quarta-feira, 7 de junho de 2006

Um golo de Kiko Trujillo

Em tempo de mundial de futebol, deixo aqui um bocadinho (o final, aliás) de uma das histórias do meu último livro («O Amor por entre os Dedos», Ed. Ambar, finais de 2005). A história chama-se «O ponta-de-lança espanhol» e acaba a dar a ideia de que o Sporting consegue uma vitória muito suada no campo do Benfica.
«(…) Era falta contra o Benfica. Os jogadores do Sporting tomaram posições. O jovem escritor de Santo Estêvão voltou a acreditar, de novo sem saber por quê. Agarrou no telemóvel e pensou em Kate, em Cerzedos, à espera de um golo do Sporting. A bola partiu para o meio campo do Benfica, batida do local onde tinha sido assinalado o fora de jogo a Abdul Halam. Passou de jogador para jogador, com uma rapidez que confundiu muitos olhares nas bancadas, até o do jovem escritor, e de repente apareceu nos pés de Kiko Trujillo, que se virou para a baliza e procurou um sítio onde o guarda-redes talvez não chegasse. O jovem escritor mediu o lance, durante uma fracção de segundo, e o ângulo superior direito pareceu-lhe o ideal. Mas Kiko Trujillo decidiu-se por um remate rasteiro, forte e seco, a fazer um zumbido no silêncio do estádio.»
Eu, que escrevi a história, tenho quase a certeza de que o Sporting ganhou mesmo esse jogo, com um golo de Kiko Trujillo.