História com um tractor
«É capaz de ter sido a pressa, minha boa amiga», isto dizia um caçador que tinha estado a observar o trabalho uma semana antes, ou coisa parecida. Sim, podia muito bem ser, a pressa no lavrar, com o tractor todo lançado e pronto a abalar para outras terras. O tractor ia que nem um tiro, dos de caçadeira, já se vê, para não entrar em comparações deslocadas do ambiente que por ali se respirava (sempre os cheiros a perdiz e a lebre no ar, quando a coisa não chegava a javali ou até, se algum criador descurasse a vigilância, a bezerro acabadinho de desmamar). Sim, o tractor ia que nem um tiro, a lavrar, de um lado para o outro, sempre a mesma coisa, para um lado, para outro, e o tractorista na volta nem tinha percebido o bocado de terra que tinha ficado por revolver. «Coisas que acontecem», comentou um tirador de cortiça a um repórter de um jornal local («um pasquim», haveria de dizer mais tarde em casa, à mulher); isto numa entrevista em que o tema era a política agrícola comum adaptada às especificidades locais e tendo em conta as adaptações mandadas fazer à socapa pelo ministro da agricultura nacional, que o tirador considerava um homem sério («um rafeiroso», haveria de segredar dias depois a uma amiga de longa perna, perdão, de longa data). O tractor, dizia-se, andava agora mais a Norte, zona onde não admitiam ao tractorista esquecimentos daqueles de deixar o trabalho em meio-fazer. Outras terras, outros controlos do lavrar, «mais rigorosos», conforme se podia ler no site da Internet de uma associação agrícola dessa região; site que tinha um fórum de discussão para maiores de quarenta anos onde a principal preocupação tinha a ver precisamente com o controlo dos tractores que lavravam a terra. Havia muitos outros fóruns no site da associação, mas menos concorridos.
«É capaz de ter sido a pressa, minha boa amiga», isto dizia um caçador que tinha estado a observar o trabalho uma semana antes, ou coisa parecida. Sim, podia muito bem ser, a pressa no lavrar, com o tractor todo lançado e pronto a abalar para outras terras. O tractor ia que nem um tiro, dos de caçadeira, já se vê, para não entrar em comparações deslocadas do ambiente que por ali se respirava (sempre os cheiros a perdiz e a lebre no ar, quando a coisa não chegava a javali ou até, se algum criador descurasse a vigilância, a bezerro acabadinho de desmamar). Sim, o tractor ia que nem um tiro, a lavrar, de um lado para o outro, sempre a mesma coisa, para um lado, para outro, e o tractorista na volta nem tinha percebido o bocado de terra que tinha ficado por revolver. «Coisas que acontecem», comentou um tirador de cortiça a um repórter de um jornal local («um pasquim», haveria de dizer mais tarde em casa, à mulher); isto numa entrevista em que o tema era a política agrícola comum adaptada às especificidades locais e tendo em conta as adaptações mandadas fazer à socapa pelo ministro da agricultura nacional, que o tirador considerava um homem sério («um rafeiroso», haveria de segredar dias depois a uma amiga de longa perna, perdão, de longa data). O tractor, dizia-se, andava agora mais a Norte, zona onde não admitiam ao tractorista esquecimentos daqueles de deixar o trabalho em meio-fazer. Outras terras, outros controlos do lavrar, «mais rigorosos», conforme se podia ler no site da Internet de uma associação agrícola dessa região; site que tinha um fórum de discussão para maiores de quarenta anos onde a principal preocupação tinha a ver precisamente com o controlo dos tractores que lavravam a terra. Havia muitos outros fóruns no site da associação, mas menos concorridos.
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1 comentário:
Muito bom! He He He...
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