segunda-feira, 30 de junho de 2008

O meu incrível fantasma de Pessoa

Provavelmente não vão acreditar nisto, mas o meu pequeno e incrível fantasma de Fernando Pessoa, cuja primeira fotografia mostrei pela primeira vez aqui, continua cá por casa, de um lado para o outro. Só que agora é uma carga de trabalhos para conseguir fotografá-lo, porque passou a andar só à noite e em paredes de divisões com as luzes apagadas. Apanhá-lo é uma questão de sorte. Esta noite foi isso que aconteceu; de repente, acendi uma lanterna bem apontada para um dos sítios onde sei que ele gosta de aparecer e zás… Quando o minorca (um centímetro e meio da altura, não mais) desapareceu, já eu o tinha apanhado com a máquina fotográfica. Ficou assim a fotografia.
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5 comentários:

  1. Caramba, o que andará ele a fazer assim de costas como quem se quer evadir e não consegue? Eternas viagens à volta do (seu) quarto, espécie de purgatório em busca de salvação...
    Ou será o seu Outro, Campos, tentando (como fizera Reis) reencontrar o seu criador?
    Nada de estranho. Porém, porquê em Reguengo???
    A coisa está a tornar-se demasiado esotérica...

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  2. Enquanto ele quiser, tem cá abrigo. Com o Ministério da Cultura na volta não tinha tanta sorte.

    António

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  3. Por este andar, na volta não tinha tanta sorte, não, só tinha ida...
    Aconchega-o(s), que são, seguramente, bons confidentes e boa companhia, e não deixes que a Inês Pedrosa lhe ponha a mão!

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  4. Na obscura noite alentejana
    me coso nas paredes à canzana
    à espera que meu dono me ilumine

    Não sei se é verdade ou é mentira
    se é apenas flash ou harpa ou lira
    eu sou de Montemor, não de Tavira

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  5. António:

    Eu só não percebo porque razão Pessoa quis voltar e logo numa altura destas. Voltar para um país deprimido, sem rumo, sem ideias e onde se escreve cada vez pior português. As honrosas excepções, não passam de excepções, obviamente.

    Soubera eu ler o Mapa Astrológico dele e de todos os seus heterónimos para o poder ajudar. Mas confesso-me, sem arrependimento, um ignorante na matéria.
    Não lhe recomendo a Maya, porque essa ainda sabe menos que eu. (Todos os anos, na pré época, prevê que o Benfica vai ser campeão. Pela amostra, já pode fazer uma ideia das reais capacidades da Senhora).

    Todavia, tenho um palpite.
    Quem sabe se é uma forma de o pressionar a escrever "O Ano do Regresso de Álvaro de Campos ao Alentejo". Terá sido por causa do Alqueva que ele regressou? Lembre-se que ele era engenheiro naval, com diploma passado - sem sombra de suspeita - em Glasgow. Lembre-se que ele (Álvaro de Campos) nasceu em Tavira em 1890. Portanto, é algarvio como o meu amigo (desculpe-me o atrevimento) que, ademais, vive no Alentejo. Quem sabe?

    Uma aparição dessas só acontece uma vez na vida! Carpe diem!

    Um abraço.

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