(de «Até Acabar com o Diabo», 1998)
(…)
Cada vez chegava mais gente, e o cabo da guarda não dava ordens. Desde que se apercebera de que tinha um cadáver por perto que estava calado e a olhar ora para um lado ora para outro. Era dos poucos que não diziam nada.
– Toma chó!!
O burro parecia ir arrancar a qualquer momento.
– Agora estão a dar um subsídio a quem tiver um burro. Não pode é ser reformado.
– Quem? O burro?!
– Não, o dono.
– E dá para as despesas de alimentação?
– Do dono?!
– Não, do burro.
Até que um dos bêbados deu uma palmada no dorso do burro. E foi isso que acabou por convencê-lo a sair do café.
(…)
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