Resposta a este desafio do João Carvalho no «Delito de Opinião», onde também participo. É mais uma corrente do mundo dos blogs, a quinta frase da página 161 do livro que ando a ler; uma corrente, já agora, que não permite a entrada do meu último romance se por acaso alguma das pessoas desafiadas estiver de volta dele (tem apenas 139 páginas).
O livro chama-se «Com os Holandeses» e foi escrito por um senhor chamado J. Rentes de Carvalho. A quinta frase da página 161 é esta: «Um conhecimento mesmo superficial da universidade holandesa permite essa constatação imediata: as Letras são nela um luxo.»
Deixo o desafio à Adriana, ao Zé Carlos, à Rute, ao Manuel e ao Luís.
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Deixo o desafio à Adriana, ao Zé Carlos, à Rute, ao Manuel e ao Luís.
2 comentários:
Meu caro António: não sabe o quanto fiquei feliz por se lembrar da Casa de Cacela… E é com todo o gosto, portanto, que respondo ao desafio. Mas como, por mais umas semanas, é minha intenção que o blog só tenha poemas (amanhã posso pensar diferente), deixo a resposta ao seu repto (eia…, não me lembrava de escrever esta palavra) aqui mesmo, na caixa de comentários. E então é assim: nos últimos anos, e não digo isto propriamente com orgulho, leio quase sempre os mesmos dez ou doze livros. E o que tenho entre mãos é um desses – que já li umas poucas de vezes. É um livro precioso que tem por título “Pitões das Júnias – Esboço de Monografia Etnográfica”, da autoria, imagine-se, de um algarvio de Querença. Na página 161, leio: «As lojas são três e vendem de tudo: bebidas, tabaco, utensílios de cozinha, roupa, calçado, produtos de mercearia. A mais frequentada de todas é a do tio Albino, onde se beberrica ao balcão e homens e mulheres põem em dia assuntos de vida quotidiana, com o aplauso e a maledicência do costume. Há os que passam e os “aficionados”, poucos, que aí gastam as melhores horas do dia, saturados de álcool. Junto da porta, voltada a poente como a das igrejas, em espaço abrigado, aquecem-se velhas ao sol de Inverno, falucando, fiando na roca, fazendo na meia. E não há quem se livre do gume cortante de suas línguas.» A quinta frase da página 161 está, algures, neste parágrafo. E por este parágrafo se compreende como muita da nossa melhor literatura -- neste caso com a pena de Manuel Viegas Guerreiro -- não está necessariamente nos livros de ficção. Gostaria de repetir, para que se compreenda bem o que, em meu entender, é literatura da maior: «... aquecem-se velhas ao sol de Inverno, falucando, fiando na roca, fazendo na meia. E não há quem se livre do gume cortante de suas línguas.» Um abraço. jcb.
António,
Obrigado por me ter incluído na corrente. Não sei se lhe darei continuidade, mas à cautela aqui fica a melhor quinta frase que encontrei nas páginas 161 das minhas últimas leituras:
"Malagrida causava nas mulheres aquela espécie de arrebatamento que elas buscavam na religião para substituir o erotismo."
(Hélia Correia, "Lillias Fraser", Lisboa, Relógio d´Água, 2001.)
Grande abraço,
Manuel Nunes
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