(...)
Se há um autor que tem parágrafos…
Então, diga-me, qual é o autor que não se repete?
Não se trata de uma repetição de ideias. É a repetição de um parágrafo integral, copy/paste, de um livro para outro.
Nunca fiz copy/paste. Oh, Carlos. A entrevista acabou, desculpe…
[Margarida Rebelo Pinto lança a mão ao gravador, desligando-o. Ligo-o, de novo, imediatamente.]
Qual é o problema das pessoas se repetirem nos seus livros? Se todos se repetem porque é que só dizem que sou eu que me repito? Porque é que está a insistir tanto nessa tecla? Já lhe disse: quais são os escritores que não se repetem? Olhe o Murakami, em que os livros são todos tão parecidos. Aí está um grande exemplo.
Não estávamos a falar de uma repetição de ideias. Mas, pronto, vamos passar ao assunto seguinte. Qual foi a crítica mais justa que sente que já lhe fizeram?
Já não há entrevista. Diga ao Francisco [José Viegas, director da LER] que eu dispenso a entrevista. Não estou com onda para fazer uma entrevista assim. Desculpe lá.
As entrevistas são feitas de perguntas e de respostas.
Você ainda não me fez uma única… Fez-me uma pergunta sobre o meu novo livro.
Esta é uma entrevista de carácter geral, sobre o seu percurso. Aliás, foi avisada disso.
Eu acho que você está a conduzir isto muito mal.
Isso cabe aos leitores determinar.
[Longa pausa.]
Pronto, então vamos continuar a entrevista. Faça-me lá a pergunta.
(...)
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1 comentário:
António:
Elucidativo!. Alguém está admirado? Eu não.
Cena patética.
Sabe, aos deuses de pés de barro acontece isto. A culpa não será só dela. Em boa verdade, nem sei de quem é.
Um abraço.
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