Togas, claro, são os jogadores do Togo (pelo menos assim os decidi identificar neste texto). Tugas, já se imagina, são os nossos (eu nem gosto da palavra, mas já agora uso aqui).
Veja-se, por exemplo, esta notícia («Jornal de Negócios», 19.06.06; texto de Paulo Moutinho, editado – umas vírgulas, uns acentos, umas maiúsculas): «Os jogadores da selecção do Togo voltam a ameaçar boicotar o jogo de hoje frente à Suíça, a menos que o dinheiro que lhes foi prometido por terem qualificado a equipa togolesa para o campeonato do mundo lhes seja depositado nas suas contas./ A equipa do Togo viajou de Wangen para Dortmund, onde será disputado o jogo com a Suíça, depois de lhe ter sido assegurado o pagamento do prémio monetário por terem conseguido qualificar a selecção nacional para o campeonato do mundo, pela primeira vez na história do país./ Em declarações à UK Press Association, citadas pela Bloomberg, o defesa Jean-Paul Abalo afirmou que a equipa irá discutir sobre se vai apresentar-se no jogo de hoje frente à Suíça./ O seleccionador do Togo, Otto Pfister, tinha abandonado a equipa antes do primeiro jogo do torneio devido ao diferendo quanto aos bónus que a Federação de Futebol do Togo iria pagar aos jogadores da selecção, tendo voltado ao seu posto pouco depois./ O jogo de hoje frente à Suíça é de extrema importância para o Togo, depois de ter sido derrotado por duas bolas a uma frente à Coreia do Sul, no primeiro jogo do grupo G.»
Veja-se agora alguns excertos de um comunicado dos jogadores da selecção portuguesa de futebol que há 20 anos, por esta mesma altura, estava no México para disputar o campeonato do mundo (o comunicado é de ainda antes do primeiro jogo, frente à Inglaterra): «(…) Demos um prazo, até hoje, para que a FPF [a federação], representada pelo seu presidente, Dr. Antero da Silva Resende, dialogasse connosco (…) Até ao presente, apesar dos insistentes pedidos feitos nesse sentido, ninguém deu qualquer resposta (…) Para que não restem dúvidas, esclarecemos as condições em que nos mandaram para o México: 1. quatro mil escudos de diária; 2. cem mil escudos de prémio de presença em cada jogo da fase inicial, se formos afastados da competição; 3. duzentos mil escudos, dados pelo senhor Joaquim Oliveira, e não pela FPF, para envergarmos, nos treinos e nos eventuais jogos de preparação, camisolas com publicidade de determinada marca, quando a federação receberá, segundo consta, cerca de vinte e cinco mil contos (…); 4. obrigatoriedade de usarmos diariamente roupa de uma marca desportiva sem qualquer compensação monetária./ (…) Os profissionais de futebol não são crianças às quais se dão reguadas e se impõem castigos, nem mentecaptos manejados a bel-prazer de quem ocupa cargos directivos. Somos homens a respeitar e a ter em conta, não só quando ganhamos jogos, títulos e qualificações mundiais, mas em todas as alturas. Porque temos a absoluta consciência de que o trabalho da selecção, feito com tanto sacrifício, se pode desmoronar de um instante para o outro pela irresponsabilidade do senhor coordenador [Amândio de Carvalho, que ainda hoje se mantém na estrutura federativa, ocupando uma das vice-presidências], que teima em não nos ouvir, resolvemos o seguinte: a) comparecer ao jogo-treino marcado para amanhã, em Monterrey, com as forças inferiores de um clube local [os Tigres de Monterrey] (…) c) constituir nosso interlocutor o treinador principal, José Torres (…) g) dizer que, sendo a aspiração máxima de um jogador de futebol envergar a camisola do seu país, muito tristes ficaríamos se um dia nos obrigassem a pensar na eventualidade de solicitar dispensa dos trabalhos relativos à selecção (…); h) considerar que obtivemos uma grande vitória, da moral e da liberdade, ao conseguir desmascarar esta situação (…); i) provar que não é a situação financeira que nos perturba, mas sim o facto de não nos tratarem como pessoas, com cabeça para pensar e coração para sofrer (…)»
Veja-se, por exemplo, esta notícia («Jornal de Negócios», 19.06.06; texto de Paulo Moutinho, editado – umas vírgulas, uns acentos, umas maiúsculas): «Os jogadores da selecção do Togo voltam a ameaçar boicotar o jogo de hoje frente à Suíça, a menos que o dinheiro que lhes foi prometido por terem qualificado a equipa togolesa para o campeonato do mundo lhes seja depositado nas suas contas./ A equipa do Togo viajou de Wangen para Dortmund, onde será disputado o jogo com a Suíça, depois de lhe ter sido assegurado o pagamento do prémio monetário por terem conseguido qualificar a selecção nacional para o campeonato do mundo, pela primeira vez na história do país./ Em declarações à UK Press Association, citadas pela Bloomberg, o defesa Jean-Paul Abalo afirmou que a equipa irá discutir sobre se vai apresentar-se no jogo de hoje frente à Suíça./ O seleccionador do Togo, Otto Pfister, tinha abandonado a equipa antes do primeiro jogo do torneio devido ao diferendo quanto aos bónus que a Federação de Futebol do Togo iria pagar aos jogadores da selecção, tendo voltado ao seu posto pouco depois./ O jogo de hoje frente à Suíça é de extrema importância para o Togo, depois de ter sido derrotado por duas bolas a uma frente à Coreia do Sul, no primeiro jogo do grupo G.»
Veja-se agora alguns excertos de um comunicado dos jogadores da selecção portuguesa de futebol que há 20 anos, por esta mesma altura, estava no México para disputar o campeonato do mundo (o comunicado é de ainda antes do primeiro jogo, frente à Inglaterra): «(…) Demos um prazo, até hoje, para que a FPF [a federação], representada pelo seu presidente, Dr. Antero da Silva Resende, dialogasse connosco (…) Até ao presente, apesar dos insistentes pedidos feitos nesse sentido, ninguém deu qualquer resposta (…) Para que não restem dúvidas, esclarecemos as condições em que nos mandaram para o México: 1. quatro mil escudos de diária; 2. cem mil escudos de prémio de presença em cada jogo da fase inicial, se formos afastados da competição; 3. duzentos mil escudos, dados pelo senhor Joaquim Oliveira, e não pela FPF, para envergarmos, nos treinos e nos eventuais jogos de preparação, camisolas com publicidade de determinada marca, quando a federação receberá, segundo consta, cerca de vinte e cinco mil contos (…); 4. obrigatoriedade de usarmos diariamente roupa de uma marca desportiva sem qualquer compensação monetária./ (…) Os profissionais de futebol não são crianças às quais se dão reguadas e se impõem castigos, nem mentecaptos manejados a bel-prazer de quem ocupa cargos directivos. Somos homens a respeitar e a ter em conta, não só quando ganhamos jogos, títulos e qualificações mundiais, mas em todas as alturas. Porque temos a absoluta consciência de que o trabalho da selecção, feito com tanto sacrifício, se pode desmoronar de um instante para o outro pela irresponsabilidade do senhor coordenador [Amândio de Carvalho, que ainda hoje se mantém na estrutura federativa, ocupando uma das vice-presidências], que teima em não nos ouvir, resolvemos o seguinte: a) comparecer ao jogo-treino marcado para amanhã, em Monterrey, com as forças inferiores de um clube local [os Tigres de Monterrey] (…) c) constituir nosso interlocutor o treinador principal, José Torres (…) g) dizer que, sendo a aspiração máxima de um jogador de futebol envergar a camisola do seu país, muito tristes ficaríamos se um dia nos obrigassem a pensar na eventualidade de solicitar dispensa dos trabalhos relativos à selecção (…); h) considerar que obtivemos uma grande vitória, da moral e da liberdade, ao conseguir desmascarar esta situação (…); i) provar que não é a situação financeira que nos perturba, mas sim o facto de não nos tratarem como pessoas, com cabeça para pensar e coração para sofrer (…)»
2 comentários:
This is very interesting site... Email marketing cost vicodin online motorized wheelchairs order phentermine
Enviar um comentário