boloni. Mas na primeira época de Jardel no Sporting, em meados de Novembro, com o campeonato na décima primeira jornada e Jardel (tinha começado à quarta, repito) já com doze golos, eu escrevi isto para ler na abertura de um programa desportivo de uma rádio (numa colaboração que mantive para as épocas de 2000/ 2001 e 2001/ 2002)…
Os golos de Jardel nunca foram imortalizados numa canção. Imortalizado, isso sim, foi o modo de Jardel se movimentar na grande área, ou pelo menos um dos modos, numa canção de Rui Veloso que tem um verso que fala em «voar como o Jardel sobre os centrais». Claro que esse verso é de uma canção de um artista muito ligado ao Porto, uma canção que inclusivamente fez parte da banda sonora de um filme cuja acção se passa na cidade, abordando temas como o trabalho infantil ou a vida nos bairros degradados.
Agora, com Jardel no Sporting, não faz muito sentido a imagem utilizada por Rui Veloso, principalmente pela paixão que ele transmite na canção, e até por alguma pronúncia. O que está na canção é a referência a uma figura incontornável da cidade do Porto até há uns meses. Mesmo tendo saído do clube, Jardel mantinha-se como uma figura incontornável da cidade. Só que com a nova época futebolística, com o regresso a Portugal para vestir a camisola de um rival de Lisboa, já não faz muito sentido. Do que pode falar-se no Porto, isso sim, é do fantasma de Jardel, voando ou não seja lá sobre que centrais, até sobre os do Futebol Clube do Porto.
Durante algum tempo, eu não apreciava a maneira de Jardel jogar. Por vezes, até achava que ele conseguia marcar tantos golos porque passava os jogos na grande área a viver do caudal atacante do Futebol Clube do Porto. Eu não era capaz de apresentar uma razão, não gostava e pronto. Se calhar, a verdadeira razão era ele não estar no meu clube, o Sporting. Sei de quem, por exemplo, não gostava de Jardel por achar que ele andava sempre muito direito. Andar direito até nem é mau, só que o Jardel, dizia essa pessoa, o Jardel andava excessivamente direito, como se tivesse engolido um garfo.
Eu não, eu não tinha razões. Com o tempo, fui-me habituando a admirar Jardel. Por alguns dos golos que o via marcar, ao Braga e ao Farense, por exemplo, um a cada, de fora da área, sem deixar cair a bola no chão. Um ao Campomaiorense, passando a perna que remata por detrás da outra. Os golos no estádio de S. Ciro, frente ao Milão, um golo em Munique, outro em Madrid. Fui-me habituando a admirá-lo por ele marcar sempre, ou quase sempre.
No Sporting, logo à chegada de Jardel, eu dizia que sem jogadores que lhe passassem a bola em condições, sem esses ele não marcaria muitos golos. Mas o que é certo é que ele agora marca ainda mais do que antes, e o que é curioso é que o faz sem ter jogadores como tinha nos anteriores clubes. Jardel agora tem atrás de si uma equipa totalmente esfrangalhada, incapaz de armar uma jogada de jeito, tirando os rasgos de génio de João Pinto e um ou outro de um génio em estado puro chamado Pedro Barbosa nos minutos em que o equivocado Boloni o deixa jogar. Mesmo debilitado fisicamente, mesmo com peso a mais, segundo dizem, Jardel marca que se farta. E até voa sobre os centrais.
O título genérico da colaboração era «Pontapé de Saída». E o título desta crónica em particular era, obviamente, «Os golos de Jardel nunca foram imortalizados numa canção».
3 comentários:
O rapaz ainda vai fazer estragos este ano.
Nas balizas dos adversários, na tal mariqueira que oferece as refeições e no mais que se há-de ver.
best regards, nice info »
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