O meu amigo Tiago Salazar, que é jornalista, disse-me em tempos que já devia ter feito umas boas centenas de entrevistas. Era obra, tanto mais que o Tiago ainda nem tinha então chegado aos trinta anos. Mas eu não me admirei, nem um pouco, até porque sempre o considerei muito bom a fazer entrevistas.
Claro que com tantas entrevistas, e com o estilo sempre ao ataque que coloca em cada uma, as situações pouco usuais teriam inevitavelmente de acontecer. Uma vez, contou-me ele, foi entrevistar o líder do grupo musical Mão Morta, e resolveu começar assim: «Adolfo Luxúria Canibal, o Adolfo vem-lhe da parte da mãe ou da parte do füher?» Segundo o Tiago, o Canibal não apreciou muito, mas a entrevista lá prosseguiu e acabou por conhecer mesmo as páginas do jornal. Numa outra ocasião – contou-me também o Tiago –, para o jornal «O Diabo», o frente a frente foi nem mais nem menos do que com o futebolista João Pinto, na altura ainda apelidado de «menino de ouro». Com perguntas e mais perguntas que até levaram o craque a declarar-se de esquerda e seguidor fiel de Sá Carneiro, o Tiago conseguiu chegar às cinco páginas de entrevista. E a coisa foi tema de capa, tendo o jornal nesse número vendido como poucas vezes tinha acontecido antes. O então capitão benfiquista, que depois haveria de passar para o Sporting, rendia que nem ginjas. Mas os méritos também terão de ser atribuídos ao director do jornal na altura. É que depois de um ante-título que não era propriamente um modelo de criatividade («Um Pinto com Pinta»), o director fazia anunciar em grandes parangonas: «Salazar Entrevista um Vermelho».
O Tiago é também o autor da crónica «Pirilampo Trágico», que durante uns anos consegui desviar para o jornal da minha terra.
Claro que com tantas entrevistas, e com o estilo sempre ao ataque que coloca em cada uma, as situações pouco usuais teriam inevitavelmente de acontecer. Uma vez, contou-me ele, foi entrevistar o líder do grupo musical Mão Morta, e resolveu começar assim: «Adolfo Luxúria Canibal, o Adolfo vem-lhe da parte da mãe ou da parte do füher?» Segundo o Tiago, o Canibal não apreciou muito, mas a entrevista lá prosseguiu e acabou por conhecer mesmo as páginas do jornal. Numa outra ocasião – contou-me também o Tiago –, para o jornal «O Diabo», o frente a frente foi nem mais nem menos do que com o futebolista João Pinto, na altura ainda apelidado de «menino de ouro». Com perguntas e mais perguntas que até levaram o craque a declarar-se de esquerda e seguidor fiel de Sá Carneiro, o Tiago conseguiu chegar às cinco páginas de entrevista. E a coisa foi tema de capa, tendo o jornal nesse número vendido como poucas vezes tinha acontecido antes. O então capitão benfiquista, que depois haveria de passar para o Sporting, rendia que nem ginjas. Mas os méritos também terão de ser atribuídos ao director do jornal na altura. É que depois de um ante-título que não era propriamente um modelo de criatividade («Um Pinto com Pinta»), o director fazia anunciar em grandes parangonas: «Salazar Entrevista um Vermelho».
O Tiago é também o autor da crónica «Pirilampo Trágico», que durante uns anos consegui desviar para o jornal da minha terra.
1 comentário:
Não imaginava o meu ex-colega de Faculdade, Adolfo Luxúria Canibal, a irritar-se com a boca do Tiago.
Eu até o via no Metro com "A Batalha" debaixo do braço.
O Nuno, anarquista, é advogado.
O André Bandeira, grande amigo dele, deu em diplomata.
E as listas com que concoriam às eleições na Faculdade de Direito (O e H) até recolhiam imensos votos.
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