terça-feira, 30 de junho de 2009

A lama

Campos e Cunha. É um dos portugueses que ao passar de forma fugaz pela política mais a enlameou. Mesmo assim, parece não ter vergonha de andar por aí a dar opiniões a torto e a direito. Nem faltam jornalistas que parecem não ter vergonha de pedir-lhe que as dê. Há pouco, ao chegar a casa, vi-o numa entrevista na televisão, mais uma, ainda por cima num programa chamado «Diga lá excelência», ou «Diga lá, excelência» (talvez sem a vírgula, para o caso, fique melhor). Curiosamente, é o mesmo programa em que pelos seus tempos infelizes de ministro acabou por fazer esta deplorável figura.
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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Revista «human» de Julho

(clicar na imagem para aumentar).

Nas bancas a partir desta segunda-feira, 29. Na capa, o líder da CGTP, Manuel Carvalho da Silva. Mais informações sobre a edição aqui. Deixo a seguir o meu editorial…
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20 mil caracteres
O título deste editorial poderia muito bem ter sido inspirado em «Vinte Mil Léguas Submarinas», um dos célebres romances de Jules Verne, o inesquecível escritor francês que por cá sempre foi apresentado como Júlio Verne.
Mas não, o título não resulta de uma inspiração mas sim de uma frustração. De caracteres. Cerca de 20 mil, 20 mil caracteres de frustração. Explico melhor… Fui eu que fiz a entrevista a Manuel Carvalho da Silva, que resolvemos escolher como figura de capa. Uma conversa relativamente longa, interessante, muito interessante, pelas respostas do líder sindical, muito mais, obviamente, do que pelas perguntas que eu lhe ia fazendo. Mas depois, tirada a entrevista do gravador, uma coisa de que eu já suspeitava, os caracteres, muitos, perto de 37 mil, e eu que não queria cortar nada. Mas nestas coisas dos caracteres as pessoas da paginação mandam muito mais do que os directores. Foi da paginação que veio o veredicto: 17 mil caracteres, nem mais um.
Eu nem disse quantos tinha. Lá me meti nos cortes, sem saber bem por onde começar, por onde prosseguir depois, por onde devia acabar. Perguntas e mais perguntas, respostas e mais respostas. Uma frustração, ou antes, 20 mil caracteres de frustração, de uma enorme frustração. E lá ficaram os 17 mil caracteres.
Talvez um destes dias coloque a entrevista, na íntegra, na Internet, já livre dos constrangimentos das páginas de uma revista. Se acabar por fazê-lo, como agora é de uso em tantas publicações, sobretudo aquelas a que se convencionou chamar «de referência», farei certamente um aviso aqui neste espaço.
De qualquer forma, mesmo só com os 17 mil caracteres que resistiram aos cortes, a entrevista vale bem a pena. É o mundo do trabalho visto por aquele que é talvez o rosto mais conhecido do movimento sindical no nosso país. Esse mundo, tendo o ambiente de crise e de desregulação como pano de fundo. Desregulação, termo usado pelo próprio Manuel Carvalho da Silva, que no final da entrevista falou em descalabro, o dessa desregulação, um descalabro que, segundo ele, já se tornou muito evidente.
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Suplemento RH – Human OJE

Número dois do «Suplemento RH – human OJE», distribuído esta segunda-feira com a edição do jornal «OJE». Mais informações aqui.
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(clicar na imagem para aumentar)
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sábado, 27 de junho de 2009

O deputado

Acontece neste livro.
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O deputado tinha uma deficiência física notória, faltava-lhe um bocado da cabeça. Havia muita gente à volta, num alvoroço. Ele dizia que dentro da gaiola tinha um extraterrestre…
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Outros acontecimentos aqui, aqui e aqui.
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Maias - 1

Releio «Os Maias». Carlos, a certa altura, fala com um tipo do Tribunal de Contas.
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– Duas horas e um quarto! – exclamou Taveira, que olhara o relógio. – E eu aqui, empregado público, tendo deveres para com o Estado, logo às dez horas da manhã.
– Que diabo se faz no Tribunal de Contas? – perguntou Carlos. – Joga-se? Cavaqueia-se?
– Faz-se um bocado de tudo, para matar o tempo… Até contas!
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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Uma águia. Uma nave espacial?

Acontece neste livro.
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… pensou na nave espacial. Um bocadinho, e aí percebeu que a subida louca da águia, aos círculos, ganhando altura metro a metro, era para chegar lá. Ela ia para a nave. Ou a nave atraía-a irremediavelmente, sem que fosse possível resistir-lhe.
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Outros acontecimentos aqui e aqui.
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quinta-feira, 25 de junho de 2009

À volta da barragem (7)

Fim da série. As outras fotos estão aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
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O caso PT/ Sócrates/ TVI

Cavaco Silva, que tantas vezes já critiquei (por exemplo aqui e aqui), desta vez, no estranho caso PT/ Sócrates/ TVI, parece-me que esteve muito bem. Pode ser que sirva para pôr alguma ordem nesta confusão.
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terça-feira, 23 de junho de 2009

No Algarve

Um trabalho publicado no Algarve a propósito do romance «Uma Noite com o Fogo», aqui e aqui.
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domingo, 21 de junho de 2009

Monge (2004-2009)

Foi na quinta-feira, logo pela manhã. O Monge regressou das correrias habituais pelo montado já a arrastar-se. Caiu mesmo em frente da porta aqui de casa, em agonia. Muito provavelmente um ataque cardíaco. Chegámos ao veterinário, que estava a abrir a porta, mesmo em cima das nove. O Monge tinha acabado de morrer. O Monge, o cão inesquecível que em pequenino dormia debaixo das flores, como nesta foto, descansa agora à sombra de um vimeiro, uma das árvores daqui de que mais parecia gostar.
Em tempos, publiquei neste blog uma série intitulada «Quando ele era pequenino». Deixo a seguir os links: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10.
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quinta-feira, 18 de junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

Os versículos de Rushdie

Vi antes de ontem na «SIC Notícias» um interessante documentário sobre Salman Rushdie e o que lhe aconteceu depois da publicação do romance «Os Versículos Satânicos», em 1989. Passado todo este tempo, vendo as imagens, parece inacreditável que tenha acontecido. À primeira vista, apenas isso. Porque depois, pensando um pouco, não é difícil perceber que tenha acontecido. O mundo já nos trouxe depois, como tinha trazido antes, muitos outros exemplos de intolerância.
O livro foi editado por cá pela Dom Quixote (e o editor, Nelson de Matos, chegou a ter protecção do SIS depois de receber ameaças). Não o comprei, mas veio-me parar às mãos; nessa altura eu colaborava no «DN Jovem» e costumava ganhar prémios, normalmente livros, e uma vez calhou ser o famoso livro de Rushdie. Por mais que tentasse, movido pela curiosidade por causa do que ia acontecendo com o autor depois da condenação à morte decretada por Khomeini, nunca consegui ler o romance. Até durante o documentário, agora, fui espreitar, e de novo esbarrei naquelas pouco convidativas frases iniciais.

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sexta-feira, 12 de junho de 2009

Uma cobra tenta hipnotizar um escritor

Acontece neste livro.
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Meio metro, era a distância que os separava. Meio metro, ou talvez um pouco mais, uns centímetros mais.
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Outros acontecimentos aqui.
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quinta-feira, 11 de junho de 2009

À volta da barragem (5)

Outras fotos aqui, aqui, aqui e aqui.
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Falta de vergonha

É um caso de óbvia falta de vergonha. Cavaco Silva «homenageou» Salgueiro Maia duas décadas depois de, enquanto primeiro-ministro, lhe ter recusado uma pensão; e de ter atribuído poucos anos a seguir pensões a dois ex-agentes da PIDE. Se agora queria fazer alguma coisa, deveria era ter pedido desculpa pela atitude deplorável que teve enquanto primeiro-ministro e evitar mais figuras tristes.
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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Quatro lebres são perseguidas por um deputado

Vou terminando o meu próximo livro, aqui, escrevendo no caramanchão. Quatro lebres, de noite, correm pela estrada de alcatrão a caminho de Beja. Uns metros atrás, num carro com motorista e tudo, vai um deputado eleito pela região.
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... era um vê de vitória, porque, dizia também, elas ganhavam sempre as corridas contra o carro.
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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Um texto

Um texto que publiquei há uns dias no «Blogtailors».
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O sonho dos escritores jovens
Há muitos anos, tinha eu acabado de publicar o primeiro livro, convidaram-me para escrever um conto para uma revista. Já não me lembro por quê, disse que sim e lá escrevi o conto, e até acabei por ter de fazer uma sessão de fotografias de que conseguiram aproveitar uma que publicaram a preto e branco. A edição – disseram-me – era feita apenas com textos de jovens escritores, e eu com vinte e muitos anos, quase trinta, eu era um deles. Não me considerava propriamente um jovem, mas na altura já ia percebendo que aos vinte e muitos no mundo lento das letras ainda se é realmente bastante jovem. Tinha acabado de entrar para uma empresa de uma coisa que agora já não existe (o mercado financeiro) e lembro-me de que nessa altura o presidente ao olhar para as folhas de papel do meu currículo o único reparo que fez, além do facto de não ser do Benfica, como ele, foi a idade («quando me falaram de si, pensei que era mais novo»). Mas fiquei, apesar de não ser jovem e apesar do saudável defeito futebolístico.
Bom, publiquei o primeiro livro e recebi o convite para escrever o conto. Eu, o jovem escritor, embora não tão jovem como isso lá na outra coisa que agora já não existe. Quando a revista saiu, tive mais uma prova de nas letras uma pessoa ser realmente jovem mesmo a chegar aos trinta. Além do Pedro Paixão, com meia dúzia de anos a mais do que eu e não sei quantos livros também a mais, aparecia na revista um jovem escritor de quarenta e sete anos de que não recordo o nome. Acho que devo a ele, ou antes, à sua presença na revista, o facto de ainda hoje, quando alguém me referencia como um jovem escritor, eu quase acreditar. Porque ainda estou a alguns anos dos quarenta e sete.
De qualquer forma, na altura do meu primeiro livro nem toda a gente que ajudou na sua divulgação se deixou ir na onda do jovem. Num jornal apareceu uma crítica a dizer «jovem autor estreia-se com um livro tal e tal», um jornal dos de grande circulação, e então começou uma coisa que poderia ser um efeito dominó (mas que logo parou). Ligaram-me de uma televisão para uma entrevista, por causa dessa crítica. Podia ser do «Acontece» ou algo assim, mas não, era de um programa daqueles da manhã. Nem mais nem menos do que um apresentado pelo Manuel Luís Goucha. Queriam entrevistar o jovem, e eu, um bocado receoso mas pressionado pelo editor, lá fui para ser entrevistado. Creio que não disse grandes asneiras, porque como era Inverno e gravavam o programa no Porto constipei-me mal lá cheguei e fiquei quase sem voz; ou seja, disse apenas coisas tipo sim, não ou talvez. Mas antes da entrevista, no corredor que dava acesso à sala de gravações, o Goucha apareceu-me com uma fotocópia da tal crítica que falava do jovem que se estreava com um livro tal e tal, olhou para mim, olhou para a fotocópia, voltou a olhar para mim, não me lembro já se voltou a olhar para a fotocópia, e acabou por dizer:
– Jovem escritor?! Mas você afinal não é nada jovem!
Ele lá sabia. Naqueles programas – como dizer? – pouco literários, pelos vistos era como naquela coisa que agora já não existe. Jovem… Talvez até aos vinte e cinco, e mesmo isso não sei.
Entre os das letras é que me mantive sempre jovem. Inclusive, ainda há uns tempos o meu editor me chamou jovem escritor. Eu tenho um romance em que há um jovem escritor que se confunde comigo. Na volta foi por causa disso e não porque me ache um jovem ao fim de tantos anos que ele se saiu com aquilo. Ou então não foi. Certezas, só perguntando-lhe. Como também se podia perguntar àqueles críticos que metem sempre o jovem nos textos sobre os meus livros, agora como há dez ou doze anos. Fazem-no nem que seja no último o parágrafo, quando já vou perdendo a esperança de encontrar o jovem.
Com tudo isto, não admira que um dia destes eu tenha sonhado que no mundo das letras se esconde a fórmula da eterna juventude. O Saramago, o Lobo Antunes, a Agustina Bessa Luís, todos eles eram jovens nesse sonho. Tão jovens como o Agualusa, o Gonçalo M. Tavares, o Paul Auster ou a Margarida. E também tão jovens como o Vargas Llosa, o Stephen King, o Júlio Magalhães, a Monica Ali ou a Rosa Lobato Faria. Centenas de escritores, milhares, nem sei até se mais do que isso. E não havia velhos, apenas jovens. Alguns minutos depois de acordar, aí é que percebi que se tratava de um sonho. Fiquei preocupado, porque eu nunca aparecia. Depois passou-me.

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Eleições europeias

Os resultados das eleições europeias parecem-me animadores.
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sábado, 6 de junho de 2009

Alguma tristeza

Alguma tristeza, foi o que senti com o resultado das eleições do Sporting. Não conheço muito do candidato derrotado e da sua lista, mas o que conheço da gente que se mantém à frente do clube não me deixa tranquilo. Mesmo assim, pode haver uma pequena esperança; do grupo que continua parece-me que o menos mau é mesmo o líder, e novo presidente, José Eduardo Bettencourt. Vamos a ver como se sai, sendo certo que é impossível fazer pior do que Filipe Soares Franco, de quem a partir de certa altura ele próprio se demarcou.
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terça-feira, 2 de junho de 2009

À volta da barragem (4)

Outras fotos aqui, aqui e aqui.
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A privacidade

Depois disto, não sei se algum dia não aparece por aí alguém a defender que um assalto a um banco, por exemplo, se for feito em privado, tipo às três da manhã, deixe de constituir crime.
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Uma nova indústria

A Assembleia da República fez uma recomendação ao Governo para que crie uma «fábrica de ideias». O documento, que é assinado por Jaime Gama, o presidente, não refere quantos postos de trabalho poderão vir a ser criados com a nova estrutura. Para ver aqui.
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Eleições

Das eleições europeias, de todas elas, para mim as que agora realmente contam são as do Sporting.
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segunda-feira, 1 de junho de 2009

No Dia da Criança, uma história

Uma história muito, mesmo muito bonita. Para ver aqui. Explicada pelo autor aqui. .